domingo, 28 de agosto de 2011
sábado, 27 de agosto de 2011
OTÁVIO MANGABEIRA
Otávio Mangabeira nasceu em Salvador, Bahia, há exatos 125 anos, em 27 de agosto de 1886.
Engenheiro, professor e político, foi Governador da Bahia e membro da Academia Brasileira de Letras.
Filho de Francisco Cavalcanti Mangabeira e Augusta Mangabeira, estudou em Salvador, onde formou-se na então Escola Politécnica, onde mais tarde veio a ser professor de Astronomia.
Em 1908 elege-se vereador da capital, iniciando assim uma longa carreira política.
Em 1912 é eleito deputado federal e, em 1926, no Governo Washington Luís, é nomeado Ministro do Exterior.
Em 1930 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, sendo o quarto ocupante da cadeira que tem por patrono José de Alencar.
Exilado, volta ao Brasil somente em 1937.
O Estado Novo força-o novamente a exilar-se, retornando apenas com a redemocratização, elegendo-se Deputado Constituinte em 1945.
Foi um dos fundadores e primeiro presidente do partido da UDN - União Democrática Nacional, elegendo-se em seguida Governador da Bahia.
Tomando posse a 10 de abril de 1947, exerceu o governo até 31 de janeiro de 1951 - primeiro governador eleito após a Era Vargas.
No seu secretariado, buscou Mangabeira resgatar as maiores inteligências da Bahia, como Anísio Teixeira (Secretário de Educação), Albérico Fraga (Interior e Justiça), Nestor Duarte (Agricultura), Dantas Júnior, Yves de Oliveira, dentre outros.
Após o governo é novamente Deputado Federal e, em 1958, elege-se Senador, falecendo durante o mandato, no Rio de Janeiro, aos 74 anos, em 29 de novembro de 1960.
Otávio Mangabeira |
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
SOCIEDADE ESPORTIVA E RECREATIVA SÃO JOSÉ DE MACAPÁ
A Sociedade Esportiva e Recreativa São José é um clube de futebol da cidade de Macapá, capital do estado do Amapá.
O clube foi fundado há exatos 65 anos, em 26 de agosto de 1946, por Messias do Espirito Santo, um Oficial de Justiça do Forum de Macapá, capital do então Território Federal do Amapá.
O São José possui uma boa estrutura para a prática de futebol, voleibol e basquetebol.
Suas cores são o vermelho, o preto e o branco.
Dentro do futebol profissional amapaense, o São José e o Ypiranga fazem o maior clássico do Estado.
O Tricolor do Laguinho, como é conhecido, joga suas partidas no Estádio Zerão e no Estádio Municipal Glicério de Souza Marques, também conhecido por Glicerão.
O São José conquistou o Campeonato Amapaense pela primeira vez em 1970, sagrando-se bi-campeão no ano seguinte.
O São José bi-campeão amapaense em 1971. |
Após um jejum de 22 anos, volta a conquistar o título estadual em 1993, quando vence o Amapá na Final.
Em 1994 participa pela primeira vez da Copa do Brasil, quando elimina na primeira fase o Nacional de Manaus.
Nas oitavas-de-final, o São José é eliminado pelo Linhares, do Espírito Santo.
Após chegar ao vice-campeonato amapaense em 1997 e em 2001, participa da Copa Norte em 2002, quando fica em último.
Depois de não participar do Estadual em 2003, perde a Final do Amapaense em 2004, nos pênaltis, para o Ypiranga.
Contudo, em 2005, volta a conquistar o Campeonato Amapaense após bater o Amapá na Final e participa da Série C do Campeonato Brasileiro, sendo eliminado na primeira fase.
Em 2006 consagra-se bi-campeão estadual batendo mais uma vez o Amapá na Final.
Na Copa do Brasil, é eliminado na primeira fase pelo CRB.
Em 2007 fica apenas em terceiro no Estadual e é mais uma vez eliminado na primeira fase da Copa do Brasil, desta vez pelo Paysandu.
Em 2008 perde a Final do Amapaense para o Cristal, nos pênaltis.
Em 2009 conquista pela última vez o Campeonato Amapaense, desta vez vencendo o Santana.
Em 2010, participa pela quarta vez da Copa do Brasil e elimina o América-RN na primeira fase.
Na segunda fase, é eliminado após ser goleado pelo Goiás por 7 a 0.
Em seguida, desiste da disputa do Campeonato Amapaense.
Este ano encontra-se disputando o Campeonato Amapaense, ocupando atualmente a liderança do Grupo B no segundo turno.
O clube sagrou-se ainda, em 2011, Campeão Amapaense e da Copa Norte de Basquete.
Parabéns ao São José de Macapá, pela passagem dos 65 anos de sua fundação!...
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
A RENÚNCIA
"Ao Congresso Nacional.
Nesta data, e por este instrumento.
Deixando com o Ministro da Justiça.
As razões de meu ato.
Renuncio ao mandato de Presidente da República.
Brasília, 25.8.61."
Fui vencido pela reação e assim deixo o governo.
Nestes sete meses cumpri o meu dever.
Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores.
Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior.
Sinto-me, porém, esmagado.
Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração.
Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, indispensáveis ao exercício da minha autoridade.
Creio mesmo que não manteria a própria paz pública.
Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes, para os operários, para a grande família do Brasil, esta página da minha vida e da vida nacional.
A mim não falta a coragem da renúncia.
Saio com um agradecimento e um apelo.
O agradecimento é aos companheiros que comigo lutaram e me sustentaram dentro e fora do governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade.
O apelo é no sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus patrícios, para todos e de todos para cada um.
Somente assim seremos dignos deste país e do mundo.
Somente assim seremos dignos de nossa herança e da nossa predestinação cristã.
Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor.
Trabalharemos todos.
Há muitas formas de servir nossa pátria.
Brasília, 25 de agosto de 1961.
Jânio Quadros.
Há exatos 50 anos...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
VINCENZO LANCIA
Vincenzo Lancia nasceu na pequena aldeia de Fobello, há exatos 130 anos, em 24 de agosto de 1881, próximo a Turim, na Itália.
Notabilizou-se como piloto, engenheiro e fundador da fábrica de automóveis Lancia.
Vincenzo Lancia era o caçula de quatro filhos.
Seu pai era um industrial que trabalhou na Argentina antes de retornar a Turim para abrir o seu próprio negócio.
Desde cedo, educou Vincenzo com números, desenvolvendo no garoto um interesse em máquinas e em engenharia.
Enriqueceu seus conhecimentos tornando-se um aprendiz de Giovanni Battista Ceirano, um importador de bicicletas e um dos pioneiros da indústria automobilística italiana, em Turim.
Na companhia de Ceirano também desenvolveu suas habilidades em design, engenharia e construção, e desenvolveu paciência, perseverança e determinação.
Conheceu o conde Carlo di Biscaretti Ruffia, que possuía uma Benz, em fevereiro de 1899, de quem rapidamente se tornou amigo.
Lancia, no entanto, passou a ser inspetor chefe e piloto de testes da Fiat, com apenas dezenove anos.
Sua condução dos veículos impressionava seus patrões na Fiat.
Lancia foi convidado a dirigir seus carros em corridas, conseguindo sua primeira vitória foi em 1900, na segunda corrida pela Fiat.
Vincenzo Lancia constituiu sua própria fábrica de automóveis em 29 de novembro de 1906, em sociedade com Claudio Fogolin.
Seu primeiro carro foi construído em 1907, o 12 HP Alfa.
O modelo era dotado de um motor de quatro cilindros, que girava a 1800 rotações por minuto (um regime alto para a época), e alcançava velocidade de 90 km/h.
Lancia produziu modelos inovadores como o Lambda e o Aprilia.
Vincenzo Lancia faleceu de ataque cardíaco em 15 de fevereiro de 1937, pouco antes da Aprilia ser lançada em plena produção.
Contava com a idade de 55 anos.
Sua esposa, Adele Miglietti Lancia, e seu filho, Gianni Lancia, continuaram a gestão da fábrica de automóveis até o ano de 1955.
A Lancia sofreu muito com a grave situação financeira que tem atraversado o Grupo Fiat entre 2000 e 2004.
Atualmente, o modelo mais refinado da marca é o Lancia Thesis.
Os outros modelos são o Lancia Ypsilon, o Musa e o Lancia Phedra, modelo que compartilha a plataforma com o Fiat Ulysse.
Em setembro de 2006, a Lancia apesentou a Lancia Delta.
A Lancia conserva a ambição de querer ser a alternativa italiana à Mercedes-Benz, e à luz do seu prestigioso passado, é uma fábrica merecedora de esforços e investimentos mais consideráveis.
Vincenzo Lancia |
terça-feira, 23 de agosto de 2011
RAMIRO BARCELOS
Ramiro Fortes de Barcelos nasceu em Cachoeira do Sul-RS, há exatos 160 anos, em 23 de agosto de 1851.
Político, escritor, jornalista e médico, era filho de Vicente Loreto de Barcellos e de Joaquina Idalina Pereira Fortes.
Ramiro Bacellos cursou o secundário na Escola Pública de Cachoeira do Sul, vindo a concluir o curso em Porto Alegre.
Cursou a Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro.
Distinguiu-se como aluno na palavra e na escrita.
Escreveu e publicou artigos na Revista Médica.
Sua tese de doutoramento foi Alianças consanguíneas e sua influência sobre o físico, o moral e o intelectual do homem.
Concluída a faculdade, retornou a Cachoeira do Sul para casar-se com sua prima, Maria José Gomes.
Após o casamento, viajou para a Europa, passando pela Inglaterra, França e Alemanha, onde Ramiro fez curso de aperfeiçoamento.
Ao retornar ao Rio Grande do Sul, voltou à sua terra.
Seguiu para Porto Alegre, sendo convidado para trabalhar na Santa Casa de Misericórdia como chefe do serviço de cirurgia e, mais tarde, como seu provedor.
Ramiro Barcellos e Maria José Gomes tiveram três filhos: Emma, Júlia e Dora.
Em 1900, Maria José faleceu.
Passados três anos, Ramiro casou-se novamente.
Com sua segunda esposa, Lucilia Gomes, natural de Pelotas, teve mais dois filhos: Petrônio e Nora.
Além de médico, Ramiro Barcellos foi político e jornalista.
Exerceu os cargos públicos de Ministro Plenipotenciário no Uruguai durante a Revolução Federalista, Secretário da Fazenda, Procurador do Estado do Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, e Superintendente das Obras da Barra de Rio Grande.
Exerceu os mandatos de Deputado Provincial nos períodos de 1877 a 1878, 1879 a 1880 e 1881 a 1882.
Elegeu-se Senador da República pelo Rio Grande do Sul de 1890 a 1899 e de 1900 a 1906.
Ramiro Barcellos foi contemporâneo, correligionário e amigo de Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros e Pinheiro Machado.
Colaborou com o jornal A Federação, desde seu primeiro número, no qual escreveu Cartas a d. Izabel, com o pseudônimo de Amaro Juvenal, que continuou sendo utilizado em poemas satíricos.
No fim da vida rompeu com seu primo Borges de Medeiros, quando este, chefe absoluto da política no Rio Grande do Sul, apoiou a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca a Senador da República e não a sua candidatura.
Ramiro considerou ato como uma traição ao partido que ambos pertenciam.
O que certamente mais literariamente notabilizou Ramiro Barcellos foi o Poemeto Campestre, hoje considerado uma jóia da literatura gaúcha, elaborado entre 1910 e 1915, em razão da briga política contra Borges de Medeiros, então Presidente do Estado, ali retratado como Antônio Chimango.
Antônio Chimango, hoje já com mais de vinte edições, teve sucesso extraordinário, e é considerada uma obra-prima pelo seu sarcasmo e genuíno cunho gauchesco.
Ramiro Barcellos faleceu aos 64 anos, em 28 de janeiro de 1916, em Porto Alegre.
Ramiro Barcelos |
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
GLAUBER ROCHA
Glauber de Andrade Rocha foi um cineasta, ator e escritor nascido em Vitória da Conquista, Bahia, em 14 de março de 1939.
Filho de Adamastor Bráulio Silva Rocha e de Lúcia Mendes de Andrade Rocha, Glauber Rocha foi criado na religião da mãe, protestante, membro da Igreja Presbiteriana, por ação de missionários americanos da Missão Brasil Central.
Alfabetizado pela mãe, estudou no Colégio do Padre Palmeira, instituição transplantada pelo padre Luís Soares Palmeira de Caetité, então o principal núcleo cultural do interior do Estado.
Em 1947 mudou-se com a família para Salvador, onde seguiu os estudos no Colégio 2 de julho, dirigido pela Missão Presbiteriana, ainda hoje uma das principais escolas da cidade.
Ali, escrevendo e atuando numa peça, seu talento e vocação foram revelados para as artes performativas.
Participou em programas de rádio, grupos de teatro e cinema amadores, e até do movimento estudantil, curiosamente ligado ao Integralismo.
Começou a realizar filmagens, que logo abandonou para iniciar uma breve carreira jornalística, em que o foco era sempre sua paixão pelo cinema.
Na faculdade conheceu Helena Ignez, com quem se casou.
Sempre controvertido, escreveu e pensou cinema.
Queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade.
Antes de estrear na realização de uma longa metragem (Barravento, 1962), Glauber Rocha realizou vários curtas-metragens, ao mesmo tempo que se dedicava ao cineclubismo e fundava uma produtora cinematográfica.
Deus e o diabo na terra do sol (1964), Terra em transe (1967) e O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1969) são três filmes paradigmáticos, nos quais uma crítica social feroz se alia a uma forma de filmar que pretendia cortar radicalmente com o estilo importado dos Estados Unidos da América.
Essa pretensão era compartilhada pelos outros cineastas do Cinema Novo, corrente artística nacional liderada principalmente por Rocha e grandemente influenciada pelo movimento francês Nouvelle Vague.
Glauber Rocha foi um cineasta controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira.
Era visto pela ditadura militar que se instalou no país, em 1964, como um elemento subversivo.
Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor.
Com Barravento ele foi premiado no Festival Internacional de Cinema da Tchecoslováquia em 1963.
Um ano depois, com Deus e o diabo na terra do sol, ele conquistou o Grande Prêmio no Festival de Cinema Livre da Itália e o Prêmio da Crítica no Festival Internacional de Cinema de Acapulco.
Foi com Terra em transe que tornou-se reconhecido, conquistando o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes, o Prêmio Luis Buñuel na Espanha, o Prêmio de Melhor Filme do Locarno International Film Festival, e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro.
Outro filme premiado de Glauber foi O dragão da maldade contra o santo guerreiro, prêmio de melhor direção no Festival de Cannes e, outra vez, o Prêmio Luiz Buñuel na Espanha.
Em 1971, com a radicalização do Regime Militar, Glauber partiu para o exílio, de onde nunca retornou totalmente.
Em 1977, viveu seu maior trauma: a morte da irmã, a atriz Anecy Rocha, que, aos 34 anos, caiu em um fosso de elevador.
Antes, outra irmã dele morreu, aos 11 anos, de leucemia.
Glauber Rocha residia há meses em Sintra, cidade de veraneio portuguesa, quando faleceu vítima de septicemia, há exatos 30 anos, em 22 de agosto de 1981, provocado por broncopneumonia que o atacava há mais de um mês, na Clínica Bambina, no Rio de Janeiro, depois de ter sido transferido de um hospital de Lisboa, onde permaneceu dezoito dias internado.
Glauber Rocha |
domingo, 21 de agosto de 2011
O JOGO DE TRINTA E SETE MINUTOS
A decisão do Campeonato Brasileiro de 1980.
Entre Atlético-MG x Flamengo foi um jogo polêmico.
O árbitro que apitou a segunda partida da decisão.
O paulista José de Assis Aragão.
Expulsou o atacante Reinaldo.
Que reclamou de um impedimento.
No momento da expulsão, o jogo estava empatado em 2 a 2.
Resultado que dava o título ao Galo.
Já que ele havia vencido o primeiro jogo.
Por 1 a 0, no Mineirão.
Por 1 a 0, no Mineirão.
Chicão e Palhinha também foram expulsos de campo.
Nunes marcou o gol que deu o título ao Flamengo.
A oito minutos do fim da partida.
Flamengo e Atlético-MG classificaram-se.
Para a disputa da Taça Libertadores da América em 1981.
Na primeira fase, ficaram juntos no Grupo 3.
Na estreia de ambos, um empate em 2 a 2 no Mineirão.
Após empate com o Olímpia.
E vitória contra o Cerro Porteño.
E vitória contra o Cerro Porteño.
Nos jogos realizados no Paraguai.
O Atlético bateu o Olímpia.
E empatou com o Cerro no Mineirão.
E empatou com o Cerro no Mineirão.
Flamengo e Atlético-MG.
Voltariam a se encontrar no Maracanã.
Voltariam a se encontrar no Maracanã.
Uma vitória daria a classificação aos mineiros.
O que ocorreu, foi mais um empate em 2 a 2.
E a vitória do Flamengo contra o Cerro no Paraguai.
Além de um empate do rubro-negro contra o Olímpia.
Deixaram Flamengo e Atlético-MG iguais.
Com oito pontos na tabela.
Para decidir o primeiro colocado do Grupo 3.
Foi necessário um jogo-desempate.
No Estádio Serra Dourada, em Goiânia.
21 de agosto de 1981.
Flamengo e Atlético-MG entram em campo.
Mais de 70 mil pessoas presentes ao Serra Dourada.
O carioca José Roberto Wright é o árbitro da partida.
Antes mesmo do jogo já havia polêmica.
O árbitro viajou junto à delegação carioca do Rio até Goiás.
Até aí nada demais, afinal ele estava no Rio de Janeiro mesmo.
O que gerou mais desconfiança.
Foi que simplesmente Wright ficou hospedado.
No mesmo hotel que o time do Flamengo.
Vamos ao jogo.
Tudo corria normalmente.
Até cerca de vinte minutos do primeiro tempo.
Quando Reinaldo faz falta normal em Zico.
E imediatamente, sem pensar.
Wright mostrou o cartão vermelho ao atacante alvinegro.
Reinaldo ficou perplexo e tentava se explicar.
Mas de nada adiantou.
E não demorou muito para ocorrer nova expulsão.
Dessa vez a vítima foi Éder, depois de discutir com o árbitro.
A partir da expulsão de Éder.
A comissão técnica da equipe mineira invadiu o gramado.
Uma longa confusão foi gerada.
Resultando na expulsão também de Chicão e Palhinha.
Além do técnico Carlos Alberto Silva.
E de todo o banco de reservas alvinegro.
Jogadores, comissão técnica e diretoria.
Apesar do tumulto, a partida recomeçou.
Mas o goleiro João Leite caiu no gramado.
Reclamando de dores na perna.
Nova confusão.
E José Roberto Wright expulsa Osmar Guarnelli.
A partida foi dada por encerrada pelo árbitro.
Como não podia mais fazer substituições.
E com o número de jogadores abaixo do mínimo permitido.
O jogo foi encerrado, decorridos apenas 37 minutos.
Posteriormente, o Flamengo foi declarado vencedor.
Pelo placar de 1 a 0.
E acabou campeão da Taça Libertadores daquele ano.
Ao bater na Final o Cobreloa, do Chile.
Aquele polêmico duelo brasileiro na Libertadores.
Que teve a duração de apenas 37 minutos.
Ocorreu há exatos 30 anos...
Ficha do jogo
21 de agosto de 1981
Flamengo 0 x 0 Atlético-MG
Estádio Serra Dourada, Goiânia.
Público: 71.157.
Árbitro: José Roberto Wright.
Expulsões: Reinaldo, Éder, Chicão, Palhinha e Osmar (Atlético-MG).
Flamengo: Raul; Leandro (Carlos Alberto), Figueiredo, Mozer e Júnior; Vítor, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Baroninho (Chiquinho). Técnico: Paulo César Carpeggiani.
Atlético-MG: João Leite; Orlando, Osmar, Alexandre (Marcus Vinícius) e Jorge Valença; Chicão, Toninho Cerezo e Palhinha; Vaguinho (Fernando Roberto), Reinaldo e Éder. Técnico: Carlos Alberto Silva.
sábado, 20 de agosto de 2011
SLOBODAN MILOSEVIC
Slobodan Milošević nasceu em Požarevac, na Sérvia, há exatos 70 anos, em 20 de agosto de 1941.
Foi presidente da Sérvia entre 1989 e 1997, e da República Federal da Iugoslávia, entre 1997 e 2000.
Também foi o principal líder do Partido Socialista da Sérvia desde a sua fundação, em 1990.
Slobodan Milošević nasceu no seio de uma família abastada.
Em 1953, afiliou-se à Liga dos Comunistas da Iugoslávia, nome como ficou conhecido o Partido Comunista da Iugoslávia a partir de 1952.
Estudou Direito na Universidade de Belgrado, formando-se em 1964, e iniciou sua atividade profissional na administração da República Socialista da Sérvia, mais precisamente em Belgrado, como assessor do prefeito e como chefe do serviço de informação do município.
Em 1965, casou-se com Mirjana Markovic, que ocupava o cargo de professora de Teoria Marxista na Universidade de Belgrado.
Em 1968, passou para o mundo empresarial, onde ocupou diversos cargos em empresas de autogestão.
Começou a trabalhar na companhia energética estatal (Technogas), da qual foi nomeado diretor-geral em 1973.
Em 1978, ascendeu para a direção do maior banco iugoslavo, o Beogradska Banka (Banco de Belgrado).
Com a morte de Tito (1980), Milošević começou a entrar paulatinamente na política.
Apesar de aparecer como um homem introvertido e orador sem carisma, em 1983 é eleito para presidir o Comitê Central do Partido Comunista da Sérvia, cargo para o qual é reeleito em 1986 e 1988.
Em maio de 1989, é eleito Presidente da República Iugoslava da Sérvia.
Este rápido percurso, que, em sete anos, levou-o de mero técnico da administração a Presidente da Sérvia surpreendeu a todos.
Milošević possuía um perfil burocrata.
Em 1988, agrava a tensão dentro das fronteiras da Sérvia, principalmente com a Eslovênia.
Milošević passa a desfrutar de um enorme apoio popular.
Tem o apoio da Igreja Ortodoxa Sérvia.
Sua rápida ascensão política coincidiu com a radicalização do nacionalismo, que teve lugar na sociedade sérvia, no momento em que o comunismo soviético perdia força.
Em 1989 decide transformar o Partido Comunista em Partido Socialista da Iugoslávia.
Sob sua direção, teve início uma afirmação institucional da identidade sérvia, em detrimento das demais populações minoritárias.
Em junho de 1989, em plena efervescência nacionalista, Milošević se apresentou em Kosovo perante uma multidão de um milhão de sérvios e pronunciou o famoso Discurso de Gazimestan, uma celebração do nacionalismo sérvio que trouxe sérias consequências.
Em janeiro de 1990, realiza-se o décimo quarto e último Congresso da Liga dos Comunistas da Iugoslávia.
O fosso entre a Sérvia e a Eslovênia já era incurável, principalmente por causa da intransigência de Milošević.
Milan Kucan, que lidera os eslovenos, decidiu retirar a delegação de seu país do Congresso.
O mesmo seria feito imediatamente pelo croata Ivica Račan.
É o fim da política federal e multiétnica da Iugoslávia.
Em junho de 1990, Milošević renomeia a Liga dos Comunistas da Sérvia em Partido Socialista da Sérvia, do qual é eleito presidente.
Após a realização de referendos em junho de 1991, Croácia e Eslovênia proclamam sua independência.
No contexto da desintegração da Iugoslávia e das guerras que ali ocorreram contendo episódios de ataques deliberados contra civis que foram classificados como crimes contra a humanidade, genocídio e limpeza étnica, e da responsabilidade que tinha Milošević por ser o presidente da Sérvia, foi chamado, por alguns meios de comunicação, por grande parte da opinião pública ocidental e pelos adversários políticos, de o Carniceiro dos Bálcãs.
O Exército Federal intervém na Eslovênia.
Milošević não tem interesse no país, etnicamente compacto e apoiado pela Áustria e Alemanha.
A atenção de Milošević se move ao longo de toda a Croácia, em especial nas regiões habitadas por sérvios.
Seu plano é anexar os territórios sérvios da Croácia e uma boa parte da Bósnia e Herzegovina, criando assim uma "Grande Sérvia".
No segundo semestre de 1991, Milošević, o exército federal iugoslavo e tropas paramilitares começaram uma guerra violenta contra a Croácia.
O exército iugoslavo penetra profundamente em território croata, chegando a ameaçar Zagreb.
Neste contexto, fez um pacto com o Presidente croata, Franjo Tudjman, para a partição da Bósnia (já orientada para a independência) entre sérvios e croatas.
Em abril de 1992, a Bósnia e Herzegovina declarou sua independência.
Passam a surgir episódios de violência e Milošević parte em defesa dos sérvios, minoritários na república separatista.
Milošević apoia militar e politicamente Radovan Karadzic, líder dos sérvios da Bósnia, que mancha o pais com crimes de guerra.
Na oposição, algumas vozes começam a levantar-se contra a ameaça nacionalista (Círculo de Belgrado), mas em dezembro de 1992, Milošević é novamente reeleito como presidente, desta vez nas eleições com sufrágio universal.
A Guerra da Bósnia culmina com o massacre de Srebrenica em julho de 1995, perpetrado pelas forças sérvias contra os bósnios muçulmanos, precipitando a intervenção da OTAN.
A guerra civil dura mais de três anos, tendo o exército de Milošević praticado todo o tipo de atrocidades contra bósnios, croatas e muçulmanos, naquele que foi o mais sangrento conflito europeu pós-Segunda Guerra Mundial.
A saída militar sérvia da condução desses eventos, e os Acordos de Dayton em dezembro de 1995 põem fim à guerra na Bósnia e Herzegovina e na Croácia.
Em outubro de 1995, Milošević é proibido de entrar nos Estados Unidos.
As eleições municipais de 1996 foram denunciadas por alguns segmentos como fraudulentas, o que desencadeou uma grande onda de protestos, com manifestações diárias em Belgrado, durante o mês de dezembro até o início de 1997.
Ódios seculares expostos, coube a Milošević e à Sérvia o papel de causadores do conflito.
Com isto, a nação é isolada da comunidade internacional.
Terminado o conflito da Bósnia, os habitantes de maioria albanesa na província de Kosovo entram em conflito com milicianos sérvios autônomos, com o apoio implícito de Milošević.
Em maio do mesmo ano, quando a guerrilha já controla cerca de 40% do país, Milošević concorda em negociar com os kosovares.
No ano seguinte, Estados Unidos e União Europeia forçam os dois lados a retomar negociações na Conferência de Rambouillet.
A Iugoslávia rejeita a proposta de maior autonomia para a província seguida pelo envio de uma força de paz internacional.
Assim, o país é bombardeado por forças da OTAN em 1999, incluindo áreas muito longe da zona de conflito, como Belgrado e Novi Sad.
Dezenas de milhares de civis inocentes são mortos.
Boa parte da infra-estrutura civil e militar do país é destruída, o Kosovo passa a ser administrado pela ONU, mas Milošević tenta passar uma imagem de salvador da Sérvia.
A crise aumenta no país, até culminar com sua derrota nas eleições de 1999.
Milošević recusa-se a aceitar o resultado das urnas, e o mesmo povo que treze anos antes o levara ao poder exige sua deposição, em outubro de 2000.
Milošević é deposto e passa para a clandestinidade.
Em 2001, o Tribunal Penal Internacional em Haia solicitou a detenção de Milošević ao governo formado depois do golpe de estado do ano anterior, que levara ao poder Vojislav Koštunica, apesar da Iugoslávia ainda não ter reconhecido formalmente a jurisdição deste tribunal.
Em 28 de junho de 2001, Milošević foi preso em seu país e transferido para Haia, sem que fosse sequer julgada sua extradição, como mandava a legislação penal iugoslava.
Em troca, o presidente americano George W. Bush libera verbas para a reconstrução do país.
Em Haia, teve início o processo criminal contra Milošević no Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia, em que é acusado por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio, cometidos durante a Guerra Civil Iugoslava.
Na sequência da transferência de Milošević, a acusação original de crimes de guerra no Kosovo foram atualizados pela adição de acusações de genocídio na Bósnia e crimes de guerra na Croácia.
O julgamento começou em Haia, em fevereiro de 2002, com Milošević se defendendo enquanto se recusava a reconhecer a legalidade da competência do tribunal.
Milošević foi encontrado morto em sua cela em 11 de março de 2006, no centro de detenção do tribunal penal em Scheveningen, em Haia.
O Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia disse que ele sofria do coração e pressão alta.
Seu julgamento era esperado para retomar três dias depois com o depoimento do ex-presidente de Montenegro, Momir Bulatovic.
O tribunal tinha rejeitado recentemente um pedido de tratamento médico na Rússia.
Milošević planejava apelar da decisão, argumentando que sua condição tinha piorado.
Sua morte por causas naturais foi anunciada pelo Partido Socialista da Sérvia, mas seu advogado, Zdenko Tomanovic, afirmou que Milošević suspeitava às vésperas de sua morte, que estava sendo envenenado, e, por isso, exigiu que a autópsia fosse realizada na Rússia, em vez da Holanda.
O pedido foi rejeitado e seu corpo foi levado para o Instituto Forense Holandês, que autorizou a presença de um patologista de Belgrado.
O relatório final do inquérito concluiu que Milošević morreu de causas naturais, descartando a presença de qualquer substância que poderia provocar um problema cardíaco.
O Tribunal negou qualquer responsabilidade sobre a morte de Milošević, alegando que ele se recusara a tomar os medicamentos que lhe foram receitados, e preferiu medicar-se por conta própria.
Slobodan Milošević |
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
JÂNIO E CHE: A GOTA D'ÁGUA
Entre os muitos episódios que marcaram a vida de Che Guevara, seu encontro com o presidente Jânio Quadros é, talvez, um dos menos conhecidos ou documentados.
Os relatos de seus biógrafos são coincidentes em sua brevidade e escassez de detalhes.
Ainda assim, sua visita-relâmpago ao Brasil, foi considerada por muitos polemistas da época e jornalistas sensacionalistas de plantão, como, possivelmente, a gota d’água para a renúncia de Jânio, dali a seis dias.
O então Ministro das Indústrias de Cuba acabava de partir do Uruguai, após vários dias de acalorados debates na reunião do CIES (Conselho Interamericano Econômico e Social, um órgão da OEA), em Punta del Este, onde cumprira uma agenda cheia (naquele balneário e em Montevidéu) de discursos, reuniões políticas, coquetéis e entrevistas para a imprensa estrangeira.
Guevara estava exausto, mas antes de retornar a Havana, ainda tinha dois compromissos importantes: encontrar-se secretamente com o presidente Frondizi, na Argentina e em seguida, partir para o Brasil, onde seria recebido pelo primeiro mandatário do país, Jânio Quadros.
O turbo-hélice quadrimotor Bristol Britannia, da Cubana de Aviación pousou na Base Aérea de Brasília às 23:30 horas, do dia 18 de agosto de 1961.
Destacado para receber o revolucionário argentino, o então deputado federal José Sarney acabou não permanecendo no local para a sua chegada, por causa dos sucessivos atrasos no vôo da delegação da ilha caribenha.
Assim, a tarefa ficou a cargo do diplomata Carlos Alberto Leite Barbosa, que recepcionou o ilustre convidado e o levou imediatamente, junto com sua comitiva de quarenta e cinco pessoas (vinte das quais eram seguranças), para o Brasília Palace Hotel, onde ocupariam um andar inteiro.
Che demonstrava cansaço, especialmente porque no dia anterior sofrera um forte ataque de asma em Montevidéu.
Passou parte da noite conversando em sua suíte com o então fotojornalista do jornal O Estado de São Paulo, Raymond Frajmund, e um grupo de amigos, e depois foi descansar.
Às seis horas da manhã do dia seguinte teria de levantar e seguir diretamente para a Praça dos Três Poderes, onde saudaria a bandeira e passaria em revista às tropas.
Enquanto isso, vários oficiais da Guarda Presidencial, indignados com a presença do dirigente comunista, se rebelavam.
Não queriam participar do evento programado.
O clima era de tensão.
Após grande esforço dos oficiais mais graduados, por toda a madrugada, a situação foi resolvida a tempo, e tudo transcorreu como planejado.
Eram sete horas da manhã do dia 19 de agosto de 1961, há exatos 50 anos, quando Che Guevara, em seu tradicional uniforme verde-oliva, era recebido com honras militares.
Mesmo aparentando certo desconforto com a cerimônia, ouviu os hinos nacionais dos dois países e bateu continência à bandeira, diante dos soldados enfileirados (os oficiais responsáveis pela tropa, por sua vez, se recusaram a se perfilar diante do Che).
Dezoito minutos depois, já estava no Salão Verde do Palácio do Planalto, onde foi acolhido com entusiasmo por Jânio.
Aquela não era a primeira vez que os dois se encontravam.
Jânio havia visitado Cuba no final de março e início de abril de 1960, a convite de Fidel Castro, quando ainda era candidato à presidência.
Enquanto Fidel, cauteloso, se esquivava de algumas perguntas, respondendo com evasivas, Guevara fez questão de declarar a Jânio, com todas as letras, que ele era marxista-leninista, uma franqueza que impressionou bastante o visitante.
Agora era a vez de Che visitar seu colega em Brasília.
A viagem de Guevara à capital brasileira fora decidida pouco tempo antes e era basicamente de cortesia, com caráter protocolar.
Quando Che ia à reunião da OEA, no Uruguai, fez breve escala no aeroporto do Rio de Janeiro, onde recebeu o convite de João Dantas, em nome de Jânio (há quem diga que o convite teria partido do então ministro Clemente Mariani).
O encontro serviria, supostamente, para estreitar os laços de amizade entre os dois países.
E também para discutir a situação e o destino de cento e sessenta e oito exilados cubanos, que se encontravam na residência da Embaixada Brasileira em Havana.
O ato mais importante e simbólico da visita, contudo, seria a condecoração de Che com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta comenda do governo.
Na verdade, a decisão de condecorar Guevara foi abrupta.
Como o Itamaraty (e sua divisão de cerimonial) na época ainda ficava no Rio (em Brasília só havia um escalão avançado, com o gabinete do chanceler), foi necessário mandar buscar, às pressas, a medalha na antiga capital.
O chefe do cerimonial, Câmara Canto (mais tarde embaixador do Brasil no Chile, durante o golpe de Pinochet), providenciou para que fosse levada a tempo a Brasília, num Caravelle da Cruzeiro do Sul.
Numa cerimônia com poucas pessoas, Jânio colocou a insígnia no comandante e seguiu então para uma conversa reservada com ele em seu gabinete.
O gesto, aparentemente singelo, foi considerado imperdoável para alguns setores das Forças Armadas.
É verdade que outros dignitários cubanos já haviam recebido aquela comenda, anos antes, como Osvaldo Dorticós e Raúl Roa.
Até mesmo o cosmonauta soviético Yuri Gagarin ganhara uma condecoração, a Ordem do Mérito Aeronáutico, apenas dezesseis dias antes.
Mas agora, as coisas eram diferentes.
A situação, desta vez, não permitia tamanha ousadia.
Os Militares não perdoariam Jânio por isso.
Alguns deles até ameaçaram devolver suas próprias condecorações em protesto.
O clima esquentara também com o Governador da Guanabara, Carlos Lacerda.
Algumas horas antes da chegada de Che a Brasília, Lacerda se encontrara com Jânio e ficara extremamente irritado ao saber da condecoração.
Ele iria entregar as chaves do Rio de Janeiro, logo depois, ao contra-revolucionário anticastrista cubano Manuel Varona.
Após uma reunião fechada com Jânio, Guevara conversou com jornalistas e, junto com o encarregado de negócios de Cuba e alguns membros de sua delegação, foi para um almoço com o Prefeito do Distrito Federal, Paulo de Tarso, na residência oficial do Riacho Fundo.
Em seguida, deu uma volta de helicóptero sobre a capital e seguiu para a Base Aérea.
Seu avião decolou às 15 horas com destino a Havana.
A visita de Che durou menos de dezesseis horas, mas passou como um furacão.
A condecoração de Guevara foi a última solenidade de Jânio no Palácio do Planalto.
Seis dias depois, ele renunciava.
Os Militares, por sua vez, depois do Golpe de 1964, em outro gesto simbólico, iriam retirar aquela comenda do famoso revolucionário.
Jânio condecora Che Guevara com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, há exatos 50 anos. |
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