sábado, 9 de abril de 2011

CHARLES BAUDELAIRE

Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris, há exatos 190 anos, em 9 de abril de 1821.

Poeta e teórico da arte francesa, é considerado um dos precursores do Simbolismo e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com Walt Whitman, embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas.

Sua obra também influenciou profundamente as artes plásticas do século XIX.

Estudante do Colégio Real de Lyon e do Colégio Louis-Le-Grand, em 1840 foi enviado pelo padrasto, preocupado com sua vida desregrada, à Índia, mas nunca chegou ao destino.

Pára na ilha da Reunião e retorna a Paris.

Atingindo a maioridade, ganha posse da herança do pai.

Por dois anos vive entre drogas e álcool na companhia de Jeanne Duval.

Em 1844 sua mãe entra na justiça, acusando-o de pródigo, e então sua fortuna torna-se controlada por um notário.

Em 1857 é lançado "As flores do mal" contendo 100 poemas.

O livro é acusado no mesmo ano, pelo poder público, de ultrajar a moral pública.

Os exemplares são presos, o escritor paga 300 francos e a editora 100, de multa.

Essa censura se deveu a apenas seis poemas do livro.

Baudelaire aceita a sentença e escreveu seis novos poemas "mais belos que os suprimidos", segundo ele.

Mesmo depois disso, Baudelaire tenta ingressar na Academia Francesa.

Há divergência, entre os estudiosos, sobre a principal razão pela qual Baudelaire tentou isso.

Uns dizem que foi para se reabilitar aos olhos da mãe (que dessa forma lhe daria mais dinheiro), e outros dizem que ele queria se reabilitar com o público em geral, que via suas obras com maus olhos em função das duras críticas que ele recebia da burguesia.

Morreu prematuramente sem sequer conhecer a fama, em 31 de agosto de 1867, em Paris.

Além de ser evidentemente, um precursor de todos os grandes poetas simbolistas, Baudelaire é considerado pela maior parte dos críticos como o mais provável fundador da poesia dita moderna.

Sua poesia tendeu para a expressão de imagens cotidianas, o "visto pelo autor", tendo o poeta sido quem melhor, em sua época, intuiu a mudança radical provocada pela metrópole sobre a sensibilidade.

Era, como os modernistas que vieram após ele, um realista que detestava o entorpecimento da reprodução do mundo em poemas e pinturas e que tinha, ao mesmo tempo, ojeriza pela subjetividade exagerada.

Respondendo à pergunta, por ele mesmo formulada, sobre o que seria uma arte pura, conclui: “É criar uma mágica sugestiva, contendo a um só tempo o objeto e o sujeito, o mundo exterior ao artista e o próprio artista.”

É através, naturalmente, dos sentidos, que Baudelaire apreende a realidade concreta.

A mesma maneira de encarar a arte que o torna um precursor dos poetas do fim do século XIX o faz ser considerado o pai da poesia moderna.

Charles Baudelaire

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