sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

MARÍLSON QUEBRA JEJUM DO BRASIL NA SÃO SILVESTRE; TIMBILILI BATE RECORDE *



Quatro anos depois, o Brasil voltou a comemorar o título da Corrida Internacional de São Silvestre.

Marílson Gomes dos Santos conquistou o tricampeonato da prova nesta sexta-feira, com o tempo de 44min04s.

No feminino, a vencedora foi a queniana Alice Timbilili, campeã de 2007, com direito a recorde.

Marílson havia ficado afastado por quatro anos, e agora se tornou o primeiro brasileiro tricampeão da São Silvestre na era internacional da corrida.

Ele foi o vencedor também em 2003 e 2005.

"Achei que seria decidido no final, mas consegui abrir vantagem antes, e foi melhor assim", afirmou Marílson logo após cruzar a linha de chegada.

Ele chegou bem à frente do segundo colocado, o queniano Barnabas Kosgei.

Campeão de 2009, James Kipsang ficou em terceiro, e o brasileiro Giovani dos Santos foi ao pódio em quarto.

No feminino, Timbilili fez o tempo de 50min19s, seguida pela brasileira Simone Alves.

Ela melhorou em sete segundos o recorde que era da compatriota Hellen Kimayio desde 1993.

A terceira colocada foi a queniana Eunice Kirwa, e a brasileira Cruz Nonata também subiu ao pódio, em quarto lugar.

Melhos brasileira, a vice-campeã Simone comemorou o resultado: "Eu vim para brigar entre as cinco primeiras.

Treinei três meses para essa prova.

Era um sonho subir ao pódio, já que já fui 11ª e 7ª colocada.

Estou muito feliz de ser a primeira brasileira.

A São Silvestre é muito difícil, tanto entre as brasileiras quanto as estrangeiras, por isso estou bem feliz".

Na largada feminina, o pelotão de frente permaneceu compacto até os primeiros dois quilômetros, quando a equatoriana Diana Judith Landi abriu pequena vantagem na ponta.

Mas durou pouco, e logo as quenianas e brasileiras assumiram a liderança.

Por volta do quinto quilômetro, a queniana Alice Timbilili brigava pelo primeiro lugar contra a brasileira Simone Alves da Silva e Cruz Nonata, além da compatriota Eunice Kirwa.

As quatro se revezaram na ponta até a metade da prova.

Foi quando Timbilili se afastou definitivamente das rivais, deixando a brasileira Simone Alves para trás.

Quando os homens largaram, o primeiro colocado na descida da Consolação era o brasileiro Eder Uillian da Silva, que depois foi ultrapassado por Israel dos Anjos e o marroquino Mohamed El Hachimi.

Enquanto isso, Marílson dos Santos permanecia no pelotão de trás junto com os outros quenianos, como o vencedor de 2009, James Kipsang.

No Minhocão, o marroquino El Hachimi abriu vantagem, mas cansou e logo foi deixado para trás pelo pelotão liderado por Marílson dos Santos.

O brasileiro entrou na segunda metade da prova brigando pela liderança contra os quenianos Emmanuel Bett e Barnabas Kosgei.

Marílson conseguiu abrir alguma vantagem na saída do viaduto Pacaembu. Estavam definidos assim os primeiros colocados da prova no masculino e no feminino.

* Publicado no UOL às 16:35 hs.

CORRIDA DE SÃO SILVESTRE

A Corrida Internacional de São Silvestre é a mais famosa corrida de rua no Brasil, realizada anualmente na cidade de São Paulo, no dia 31 de dezembro, dia de São Silvestre (data de morte do papa da Igreja Católica, canonizado também neste dia, anos depois, no quarto século da Era Cristã) e de onde vem o seu nome.

A corrida atualmente tem um percurso de 15 km., menos da metade de uma maratona, mas com quase todas dificuldades de uma, devido a fatores como o intenso calor do verão brasileiro e os obstáculos geográficos a serem superados pelos participantes.

Desidratação e insolação, entre outros, não são fatos raros, tanto entre os profissionais como entre amadores, a grande maioria dos participantes.

A primeira edição da Corrida de São Silvestre foi realizada há exatos 85 anos, em 31 de dezembro de 1925, quando Alfredo Gomes percorreu os 8,8 km. da prova em 33 minutos e 21 segundos e venceu a disputa.

O jornalista Cásper Líbero, um milionário que fez fortuna no início do século XX no setor de imprensa, é o idealizador e fundador do evento. Sua ideia original era utilizar a corrida como meio de promoção de seu jornal.

Na primeira edição do evento, em 1925, 60 pessoas preencheram o formulário de inscrição para participar do evento, mas apenas 48 compareceram no local e horário marcados para o evento.

Desses, apenas 37 foram oficialmente classificados, pois o regulamento da época exigia que todos os corredores cruzassem a linha de chegada em no máximo 3 minutos após a chegada do vencedor para que fossem classificados no quadro oficial da prova.

Primeira edição da Corrida de São Silvestre, em 1925

Em 1928, ano da quarta edição do evento, Líbero fundou um dos primeiros periódicos dedicados exclusivamente ao esporte no país, a "Gazeta Esportiva", que a partir de então passou a ser a organizadora e patrocinadora oficial do evento, condição que detém até os dias atuais.

A corrida tornar-se-ia o principal meio de publicidade daquela publicação esportiva.

Dado importante é o fato de que, ao contrário de outros eventos desportivos tão ou mais antigos, a Corrida de São Silvestre nunca deixou de realizar-se, nem mesmo durante a Segunda Guerra Mundial.

Originalmente restrita a homens, o regulamento original da competição também previa a participação exclusiva de cidadãos da cidade de São Paulo.

Nos anos seguintes, corredores de outras partes do país foram aceitos ao evento, mas somente em 1941 a corrida seria vencida por um corredor de fora do estado de São Paulo (José Tibúrcio dos Santos, de Minas Gerais).

Nesta época, a participação de estrangeiros era proibida. É preciso salientar que a regra bania a vinda de atletas estrangeiros para participar, mas não impedia que estrangeiros residentes na cidade de São Paulo (imigrantes) participassem.

Nesse contexto, o italiano Heitor Blasi foi o único estrangeiro a vencer a prova antes de 1947 (venceu em 1927 e 1929).

Em 1945 foi liberada a participação de estrangeiros, mas apenas para corredores convidados provenientes de outros países da América do Sul.

O sucesso das duas primeiras edições internacionais, no entanto, levou os organizadores a liberarem a participação de corredores de todo o mundo a partir de 1947.

Este ano marcou o início do período de 34 anos durante o qual nenhum brasileiro venceria a prova, o que se encerrou somente quando José João da Silva, de Pernambuco, venceu a edição de 1980 (feito que repetiria em 1985).

Apesar de ter sido aberta à participação internacional em 1945, a Corrida de São Silvestre adquiriu fama no calendário do atletismo internacional apenas em 1953, quando o corredor mais famoso da época (e, possivelmente, de todos os tempos), o tcheco Emil Zatopek, participou e venceu a corrida.

Emil Zatopek (à esquerda), premiado vencedor em 1953
Nas últimas duas décadas, quase todos os principais corredores de longa distância do mundo participaram da São Silvestre pelo menos uma vez.

A corrida permaneceria restrita a homens até 1975, quando as Nações Unidas declararam aquele ano como o Ano Internacional da Mulher.

Os organizadores da São Silvestre aproveitaram o momento para realizar a primeira corrida feminina no mesmo ano.

O evento feminino começou já com livre participação internacional, sendo a alemã Christa Valensieck a vencedora da primeira prova feminina. A primeira vitória brasileira ocorreria somente na 20ª edição da prova, quando Carmem Oliveira venceu, em 1995.

Carmen Oliveira vence a São Silvestre em 1995
Em 1993, realizou-se a primeira maratona infantil, para crianças de ambos os sexos, denominada “São Silvestrinha”.

Até 1988, a corrida era realizada à noite, geralmente iniciando-se às 23:30, de forma que os primeiros classificados cruzavam a linha de chegada por volta da meia-noite, mas o ano de 1989 foi marcado por sensíveis modificações no formato do evento.

O objetivo era cumprir as determinações da Federação de Atletismo. O horário de início da corrida foi alterado, passando às 15 horas para mulheres e às 17 horas para homens; e a distância a ser percorrida, que variava quase que anualmente (geralmente entre 6,5 e 8,8 km) foi definitivamente fixada em 15 km, o mínimo exigido pela Federação de Atletismo.

Naquele mesmo ano de 1989, a São Silvestre foi oficialmente reconhecida e incluída no calendário internacional da Federação.

O maior vencedor de todos os tempos é, no momento, Paul Tergat, do Quênia, que venceu a prova 5 vezes (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000).

Tergat também detém o recorde para a atual distância de 15 km, marcado já em sua primeira participação no evento, de 43 minutos e 12 segundos.

Vencer a Corrida de São Silvestre representa fama instantânea no Brasil. Em decorrência de seus resultados, Paul Tergat tornou-se uma das mais conhecidas personalidades africanas no país.


Paul Tergat vence a edição do ano 2000 e passa a ser o único vencedor da Corrida de São Silvestre em cinco oportunidades


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PAÍS AGUARDA NOVO GOVERNO *

No meio do segundo mandato, que termina sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apostou todas as fichas no mercado interno para enfrentar a crise econômica mundial eclodida em setembro de 2008, com a derrocada do mercado de crédito norte-americano.

Reduziu impostos, ofertou crédito, valorizou o salário mínimo e, com isso, estimulou a produção e o consumo.

Uma situação praticamente inédita no país, que gerou grande oferta de empregos e geração de renda, além do ataque à pobreza extrema com o programa Bolsa-Família.

Os trabalhadores, em geral, apoiaram a política encetada por Lula e depositaram confiança na sua continuidade.

Contudo, logo no início de novembro, dias depois das eleições, o Brasil já convivia com a sinalização nada positiva de algumas autoridades econômicas.

De Brasília vinham informações de que o combate à inflação voltava a ser uma preocupação no seio do governo que será assumido por Dilma Rousseff dia 1.

Lula adiantou e deve sancionar o Orçamento Geral da União (OGU) para 2011 com um salário mínimo embutido de R$ 540, nada além disso, como querem as centrais sindicais e outras correntes do governo em ocaso, além da oposição, que defendem algo entre R$ 560 e R$ 580.

Dezembro começou com uma pequena restrição ao crédito, que pode aumentar já no início da gestão da sucessora de Lula.

O objetivo, segundo o Planalto, é frear o consumo crescente, que não teria correspondência na ponta da produção, uma política que a sociedade brasileira considerava extinta da vida brasileira.

O câmbio desfavorável ao país e o aumento das taxas de juros também remam contra o emergente mercado interno.

Certos segmentos empresariais temem o fortalecimento da especulação financeira e a invasão de produtos estrangeiros, pelas mais variadas formas.

Muita gente já está falando num fenômeno que foi denominado de desindustrialização, assunto que para alguns observadores pode influenciar diretamente o nível de empregos no país.

O governo também sinaliza com aumento de impostos e com a volta da CPMF, travestida de Contribuição Social para a Saúde (CSS), e o corte de gastos públicos, especialmente nos investimentos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Claro que a equipe econômica de Lula tem razão em buscar o equilíbrio financeiro das contas do país e também o controle da inflação, para passar uma casa em ordem para Dilma Rousseff.

Contudo, seria recomendável ao novo governo que a partir de segunda-feira, primeiro dia útil de 2011, não adotasse velhas receitas anti-inflacionárias recessivas, que premiam a voracidade dos bancos e prejudicam a produção, o emprego e a renda.

O Brasil ficou maduro ao longo da década que finda, 80% dela sob Lula, quando experimentou um longo período de estabilidade econômica e bem-estar social.

A continuidade dessa política foi o principal compromisso eleitoral de Dilma, com o aval do presidente que se despede.

Algumas lideranças dos trabalhadores já adiantam que não aceitarão a política do "freio de arrumação" à custa dos seus empregos e salários.

Quem viver verá.

* Editorial publicado hoje no Diario de Pernambuco.

A CASA CAIU *



Por 23 minutos, Vasco e São Caetano conseguiram sepultar a imagem de que a Copa João Havelange foi um fracasso completo, em todos os sentidos.

Estádio cheio, jogo emocionante. O volante Claudecir comandando um inacreditavelmente abusado time do ABC paulista que veio da Segunda Divisão, diante do assustado, mas igualmente motivado, time de estrelas do Vasco.

Bola na trave de Hélton, Romário sai machucado. Emoções dignas de uma emocionante Final.


Até que... Bem, vocês sabem o que aconteceu.

Uma briga na Força Jovem (uns criticando e outros elogiando Romário, que deixava o campo por um túnel em frenteà torcida organizada), o tumulto, o alambrado rompido e as pessoas, esmagadas, despencando no gramado.

Mais de 200 feridos, muitas fraturas, três em estado grave. Uma tragédia. A torcida literalmente veio abaixo, e com ela a última esperança de um desfecho decente para um torneio errado desde o começo.


Mas os cartolas do futebol brasileiro não se abalaram com o sofrimento desses torcedores.

Enquanto estes eram levados de maca para as ambulâncias e helicópteros do Corpo de Bombeiros, os dirigentes de Vasco, São Caetano, da federação estadual do Rio e do Clube dos 13 discutiam o prosseguimento do jogo.

Sem alambrado, sem segurança, sem clima.

Os jogadores, meros fantoches, aguardavam tudo quietos.

No cenário, que se tornou tragicômico, reinava o deputado federal Eurico Miranda, que assume este mês a presidência do Vasco. Um sujeito que se considera acima da lei em "seu" território, São Januário.

Depois de limpar o gramado pessoalmente, empapado de suor, ele proclamou: "Vamos recomeçar o jogo". E todos obedeceram.


O comando da polícia era a favor: o cancelamento do jogo traria consequências imprevisíveis em relação ao comportamento da massa.

Instantes depois, o coronel Paulo Gomes, comandante do Corpo de Bombeiros, que havia acatado as ordens de Eurico, comunicava constrangido que o governador Anthony Garotinho telefonou, determinando que a partida fosse encerrada.

"É melhor adiar um jogo do que perder uma vida. Imagine o que faria uma torcida enfurecida caso o São Caetano fizesse um gol", afirmou o governador (que havia oferecido o Maracanã ao Vasco, antes de fechá-lo para reforma).

De fato, ninguém seria qual a reação do povo, fosse dado prosseguimento ao jogo, fosse mandando todo mundo de volta para casa.

"Incompetente, frouxo, imbecil". Esse era Eurico Miranda vituperando contra Garotinho.

"Quando o poder público entra no esporte só se atrapalha". Esse é Eduardo Vianna, o Caixa D'Água, presidente da Federação Estaudal do Rio.

Como se tivessem exemplos a dar.

Já esquecido das centenas de feridos (em respeito aos quais certo comedimento era recomendável), Eurico ordenou que seus jogadores, inclusive Romário, voltassem ao gramado, surrupiassem a taça na beira do campo e dessem a volta olímpica. "Vai Romário!", ordenou.

E o baixinho, manquitolando, foi. Eurico já havia mandado também que começasse o foguetório. Com o estádio praticamente vazio, os vascaínos deram meia volta olímpica e, envergonhados, se retiraram. "Eurico, Eurico!", gritavam os remanescentes.


"O Vasco é o legítimo campeão. Tem todos os méritos. Como o 0 a 0 era nosso e o jogo acabou, nada mais natural que a volta olímpica", disse.

Enquanto isso, a poucos metros, o vice-presidente do São Caetano, Luiz de Paula, tentava entrar no cliima: "Se ele (Eurico) diz que o Vasco é campeão, o São Caetano se contenta com o vice. Vamos comemorar do mesmo jeito".

Patético final, momento do qual os vascaínos certamente não se orgulharão.

Os mais neutros, como Caixa D'Água, ponderavam que o mais sensato seria proclamar os dois times campeões, por falta de datas para um novo jogo.

Enquanto isso, todos procuravam algum bendito representante do Clube dos 13, o responsável pela organização do campeonato pela primeira vez.

Incompetência total. Irresponsabilidade. Descaso.

Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras e vice do Clube dos 13, sumiu na multidão.

O pesadelo de São Januário pode servir como verdadeiro livro de regras de como não agir em situação de descontrole de multidões.

Aparentemente, não havia qualquer plano de contingência, nem uma brigada de socorro.

Só meia hora depois do empurra-empurra foram tomadas providências básicas previstas em qualquer manual, como a formação de um cordão de isolamento e a delimitação de uma área para helicópteros de resgate.

Infelizmente, a tragédia poderia, e pode ocorrer, em quase todos os estádios brasileiros, verdadeiras armadilhas para seres humanos.

Os alambrados altíssimos e pontiagudos que impedem invasões de campo são os mesmos que matam, quando os torcedores tentam fugir da debandada.

Na Inglaterra, foram abolidos depois da tragédia de Sheffield, em 1989 (95 mortos, mais de 400 feridos), num jogo entre Liverpool e Nottingham Forest.

Lá, também, todas as arquibancadas têm que ter assentos - torcedores de pé são um enorme fator de risco: difíceis de controlar e sujeitos a corre-corres de consequências imprevisíveis.

Além disso, fica impossível saber ao certo quantas pessoas se encontram no estádio.

É o item número um de qualquer manual de segurança: como assegurar a integridade física dos torcedores quando nem ao menos se sabe quantos estão no estádio?

E certamente havia em São Januário mais que as 33.000 pessoas que esgotaram os ingressos - é duvidoso, aliás, se o estádio do Vasco pode comportar 33.000 pessoas.

PLACAR presenciou, antes do jogo, inúmeras pessoas dando a brasileiríssima, e absurda, carteirada, para entrar sem passar pelas catracas e contribuir para a superlotação.

Nesse caso, de quem é a responsabilidade? Do dono do estádio. E quem se considera o dono de São Januário?

A história do futebol brasileiro não dá nenhum motivo para ter esperança de que o incidente de 30 de dezembro seja o ponto de partida para mudanças, tal como ocorreu na Inglaterra.

De tempos em tempos, casos assim se repetem, e são esquecidos rapidamente.

Quem ainda se lembra do desabamento da arquibancada da Vila Belmiro, que feriu centenas de pessoas num Santos x Corinthians do distante 1964?

Quem foi punido pela queda de dezenas de torcedores (quatro mortos) da arquibancada do Maracanã, no Flamengo x Botafogo decisivo de 1992?

O fim dos alambrados, a proibição de arquibancadas sem assentos nos estádios brasileiros, a obrigatoriedade de brigadas de segurança, com planos de emergência definidos (como a legislação exige para os cinemas) são providências que dependem apenas da vontade de dirigentes e legisladores sérios.

Coisa que a Copa João Havelange 2000, com sua decisão esdrúxula, provou que não temos.


* Publicado na Revista PLACAR, em janeiro de 2001.


Ocorreu há exatos 10 anos. E hoje, como estamos?

Estamos...

Há três anos e meio de uma Copa do Mundo!...


quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

DEFESA DE LONGA FAIXA TERRITORIAL *

Só agora, pouco antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passar o comando da República para a sua sucessora, Dilma Rousseff, é que o governo federal conclui um estudo sobre os problemas encontrados na faixa de fronteira do país.

Em 140 páginas, o trabalho constata a conhecida vulnerabilidade das extensas áreas (15,7 mil quilômetros) ao contrabando e ao tráfico e exibe a carência de políticas públicas específicas para essas localidades.

O relatório foi preparado pelo Grupo de Trabalho Interfederativo de Integração Fronteiriça e entregue ao presidente Lula na semana passada.

Teve coordenação do Ministério da Integração Nacional e propõe 34 medidas para tentar reagir aos problemas encontrados.

As propostas incluem desde os óbvios pedidos de reforço de efetivo policial e de capacitação de agentes, fiscais e outros profissionais para atuar em ações específicas até a criação de gratificações especiais para incentivar profissionais a se interessarem pelo trabalho nessas regiões.

Foi considerado prioritário o aumento de infraestrutura de transporte rodoviário, ferroviário, hidroviário e aéreo na faixa de fronteira, especialmente nas isoladas áreas da Região Norte.

Outra prioridade defendida é a implementação de infraestrutura hospitalar.

Foi proposta a legalização do processo de contratação de médicos e de outros profissionais de países vizinhos, mas apenas para operação nesses locais, e a criação de escolas bilíngues.

O plano recomenda ainda a ampliação dos horários de funcionamento das aduanas, para tentar aumentar o combate ao contrabando.

Sugere a criação de um regime especial ou diferenciado para exportações e importações entre micro e pequenas empresas, que hoje não conseguem operar diante dos requisitos legais e cadastrais aplicados, de forma igualitária, às médias e grandes.

A enorme extensão da faixa de fronteira brasileira contribui sobremaneira para a entrada ilegal de armas e drogas no Brasil.

A faixa abrange 588 cidades, em 11 estados, nas quais vivem 10 milhões de habitantes.

Uma característica especial desse vasto território é a presença das chamadas cidades-gêmeas.

São aglomerações vizinhas, separadas apenas pela fronteira entre os países.

Em alguns casos, isso se resume ao simples gesto de atravessar uma rua.

O estudo do governo mostra que, se as cidades-gêmeas podem ajudar na desejada integração da faixa de fronteira, representam também um caminho de acesso ao Brasil para o tráfico e para o contrabando.

É o que se registra entre Foz do Iguaçu (PR) e a Zona Franca de Ciudad del Este, no Paraguai, que concentra empresas que consomem subprodutos de indústrias brasileiras sob a forma de contrabando, voltando ao Brasil e sendo registrado como produto nosso ou paraguaio ou ainda de um terceiro país, dependendo do câmbio e das mudanças na política brasileira de impostos incidentes sobre importação e exportação.

Trata-se, pois, de um grande desafio para o governo federal conseguir soluções concretas para as nossas fronteiras, especialmente sua parte seca.

Que o Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira não caia no limbo na nova administração, à frente Dilma Rousseff.

* Editorial publicado no Diario de Pernambuco de hoje.

A ÚLTIMA VAGA PARA A COPA DE 1966

No último dia 7 de dezembro.

Escrevi como a Itália foi à Copa de 1966, na Inglaterra.

Salientei naquele texto.

Que aquela era a penúltima vaga existente naquele Mundial.

Hoje eu irei falar.

Como foi a batalha.

Pela definição da última vaga à Copa do Mundo de 1966.

Dezesseis vagas estavam disponíveis para o Mundial.

Duas previamente preenchidas.

O Brasil, então bi-campeão do mundo.

A Inglaterra, país-sede.

Quatorze vagas estavam em disputa.

Três vagas reservadas à América do Sul.

As eliminatórias sul-americanas.

Ocorreram entre maio e outubro de 1965.

O Uruguai eliminou Peru e Venezuela em julho.

A Argentina passou fácil por Paraguai e Bolívia.

O Chile roeu osso, mas despachou o Equador.

Após um jogo-extra em Lima, no Peru, em outubro.

Uma vaga estava destinada às Américas do Norte e Central.

Costa Rica, Jamaica e México.

Disputaram a fase final entre abril e maio de 1965.

O México classificou-se invicto ao Mundial.

Outra vaga estava reservada à África, Ásia e Oceania.

Inicialmente dezenove países estavam inscritos.

Mas quinze desistiram.

Em protesto à presença da África do Sul.

Por seu regime racista do Apartheid.

A FIFA optou por excluir os sul-africanos.

Mas as federações desistentes não voltaram atrás.

E apenas a Austrália e as duas Coreias.

Estavam dispostas a continuar na disputa.

Em seguida a Coreia do Sul também desistiu.

Por divergências políticas com a vizinha do norte.

Austrália e Coreia do Norte disputaram então duas partidas.

Em campo neutro, no Camboja, em novembro de 1965.

A Coreia do Norte venceu os dois confrontos.

E classificou-se ao Mundial da Inglaterra.

As nove vagas restantes.

Eram todas destinadas aos países europeus.

O grupo 1 terminou empatado.

Bélgica e Bulgária terminaram com o mesmo número de pontos.

E teriam que fazer um jogo-extra em dezembro.

Para então decidir quem ficaria com a vaga.

No grupo 2 a Alemanha Ocidental se saiu melhor.

Disputou duramente contra a Suécia a vaga.

No grupo 3 a França foi a classificada.

Mesmo com uma derrota para a Iugoslávia em Belgrado.

O grupo 4 classificou Portugal.

Que surpreendeu ao eliminar a Tchecoslováquia.

E foi à sua primeira Copa do Mundo.

No grupo 5 a Suíça ficou na frente.

Classificação confirmada apenas após o último jogo.

Após duros combates contra a Irlanda do Norte.

Esta inspirada em seu craque George Best.

A Hungria classificou-se pelo Grupo 6.

Passou sem sustos por Alemanha Oriental e Áustria.

Mesma condição da União Soviética.

Classificada com sobras no Grupo 7.

Não encontrou adversários à altura.

O Grupo 8 era o da Itália.

Após um susto em Glasgow.

Vitória sobre a Escócia em Nápoles.

E classificação garantida para a Copa do Mundo.

O grupo 9 tinha apenas Espanha e Irlanda.

A Síria desistiu.

A vaga só foi decidida a favor dos espanhóis.

Após um jogo-extra em Paris.

Faltava portanto o desempate do Grupo 1.

Para a definição do último classificado.

À Copa dos inventores do futebol.

Bulgária e Bélgica empataram em pontos.

Ambos venceram duas vezes Israel.

E no confronto entre eles.

Os búlgaros levaram a melhor em Sofia (3x0).

E os belgas devolveram a fatura em Bruxelas (5x0).

Era necessário o desempate.

29 de dezembro de 1965.

Stadio Communale, Florença, Itália.

Bélgica e Bulgária estão prestes a decidir.

O último classificado para a Copa do Mundo de 1966.

Não há um franco favorito à vaga.

A Bélgica não ia à Copas desde 1954.

A Bulgária tinha ido pela primeira vez em 1962.

O italiano Antonio Sbardella apita o início do jogo.

Os times nervosos em campo.

E eis que aos 19 minutos.

A Bulgária acha um gol no jogo.

Georgi Asparuhov.

Por muitos considerados o maior jogador da Bulgária.

Em todos os tempos.

Aparece livre de marcação na frente do goleiro belga.

Põe a bola dentro das redes.

E abre o placar para os comunistas.

Tamanho é o nervosismo belga.

A Bulgária em seguida faz o segundo.

Outra vez Asparuhov.

Delírio dos jogadores da Bulgária.

Uma boa margem estava construída no placar.

Os atletas foram para o intervalo com o 2 a 0 no placar.

O segundo tempo foi equilibrado.

Mas um gol contra iria colocar dramaticidade no jogo.

Gaganelov jogou a bola contra suas próprias redes.

Aos 30 do segundo tempo.

E a Bulgária ainda teria de suportar a pressão.

Exercida pelos "Diabos Vermelhos".

Naquele fim de jogo que valia uma vaga na Copa.

Para ampliar a dimensão do drama.

O atacante Ivan Kolev ainda foi expulso no fim do jogo.

Com menos um em campo.

A Bulgária suportou toda a pressão.

E comemorou ao ouvir o apito final.

Bulgária 2 x 1 Bélgica no placar.

A Bulgária vai à Copa de 1966.

A Bélgica teria que esperar até 1970.

Na Copa, a Bulgária caiu no grupo do Brasil.

Em campo foi um fracasso.

Perdeu as três partidas da primeira fase.

Levou um baile de Eusébio e Coluna em Manchester.

Terminando em penúltimo lugar o Mundial.

Ficha do jogo:
Bulgária 2 x 1 Bélgica
Estádio Communale, Florença, Itália.

Árbitro: Antonio Sbardella (Itália).
Assistentes: Giuliano Acernese (Itália) e Alessandro D'Agostini (Itália).

Gols: Asparuhov (Bulgária), 18 do 1o. tempo; Asparuhov (Bulgária), 19 do 1o. tempo; Gaganelov, contra (Bélgica), 30 do 2o. tempo.
Expulsão: Kolev, 42 do 2o. tempo.

Bulgária: Naydenov; Shalamanov, Gaganelov, Largov (c) e Vutzov; Zechev, Zhekov e Abadiev; Asparuhov, Yakimov e Kolev. Técnico: Rudolf Vytlacil.

Bélgica: Nicolay; Heylens, Bare, Michiels e Verbiest; Plaskie, Thio e Jurion (c); Stockman, Van Himst e Puis. Técnico: Arthur Ceuleers.

Há exatos 45 anos...

Georgi Asparuhov marcou os dois gols que levaram a Bulgária à Copa de 1966

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SISTEMA PRECISA SE MODERNIZAR *

O país tem que achar uma solução para o problema aeroportuário, criando condições para que essa importante estrutura funcione de acordo com as necessidades dos brasileiros que utilizam tal sistema de transporte, sabendo-se que hoje esse número é muito grande.

O setor exige, em última análise, uma ampla política de investimentos.

Em outras palavras: precisamos modernizar a nossa estrutura aeroportuária, a fim de que ela atenda às necessidades do próprio desenvolvimento, numa fase em que nos achamos entre as dez maiores economias do planeta.

País continental, o Brasil não pode deixar o transporte aéreo à mercê de conjunturas várias, sob risco de parar a qualquer momento.

A própria data-base dos aeroviários e aeronautas, em dezembro, mês de extremo movimento, é caso a analisar.

Greve é direito de todo trabalhador, cujo poder de negociação é tão mais forte quanto mais crítica for a possibilidade de paralisação.

Só que, parece, o referido dissídio tem servido aos dois lados, patrões e empregados, cada qual esticando a corda além do limite do bom senso, escorando-se no oportunismo da ameaça de caos generalizado.

Desta vez há agravantes a considerar.

O primeiro deles, a proximidade da posse dos novos governantes, em 1º de janeiro, quando políticos e convidados, estrangeiros inclusive - e entre eles, chefes de Estado -, terão que cruzar com rapidez os céus do país.

Num horizonte pouco mais distante, mas nem tanto, dado o volume de problemas a resolver, estão a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

A essa altura, os dois eventos já atraem os olhares da comunidade internacional para o Brasil.

E um fiasco hoje terá consequências amanhã.

Afinal, desde já o país está obrigado a provar que será capaz de sediar de forma organizada os mais importantes acontecimentos esportivos do planeta.

As companhias aéreas nacionais têm na ocasião oportunidade ímpar de se credenciarem como competentes no mercado global.

Num mundo cada vez mais aberto e em que fusões proliferam, só terão a ganhar se souberem pôr o cidadão na frente dos próprios interesses.

Em fase de expansão dos negócios, poderiam ter evitado o impasse com a oferta de algum ganho real aos empregados.

Preferiram o caminho da radicalização.

É melhor dar meia-volta e reabrir as negociações.

Da mesma forma, abolir em definitivo práticas perniciosas ao interesse coletivo, como o overbooking.

Os passageiros já têm percalços demais a temer.

Afinal, a deficiente infraestrutura aeroportuária basta como prenúncio de transtornos.

Esse é o nó a ser desatado pelo governo.

Nem todo investimento precisa ou deve ser público, mas a condução do processo cabe à autoridade máxima no setor.

Uma coordenação de esforços em prol da sociedade é urgente.

Os atrasos, com ou sem greve, não são gratuitos.

Há aeroportos a construir, a ampliar e a modernizar.

As instalações são acanhadas.

Os recursos humanos são insuficientes em número e preparação técnica.

Embarques e desembarques emperram desde a chegada do passageiro ao estacionamento, onde encontrar vaga é quase sempre questão de sorte, até as filas do check-in em balcões apertados, as esteiras para bagagens que não dão conta do fluxo e a pouca estrutura das companhias aéreas.

Enfim, falta ousadia ao setor público e ao privado.

* Editorial publicado hoje no Diario de Pernambuco.

OITALEZA

No último dia 23 de novembro, há 35 dias portanto.

Escrevi sobre a Semifinal da Taça Brasil 1960.

Naquela oportunidade.

Fortaleza e Santa Cruz decidiram uma vaga na Final.

O time cearense levou a melhor.

E classificou-se para enfrentar o Palmeiras.

A Taça Brasil era um importante torneio de futebol.

Reconhecido como Campeonato Brasileiro pela CBF.

Neste último 22 de dezembro.

Conferia ao vencedor do torneio.

O direito de representar o Brasil.

Na Taça Libertadores da América no ano seguinte.

Sua primeira edição, em 1959.

Foi vencida pelo Bahia numa Final emocionante.

Contra o Santos de Pelé.

Na segunda edição, em 1960.

Outro time nordestino chegava à Final.

Tentando escrever com letras maiúsculas.

O bom nome do futebol da região.

O Fortaleza venceu um a um seus adversários.

Moto Club, ABC de Natal, Bahia e Santa Cruz.

O Tricolor do Pici chegava invicto à Final.

Tinha a defesa menos vazada (6 gols em 8 jogos).

E o artilheiro da competição, Bececê, com 8 gols.

O Palmeiras era o campeão paulista de 1959.

A imprensa do sul considerava o Fortaleza como um azarão.

A primeira partida decisiva foi realizada no Ceará.

Na noite de 22 de dezembro de 1960.

Se dependesse da euforia dos torcedores.

O Fortaleza seria o Campeão do Brasil.

O estádio Presidente Vargas ficou pequeno.

Tamanho era o público presente.

Não havia a menor sombra.

De torcedor palmeirense no estádio.

As cores vermelho, azul e branco.

Estavam espalhadas por todo o estádio.

Mas o Palmeiras só precisou dos 19 minutos iniciais.

Para consolidar a vitória a seu favor.

Não deu nem para o tricolor esquentar.

Um balde de água fria foi jogado na torcida cearense.

O Fortaleza ainda fez um gol de honra.

No final do segundo tempo.

Fim de jogo, Palmeiras 3 x 1 Fortaleza.

O verdão dava um passo gigantesco.

Para a conquista da 2ª. edição da Taça Brasil.

O Palmeiras estava prestes a conquistar.

O seu primeiro título nacional.

Foi uma decepção para os cearenses.

O time com a defesa menos vazada da competição.

O time do artilheiro, o time invicto até então.

Todo arrumadinho, o campeão estadual.

Acabava de perder a primeira partida da Final em casa.

Parecia que a profecia de azarão estava se concretizando.

A segunda partida da Final.

Aconteceu no dia 28 de dezembro de 1960, em São Paulo.

O Palmeiras resolveu levar o jogo para o Pacaembu.

Mais de 40 mil palmeirenses.

Assistiram a um verdadeiro massacre.

Porém, para a festa ter um pouquinho de emoção.

Charuto abriu o placar para o Fortaleza.

Logo aos 6 minutos de jogo.

Mas o gol dos cearenses.

Serviu apenas para acordar o time paulista.

Já que 2 minutos depois.

Zequinha empatava a partida.

Daí para frente foi só festa verde.

Os gols palmeirenses foram saindo.

Com Chinesinho e Cruz, duas vezes cada.

Julinho, Humberto e Romeiro.

Também deixaram sua marca.

Placar final: Palmeiras 8 x 2 Fortaleza.

O Palmeiras sagrava-se campeão da Taça Brasil de 1960.

A derrota acachapante por 8 a 2.

Deixou o time do Fortaleza atordoado.

E sem coragem de voltar para a terrinha.

Para piorar a situação.

Diz a lenda que o locutor da Rádio Uirapuru, de Fortaleza.

Única a transmitir o jogo para a capital alencarina.

Parou de gritar gol do Palmeiras do quinto para frente.

Resultado?

Em Fortaleza a notícia que se espalhou logo após a partida.

Era que tinha sido um jogo duríssimo.

4 a 2 para o Palmeiras.

E ainda contando com a generosa ajuda do juiz!

Quando a verdade veio à tona.

Os torcedores do rival Ceará.

Logo trataram de arranjar.

Um apelido sui generis para o rival: “OITALEZA”!

O tempo passou.

Os 8 a 2 vez por outra eram lembrados pelos rivais.

E o Fortaleza seguiu sua trajetória.

Porém, como “mulher de malandro”.

Que gosta de apanhar.

Em 1981 o Fortaleza foi até o Maracanã.

Para enfrentar o Flamengo de Zico e Cia.

Pelo Brasileirão daquele ano.

O resultado foi mais uma derrota vergonhosa.

Desta vez por 8 a 0.

Voltou para Fortaleza.

E foi rebatizado pelo histórico nome de “Oitaleza”.

Passados quase 30 anos.

Desta última derrota por 8 gols.

Os torcedores do Ceará aguardam ansiosamente.

Pelo dia da próxima goleada.

Como em 2011 o Fortaleza vai disputar a 3ª. divisão.

Onde existe um “equilíbrio” de forças.

Talvez os alvinegros cearenses.

Tenham que esperar um pouco mais pelo “evento”.

Afinal, um apelido desses não pode ser esquecido.

Salve o OITALEZA!

Ficha do jogo:
28 de dezembro de 1960
Palmeiras 8 x 2 Fortaleza

Estádio do Pacaembu, São Paulo.
Árbitro: Ricardo Bonadies.

Gols:
Charuto (Fortaleza), aos 6 do 1o. tempo;
Zequinha (Palmeiras), aos 8 do 1o. tempo;
Chinesinho (Palmeiras), aos 10 do 1o. tempo;
Romeiro (Palmeiras), aos 12 do 1o. tempo;
Julinho Botelho (Palmeiras), aos 21 do 1o. tempo;
Charuto (Fortaleza), aos 44 do 1o. tempo;
Cruz (Palmeiras), aos 8 do 2o. tempo;
Cruz (Palmeiras), aos 14 do 2o. tempo;
Chinesinho (Palmeiras), aos 24 do 2o. tempo;
Humberto Tozzi (Palmeiras), aos 32 do 2o. tempo.

Equipes:

Palmeiras: Valdir de Moraes; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Jorge; Zequinha e Chinesinho; Julinho Botelho, Humberto Tozzi, Romeiro e Cruz.

Fortaleza: Pedrinho; Mesquita e Sanatiel; Toinho, Sapenha e Ninoso; Benedito, Walter Vieira, Moésio, Charuto e Bececê.

Há 50 anos...

O capitão do Palmeiras, Julinho Botelho, e a Taça Brasil conquistada em 1960

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

SERENIDADE DE AMOR

Que bonito é o céu sereno

Lua e estrelas assim claras

Quanta paz tão suave

No noturno descansar

Transparente atmosfera

De lembranças caras e amargas

Quanto afeto, quanto amor

Pelo ar está a passar

E eu por vós a suspirar

Com doçura prazerosa

Meu tesouro, oh formosa

Dias ativos de trabalho

De recordações saudosas

De expansões afetuosas

Trabalhar e em vós pensar

Quão bonito esse momento

Por vós vivo tão contente

Fulvio Pennacchi



O desenhista, pintor, poeta e ceramista ítalo-brasileiro Fulvio Pennacchi nasceu na Itália em 27 de dezembro de 1905, há exatos 105 anos...

domingo, 26 de dezembro de 2010

O PRIMEIRO CAMPEÃO

Amphilóquio Guarisi Marques foi um jogador de futebol, mais conhecido como Filó, nascido em São Paulo, há exatos 105 anos, em 26 de dezembro de 1905.

Começou a carreira de jogador na Associação Portuguesa de Desportos, equipe da qual seu pai, Manuel Augusto Marques, foi o segundo presidente.

Em 1925, transferiu-se para o Clube Atlético Paulistano, na época o melhor time da cidade de São Paulo.

Sendo companheiro de equipe do lendário Arthur Friedenreich, naquele mesmo ano Filó marcaria um dos gols da histórica vitória do Paulistano em um amistoso contra a Seleção da França, partida que terminou 7 a 2.

Equipe do Paulistano em excursão à Europa em 1925. Filó é o primeiro jogador posicionado em pé à esquerda na foto

Pelo Paulistano, Filó conquistaria três campeonatos paulistas, em 1926 (quando foi o artilheiro do torneio com 16 gols), 1927 e 1929, pela LAF (Liga dos Amadores de Futebol). Também em 1929 ele conquistaria outro título paulista, agora da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos), pelo Corinthians.

Ainda em 1925, no final do ano, Filó faria seus quatro jogos oficiais pela Seleção Brasileira, na disputa do Campeonato Sul-Americano de Futebol daquele ano, na Argentina.

A primeira partida foi contra o Paraguai, vencendo por 5 a 2 num jogo em que ele marcou seus dois gols pela Seleção. Enfrentaria o Paraguai novamente, com o Brasil vencendo por 3 a 1. Os outros dois jogos foram ambos contra a Seleção da Argentina, um empate em 2 a 2 e uma derrota por 4 a 1.

Filó também jogaria pelo Brasil em duas partidas não-oficiais, um empate em 1 a 1 contra o Corinthians e outro em 2 a 2 contra o Newell's Old Boys, da Argentina.

Estava cotado para integrar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1930, no Uruguai. Entretanto, um sério desentendimento entre as ligas carioca e paulista fez com que apenas jogadores do Rio de Janeiro fossem à Copa do Mundo.

Filó, Friedenreich, Feitiço e outros craques paulistas da época acabaram ficando de fora. O único de São Paulo a ir para a Copa foi Araken Patusca, que estava em litígio com seu clube, o Santos.

Equipe do Corinthians em 1930. Filó é o primeiro jogador agachado do lado esquerdo.

Em 1931, Filó foi para a Itália jogar pela Società Sportiva Lazio, adaptando seu nome para Anfilogino Guarisi.

O clube romano trouxera também seus colegas de Corinthians, De Maria, Del Debbio, Rato e Amílcar; do rival Palestra Itália, trouxe Pepe, Duílio Salatin e Enzio Serafini; do Palestra de Minas, a família Fantoni: Ninão, Nininho e Niginho, que na equipe romana ficaram conhecidos respectivamente como Fantoni I, Fantoni II e Fantoni III. E ainda André Tedesco (do Santos) e Benedito (do Botafogo). O elenco acabou ficando conhecido como "Brasilazio".

Equipe da Lazio na temporada 1931-1932 que ficou conhecida como "Brasilazio". Filó é o terceiro jogador da esquerda para a direita

Sendo considerado cidadão italiano por ser filho de uma italiana, pôde jogar pela Squadra Azzurra e por ela participou da Copa do Mundo de 1934, onde a Itália, que era a anfitriã, conquistou seu primeiro título mundial. Guarisi (como ele ficou conhecido na Itália), participou da partida de estreia da Seleção da Itália, na vitória por 7 a 1 contra os Estados Unidos.

Foi portanto o primeiro cidadão brasileiro a ser campeão mundial de futebol.

Seleção da Itália na estreia da Copa do Mundo de 1934. Filó é o segundo homem agachado da esquerda para a direita.

Atuou ao todo em seis partidas pela Seleção Italiana. Seu único gol pela Itália foi marcando contra a Grécia, na estreia das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1934. Este foi o primeiro gol da Seleção da Itália em uma disputa de eliminatória de Copa do Mundo.

Guarisi atuou naquela partida ao lado do outro brasileiro Fantoni II, o Nininho, mas este acabou não convocado para o Mundial.

Após atuar em 185 partidas oficiais e marcar 63 gols pela Lazio em cinco anos, Filó voltou ao Corinthians em 1937, a tempo de vencer o Campeonato Paulista daquele ano e também nos dois anos seguintes.

Em 1940, seu último ano como jogador, conquistou seu quarto título paulista seguido, agora jogando pelo arqui-rival Palestra Itália, atual Palmeiras, um dos times da colônia italiana de São Paulo, momento em que encerrou sua carreira, totalizando em seu currículo a conquista de oito Campeonatos Paulistas de Futebol.

Filó morreu em 8 de junho de 1974, aos 68 anos, na cidade de São Paulo.

sábado, 25 de dezembro de 2010

RAUL POMPEIA

Raul Pompeia foi um escritor brasileiro nascido em Angra dos Reis, em 12 de abril de 1863.

Ainda menino, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Matriculado no colégio Abílio, distinguiu-se como aluno estudioso, bom desenhista e caricaturista.

Na época, redigia o jornalzinho "O Archote". Prosseguiu seus estudos no Colégio Pedro II e publicou em 1880 seu primeiro romance, "Uma tragédia no Amazonas".

Em 1881, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, participando das correntes de vanguarda, materialistas e positivistas, que visavam fundamentalmente à abolição da escravatura e à República.

Ligou-se a Luís Gama e participou intensamente das agitações estudantis. Paralelamente, iniciou a publicação, no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, dos poemas em prosa "Canções sem Metro".

Reprovado no terceiro ano da faculdade, terminou o curso em Recife. De volta ao Rio de Janeiro, iniciou-se no jornalismo profissional escrevendo crônicas, folhetins e contos. Integrava as rodas boêmias e intelectuais, e, aos poucos, impôs-se como escritor.

Em 1888, deu início à publicação de um folhetim na "Gazeta de Notícias" e no mesmo ano publicou o romance "O Ateneu", uma crônica que lhe deu a consagração definitiva como escritor. É um dos principais ícones da fase literária chamada "Realismo" aqui no Brasil.

As produções do Realismo possuíam como características o objetivismo, o universalismo, a valorização do material. Haviam deixado de lado o nacionalismo e passaram a valorizar o presente. Foi chamada também de "Arte pela arte".

Após a Lei Áurea e a Proclamação da República, prosseguiu em suas atividades de jornalista político, entregando-se a um exaltado nativismo.

Suicidou-se com um tiro no peito há exatos 115 anos, em 25 de dezembro de 1895, no escritório da casa onde morava com a sua mãe, contando com apenas 32 anos. É o patrono da cadeira de número 33 da Academia Brasileira de Letras.


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NATAL

Natal!...

Que todos tenham mais amor...

Que todos dêem mais amor.

Give your love.

Give me love!...

JORGE I DA GRÉCIA

Jorge I, Rei dos gregos, nasceu há exatos 165 anos, em 24 de dezembro de 1845, em Copenhague, na Dinamarca.

Nasceu Príncipe Guilherme da Dinamarca, sendo o segundo filho do rei Cristiano IX da Dinamarca e de Luísa de Hesse. Seu irmão mais velho foi quem herdou o Reino da Dinamarca, como Frederico VIII.

Terminada a Guerra Civil que depôs Otto I (primeiro Rei da Grécia Moderna), em 30 de março de 1863, Jorge I contava com apenas 17 anos quando foi eleito pela Assembleia Nacional Grega como Rei dos Helenos, ascendendo ao trono na Grécia antes mesmo que seu próprio pai na Dinamarca.

Teve seu reinado apoiado por Reino Unido, França e Rússia.

Seu governo ficou marcado pela frase: "Minha força é o amor do meu povo", bastante similar com a frase de um de seus antepassados, Frederico VII da Dinamarca: "O amor da minha nação, minha força".

Durante o seu reinado a Grécia conseguiu expandir-se territorialmente, tomando o controle das ilhas do Mar Egeu e o Monte Olimpo, produto da Guerra Russo-Turca de 1877-1878.

Também conquistou avanços em outros âmbitos, como a construção do Canal de Corinto, além de um importante papel na política internacional, até a I Guerra Mundial.

Em seu reinado ocorreu a celebração dos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, na cidade de Atenas, em 1896, que ocorreram no recém construído Estádio Panathinaiko.

Durante uma visita à Rússia conheceu Olga Constantinova, Grande Duquesa da Rússia, com quem se casaría no ano de 1867. Deste relacionamento nasceu Constantino I (1868-1923), futuro Rei dos Helenos, que o sucedeu.

Duas semanas antes do 50o. aniversário de sua eleição, durante a Guerra Balcânica, Jorge I foi assassinado pelo anarquista Alexandros Schinas, na cidade de Salônica, em 18 de março de 1913, quando estava sem vigilância.

Ao contrário do que ocorreu em seu reinado, seus sucessores governaram em etapas curtas e inseguras. A Grécia deixou de ser uma Monarquia em dezembro de 1974, quando foi instituída a República Helênica.

Jorge I da Grécia

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

VICENTE DEL BOSQUE

Vicente del Bosque González nasceu em Salamanca, Espanha, em 23 de dezembro de 1950. É o atual treinador da Seleção da Espanha de Futebol, campeão do mundo em 2010, além de ex-jogador de futebol.

Del Bosque foi um jogador de meio-campo que atuou em 441 partidas oficiais. Iniciou sua carreira no Club Deportivo Salmantino, oportunidade em que notabilizou-se como artilheiro do time com apenas 17 anos.

Passou pelo Club Deportivo Castellón e pelo Córdoba Club de Fútbol, até chegar ao Real Madrid Club de Fútbol, onde jogou como titular da equipe durante 11 anos.

Destacou-se por sua visão de jogo e capacidade de organização do time, pelo qual foi campeão cinco vezes da Liga Espanhola e quatro vezes da Copa do Rei.

Disputou 18 partidas pela Seleção da Espanha, participando da Eurocopa de 1980. Marcou apenas um gol pela Seleção Espanhola.

Em 1984 abandonou a carreira de jogador e incorporou-se como técnico das categorias de base do Real Madrid. Em 1994 estreou como treinador da equipe principal da equipe merengue, mas só ocupou o posto durante dois meses, voltando em seguida a trabalhar nas categorias de base.

Em 1996 novamente dirige a equipe interinamente, por dois jogos, obtendo duas vitórias. Finalmente, em 1999, o clube decidiu encarregá-lo de maneira definitiva a direção técnica da equipe do Real Madrid em substituição a John Toshack.

Dirigiu a equipe no primeiro Mundial de Clubes da FIFA, no Brasil, ocasião em que classificou-se em quarto lugar. Venceu a Liga dos Campeões de 2000 e obteve o reforço da equipe em seguida através da contratação de três vencedores do Prêmio "Bola de Ouro": Luis Figo, Zinedine Zidane e Ronaldo.

Permaneceu como treinador do Real Madrid até 2003, onde venceu outra Liga dos Campeões em 2002, duas edições do Campeonato Espanhol (2001 e 2003), uma Supercopa da Espanha (2001), uma Supercopa da Europa (2002) e uma Copa Intercontinental (2002).

Em 2004 foi contratado pelo Besiktas, da Turquia, onde não obteve muito sucesso. Em 2007 trabalhou durante pouco tempo na comissão técnica do Cádiz Club de Fútbol.

Em julho de 2008 foi convidado para ser treinador da Seleção da Espanha em substiutição a Luis Aragonés, que acabara de ser campeão da Eurocopa. Estreou com uma vitória por 3 a 0 sobre a Dinamarca numa partida amistosa.

Em 2009 disputou a Copa das Confederações, obtendo o terceiro lugar. Entre setembro de 2008 e outubro de 2009 classificou a Espanha para a disputa do Mundial da África do Sul em 2010 vencendo todas as partidas das Eliminatórias.

Em junho de 2010 estreou na Copa do Mundo com derrota para a Suíça por 1 a 0. Mesmo com este tropeço, a Seleção Espanhola venceu todos os jogos restantes, classificou-se para a fase seguinte e chegou até a Final da Copa do Mundo, no dia 11 de julho de 2010, oportunidade em que venceu a Holanda por 1 a 0, e conquistou pela primeira vez o título de campeã mundial de futebol.

Atualmente permanece como técnico da Seleção da Espanha, disputando as Eliminatórias para a Eurocopa 2012, a ser disputada na Polônia e na Ucrânia.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

CBF OFICIALIZA UNIFICAÇÃO DOS TÍTULOS E TORNA PALMEIRAS E SANTOS OCTOCAMPEÕES

A CBF anunciou oficialmente que aceitou o dossiê dos clubes brasileiros que pedem a unificação dos títulos nacionais no período de 1959 a 1970.

A entidade realizou hoje no Itanhangá Golf Club a solenidade onde premiou os clubes e jogadores campeões no Rio de Janeiro.

Com o 'rearranjo' de títulos, Palmeiras e Santos somaram quatro e seis conquistas ao seu currículo, respectivamente, e se tornaram os maiores campeões brasileiros da história, com oito conquistas, superando o São Paulo, que permanece com seis.

Fluminense, Cruzeiro, Bahia e Botafogo também foram beneficiados, somando um título cada. O time tricolor carioca passou a ter três conquistas, enquanto o tricolor baiano, a celeste mineira e o alvinegro do Rio de Janeiro ficaram com duas.

Os seis clubes nacionais agraciados elaboraram um dossiê e entregaram para a CBF pedindo que tanto a Taça Brasil quanto o Roberto Gomes Pedrosa - Taça de Prata (torneios que aconteceram entre 1959 e 1970) tivessem equivalência ao Campeonato Brasileiro (que começou em 1971).

A entidade que rege o futebol nacional acabou aceitando a ideia. O encontro teve a presença de Pelé, que virou hexacampeão nacional pelo Santos com a mudança, tornando-se o atleta com mais título brasileiros no currículo.

A questão da unificação de títulos tem gerado muitas discórdias. Uma ala dos historiadores futebolísticos defendem a tese de que apenas o Robertão (apelido dado ao Roberto Gomes Pedrosa) deva ser equiparado ao Campeonato Brasileiro.

Mas também há quem diga que nenhum dos dois torneios estão no nível do atual nacional.

A unificação também gerará uma 'aberração' histórica, pois em 1968 a CBF passa a reconhecer dois campeões brasileiros (Botafogo por ter vencido a Taça Brasil e Santos por ter conquistado o Robertão).

Em 1967, a situação ainda é pior, pois é computado dois títulos ao Palmeiras, por ter faturado tanto a Taça Brasil quanto o Robertão no mesmo ano.

Confira os campeões brasileiros após a unificação:

8 títulos:
Palmeiras (1960, 1967-Robertão, 1967-Taça Brasil, 1969, 1972, 1973, 1993 e 1994);
Santos (1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968-Robertão, 2002 e 2004);

6 títulos:
São Paulo (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008);

5 títulos:
Flamengo (1980, 1982, 1983, 1992 e 2009);

4 títulos:
Corinthians (1990, 1998, 1999 e 2005);
Vasco da Gama (1974, 1989, 1997 e 2000);

3 títulos:
Fluminense (1970, 1984 e 2010);
Internacional (1975, 1976 e 1979);

2 títulos:
Bahia (1959 e 1988)
Botafogo (1968-Taça Brasil e 1995);
Cruzeiro (1966 e 2003);
Grêmio (1981 e 1996);

1 título:
Atlético-MG (1971);
Atlético-PR (2001);
Coritiba (1985);
Guarani (1978);
Sport (1987).

Pelé e o Santos passaram a ser atleta e clube mais vezes campeão brasileiro

Obs.: Com este reconhecimento, o Náutico passa a ser vice-campeão brasileiro de 1967 (perdeu a Final da Taça Brasil para o Palmeiras), além de ter sido semi-finalista em outras quatro oportunidades (1961, 1965, 1966 e 1968). O alvirrubro Bita é reconhecido artilheiro dos Campeonatos de 1965 e 1966 (este último junto com o santista Toninho Guerreiro). O Santa Cruz também chegou às semifinais na segunda edição do Campeonato Nacional, em 1960 e o Sport foi semifinalista na edição de 1962.

AQUI ESTÁ LA CHILINDRINA!

María Antonieta de las Nieves é uma atriz, cantora e dubladora mexicana nascida em Tepic, há exatos 60 anos, em 22 de dezembro de 1950.

Iniciou-se no meio artístico muito cedo, aos 6 anos. Recebeu seu primeiro prêmio quando tinha 8 anos de idade, quando fazia a novela "La Leona". Dois anos depois, mais um prêmio: melhor atriz dramática infantil.

Começou a trabalhar ao lado de Roberto Gómez Bolaños, o "Chespirito", no final dos anos 60, quando este procurava uma mulher jovem e baixa para uma comédia local.

Contando com apenas 1,53 m. de altura, seu primeiro trabalho ao lado de Chespirito, foi no programa "Los Supergenios de la Mesa Cuadrada", em 1969. Nessa época, Maria Antonieta tinha apenas 18 para 19 anos.

Ramón Valdez, Maria Antonieta, Chespirito e Rubén Aguirre no programa "Los supergenios de la mesa cuadrada"

Seu grande trabalho viria dois anos depois, quando ela começaria a interpretar, no seriado "El Chavo del Ocho" (Chaves, no Brasil), a personagem "La Chilindrina" (Chiquinha, aqui no Brasil) - que viria consagrá-la em todo o mundo. É a artista mais nova de todo o elenco do programa.

Casou-se em 1972 com o produtor de televisão Gabriel Fernández.

Além de "La Chilindrina", Maria Antonieta interpretou no programa sua própria bisavó, "Dona Nieves", e diversos personagens em muitos outros programas de Chespirito, como "El Chapulín Colorado".

Em 1974, Antonieta se ausentou das gravações dos programas de Chespirito por estar grávida. Neste mesmo ano recebeu uma proposta da TV Azteca para apresentar um programa de variedades, mas no ano seguinte voltou a gravar "El Chavo del Ocho" até 1993, quando se encerraram definitivamente as gravações do programa.

Chespirito e Maria Antonieta interpretando os personagens Chaves e Chiquinha

Em 1994, Antonieta passou a fazer a série "Aquí está la Chilindrina", com apenas 17 episódios que foram reprisados em 5 anos - o que rendeu a ela um processo judicial movido por Roberto Gómez Bolaños, uma vez que este detinha os direitos autorais da personagem. Antonieta acabou obtendo os direitos autorais da personagem.

O sucesso do seu programa lhe rendeu um filme chamado "La Chilindrina en Apuros". Além da longa carreira como atriz, tem muitos discos gravados, nos quais interpreta dezenas de músicas com a voz de "La Chilindrina", voltados para o público infantil.

Até 2003 foi proprietária de um circo. Também trabalhou no cinema e atualmente é atriz de telenovelas mexicanas.