O ex-governador do Maranhão Jackson Lago, 76, morreu no final da tarde desta segunda-feira (4) em São Paulo.
Ele estava internado no Hospital do Coração (HCor) desde a quarta-feira passada (30) em razão de problemas respiratórios decorrentes de um tratamento contra o câncer de próstata.
O pedetista estava se tratando em São Paulo desde outubro do ano passado, logo após ter sido derrotado por Roseana Sarney (PMDB) na disputa pelo governo do Estado.
O corpo de Jackson será trasladado para São Luís, onde deverá ser velado na sede do Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Nascido em Pedreiras, no interior maranhense, Jackson Kleper Lago começou a carreira política na década de 1960 enfrentando o regime militar apoiado por Sarney, vencedor do embate contra a oligarquia de Vitorino Freire, que passou 20 anos no poder.
Sempre teve como guru político o fundador do seu partido, Leonel Brizola (1922-2004), que também faz parte de uma das grandes tragédias de sua vida.
Há cerca de 30 anos, "doutor Jackson", como é conhecido no Maranhão, dirigiu de São Luís até o Uruguai para visitar Brizola.
Na entrada da cidade de onde saiu, sofreu um acidente no qual morreu sua primeira mulher.
Ele próprio ficou em coma por meses.
Tornou-se fundador do PDT no Maranhão, tendo como plataforma o sindicato dos médicos maranhenses.
Em 2006, teve a mais surpreendente vitória política de sua carreira: derrotou a senadora Roseana Sarney, então filiada ao PFL e hoje no PMDB, para destronar o clã Sarney do governo estadual depois de um domínio de mais de 40 anos.
Nem o apoio do então presidente e ex-aliado Luiz Inácio Lula da Silva à rival conseguiu impedi-lo de chegar ao Palácio dos Leões por estreita margem de votos.
Na época, Jackson disse que ele e o petista Jaques Wagner na Bahia provavam “a queda dos dois últimos bastiões do coronelismo político”.
Contudo, em 2009 o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou os mandatos de Jackson e de seu vice, Luis Carlos Porto, por abuso de poder e compra de votos.
Ele relutou, mas acabou cedendo o cargo a Roseana, que acabou reeleita no ano passado.
O pedetista foi três vezes prefeito de São Luís e ali teve a maior parte da sua votação para o governo estadual.
Fora da política, ele era considerado pioneiro em cirurgias torácicas no Maranhão.
* Publicado no UOL às 18:50 hs.
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