1960.
O Brasil passava por grandes mudanças.
Jânio eleito Presidente da República.
Juscelino terminava seu mandato.
A capital mudara de lugar.
Deixara após quase duzentos anos.
O litoral do Rio de Janeiro.
Para encravar-se no Planalto Central.
Estava construída Brasília.
A nova capital federal.
E o então Distrito Federal.
Passou a se chamar Estado da Guanabara.
1960.
O campeonato local.
Deixava de ser "Campeonato Carioca".
E passava a ser "Campeonato do Estado da Guanabara".
Foi sua primeira edição.
Embora este nome não tenha pego.
O nome "Campeonato Carioca" permaneceu.
Até os dias de hoje.
O Estado da Guanabara nem existe mais.
Fundiu-se com o Estado do Rio de Janeiro.
E passaram a ser um Estado só.
Com o nome de Rio de Janeiro.
E hoje o título oficial do Campeonato.
É Campeonato Estadual do Rio de Janeiro.
Talvez fosse mais adequado chamá-lo.
De Campeonato Fluminense de Futebol.
Mas todos conhecem mesmo.
Como Campeonato Carioca.
1960.
Dizem os estrategistas.
Que a guerra vai até a última batalha.
E de nada valem as vitórias nas diversas escaramuças.
Se no final cede-se o terreno que defendia.
Deixando o inimigo fixar o marco de uma conquista.
Na fortaleza que era necessário manter incólume.
Foi isso o que acabou acontecendo.
Naquele dia 18 de dezembro de 1960.
No Estádio do Maracanã.
O Fluminense liderou o Campeonato Carioca de 1960.
Desde sua primeira rodada.
Tinha um time de respeito.
Era o atual campeão da cidade.
Rivalizava com o América.
Pela conquista do título em 1960.
Na busca do bi-campeonato.
Uma derrota apenas.
Para o Flamengo, quatro semanas antes da batalha final.
O América também só perdera um jogo.
Para o Bangu, lá no início do Campeonato.
Um perseguia o outro.
O Flu sempre na frente.
E os dois se digladiariam na rodada final.
Naquela tarde no Maracanã.
A última batalha da guerra.
O Fluminense começou cauteloso.
Esperando que o América partisse para o ataque.
Aos americanos somente a vitória interessava.
Pelo fato de estar na frente à classificação.
O empate conduzia o título para as Laranjeiras.
Os tricolores tinham uma defesa bem postada.
E impediam as avançadas do adversário.
Aos vinte e seis minutos.
Telê encobre o goleiro Ari.
E coloca a bola no ângulo direito da meta americana.
O zagueiro Wilson Santos saltou e defendeu com a mão.
Pênalti.
Pinheiro cobra e abre a contagem para o Fluminense.
Os tricolores jogavam bem.
E parecia o começo do fim para os rubros.
Duas modificações mudaram o panorama do jogo.
No Fluminense, saiu Paulinho, contundido.
No América, Fontoura substituiu a Antoninho.
Os tricolores perderam o meio-campo.
E seu ataque ficou sem municiamento.
Os americanos ganharam no ataque.
E passaram a pressionar a defensiva do Fluminense.
Aos quatro minutos do segundo tempo.
Fontoura deu um passe para Ivan.
Que cruzou para a área do Fluminense.
O ponteiro Nilo entrou rápido e empatou o jogo.
O empate ainda servia para o clube tricolor.
Mas os americanos acreditavam na vitória.
E passaram a jogar melhor.
O Fluminense se encolheu para manter o resultado.
Eis que aos trinta e três minutos.
Cobrando uma falta fora da área.
Nilo chutou forte e de efeito.
O goleiro Castilho pegou e largou nos pés de Jorge.
Que marcou o gol do titulo do América.
Festa no Maracanã.
Grande vibração da torcida rubra.
Era o desempate.
Que daria o título ao América.
Festa no Maracanã.
Grande vibração da torcida rubra.
Era o desempate.
Que daria o título ao América.
E afinal fez por merecer a vitória.
Dominou o jogo no segundo tempo.
Aproveitou as oportunidades.
Ganhou o jogo e o campeonato.
Ganhou o jogo e o campeonato.
O treinador Jorge Vieira foi um estrategista.
Que soube ganhar esta batalha.
E por consequência a guerra.
Ainda que o inimigo estivesse em vantagem.
O América perseguia o título há 25 anos.
Infelizmente seria o último de sua história.
De 1960 para cá, nunca mais...
Somente há exatos cinquenta anos atrás...
Ficha do jogo
Ficha do jogo
18 de dezembro de 1960
Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro
América-RJ 2 x 1 Fluminense
Árbitro: Wilson Lopes de Souza.
Público: 98.099 pessoas.
Gols: Pinheiro (Fluminense), aos 26 do 1o. tempo; Nilo (América), aos 4 do 2o. tempo e Jorge (América), aos 33 do 2o. tempo.
América-RJ: Ari; Jorge, Djalma Dias, Wilson Santos e Ivan; Amaro e João Carlos; Calazans, Antoninho (Fontoura), Quarentinha e Nilo. Técnico: Jorge Vieira.
Fluminense: Castilho; Marinho, Pinheiro, Clóvis e Altair; Edmílson e Paulinho (Jair Francisco); Maurinho, Waldo, Telê e Escurinho. Técnico: Zezé Moreira.
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