Escrevi como a Itália foi à Copa de 1966, na Inglaterra.
Salientei naquele texto.
Que aquela era a penúltima vaga existente naquele Mundial.
Hoje eu irei falar.
Como foi a batalha.
Pela definição da última vaga à Copa do Mundo de 1966.
Dezesseis vagas estavam disponíveis para o Mundial.
Duas previamente preenchidas.
O Brasil, então bi-campeão do mundo.
A Inglaterra, país-sede.
Quatorze vagas estavam em disputa.
Três vagas reservadas à América do Sul.
As eliminatórias sul-americanas.
Ocorreram entre maio e outubro de 1965.
O Uruguai eliminou Peru e Venezuela em julho.
A Argentina passou fácil por Paraguai e Bolívia.
O Chile roeu osso, mas despachou o Equador.
Após um jogo-extra em Lima, no Peru, em outubro.
Uma vaga estava destinada às Américas do Norte e Central.
Costa Rica, Jamaica e México.
Disputaram a fase final entre abril e maio de 1965.
O México classificou-se invicto ao Mundial.
Outra vaga estava reservada à África, Ásia e Oceania.
Inicialmente dezenove países estavam inscritos.
Mas quinze desistiram.
Em protesto à presença da África do Sul.
Por seu regime racista do Apartheid.
A FIFA optou por excluir os sul-africanos.
Mas as federações desistentes não voltaram atrás.
E apenas a Austrália e as duas Coreias.
Estavam dispostas a continuar na disputa.
Em seguida a Coreia do Sul também desistiu.
Por divergências políticas com a vizinha do norte.
Austrália e Coreia do Norte disputaram então duas partidas.
Em campo neutro, no Camboja, em novembro de 1965.
A Coreia do Norte venceu os dois confrontos.
E classificou-se ao Mundial da Inglaterra.
As nove vagas restantes.
Eram todas destinadas aos países europeus.
O grupo 1 terminou empatado.
Bélgica e Bulgária terminaram com o mesmo número de pontos.
E teriam que fazer um jogo-extra em dezembro.
Para então decidir quem ficaria com a vaga.
No grupo 2 a Alemanha Ocidental se saiu melhor.
Disputou duramente contra a Suécia a vaga.
No grupo 3 a França foi a classificada.
Mesmo com uma derrota para a Iugoslávia em Belgrado.
O grupo 4 classificou Portugal.
Que surpreendeu ao eliminar a Tchecoslováquia.
E foi à sua primeira Copa do Mundo.
No grupo 5 a Suíça ficou na frente.
Classificação confirmada apenas após o último jogo.
Após duros combates contra a Irlanda do Norte.
Esta inspirada em seu craque George Best.
A Hungria classificou-se pelo Grupo 6.
Passou sem sustos por Alemanha Oriental e Áustria.
Mesma condição da União Soviética.
Classificada com sobras no Grupo 7.
Não encontrou adversários à altura.
O Grupo 8 era o da Itália.
Após um susto em Glasgow.
Vitória sobre a Escócia em Nápoles.
E classificação garantida para a Copa do Mundo.
O grupo 9 tinha apenas Espanha e Irlanda.
A Síria desistiu.
A vaga só foi decidida a favor dos espanhóis.
Após um jogo-extra em Paris.
Faltava portanto o desempate do Grupo 1.
Para a definição do último classificado.
À Copa dos inventores do futebol.
Bulgária e Bélgica empataram em pontos.
Ambos venceram duas vezes Israel.
E no confronto entre eles.
Os búlgaros levaram a melhor em Sofia (3x0).
E os belgas devolveram a fatura em Bruxelas (5x0).
Era necessário o desempate.
29 de dezembro de 1965.
Stadio Communale, Florença, Itália.
Bélgica e Bulgária estão prestes a decidir.
O último classificado para a Copa do Mundo de 1966.
Não há um franco favorito à vaga.
A Bélgica não ia à Copas desde 1954.
A Bulgária tinha ido pela primeira vez em 1962.
O italiano Antonio Sbardella apita o início do jogo.
Os times nervosos em campo.
E eis que aos 19 minutos.
A Bulgária acha um gol no jogo.
Georgi Asparuhov.
Por muitos considerados o maior jogador da Bulgária.
Em todos os tempos.
Aparece livre de marcação na frente do goleiro belga.
Põe a bola dentro das redes.
E abre o placar para os comunistas.
Tamanho é o nervosismo belga.
A Bulgária em seguida faz o segundo.
Outra vez Asparuhov.
Delírio dos jogadores da Bulgária.
Uma boa margem estava construída no placar.
Os atletas foram para o intervalo com o 2 a 0 no placar.
O segundo tempo foi equilibrado.
Mas um gol contra iria colocar dramaticidade no jogo.
Gaganelov jogou a bola contra suas próprias redes.
Aos 30 do segundo tempo.
E a Bulgária ainda teria de suportar a pressão.
Exercida pelos "Diabos Vermelhos".
Naquele fim de jogo que valia uma vaga na Copa.
Para ampliar a dimensão do drama.
O atacante Ivan Kolev ainda foi expulso no fim do jogo.
Com menos um em campo.
A Bulgária suportou toda a pressão.
E comemorou ao ouvir o apito final.
Bulgária 2 x 1 Bélgica no placar.
A Bulgária vai à Copa de 1966.
A Bélgica teria que esperar até 1970.
Na Copa, a Bulgária caiu no grupo do Brasil.
Em campo foi um fracasso.
Perdeu as três partidas da primeira fase.
Levou um baile de Eusébio e Coluna em Manchester.
Terminando em penúltimo lugar o Mundial.
Ficha do jogo:
Bulgária 2 x 1 Bélgica
Estádio Communale, Florença, Itália.
Árbitro: Antonio Sbardella (Itália).
Assistentes: Giuliano Acernese (Itália) e Alessandro D'Agostini (Itália).
Gols: Asparuhov (Bulgária), 18 do 1o. tempo; Asparuhov (Bulgária), 19 do 1o. tempo; Gaganelov, contra (Bélgica), 30 do 2o. tempo.
Expulsão: Kolev, 42 do 2o. tempo.
Bulgária: Naydenov; Shalamanov, Gaganelov, Largov (c) e Vutzov; Zechev, Zhekov e Abadiev; Asparuhov, Yakimov e Kolev. Técnico: Rudolf Vytlacil.
Bélgica: Nicolay; Heylens, Bare, Michiels e Verbiest; Plaskie, Thio e Jurion (c); Stockman, Van Himst e Puis. Técnico: Arthur Ceuleers.
Há exatos 45 anos...
Georgi Asparuhov marcou os dois gols que levaram a Bulgária à Copa de 1966 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário