O mundo árabe vive em tensão.
Este ano Tunísia e Egito viveram conflitos populares.
Que culminaram com a queda de seus chefes de estado.
Em janeiro, na Tunísia, a Revolução de Jasmin.
Forçou o exílio do Presidente Ben Ali.
E terminou com 23 anos de ditadura no país.
Bem pertinho, no Cairo.
Dias seguidos de protestos populares.
Levaram à renúncia do Presidente Hosni Mubarak.
Chefe do Poder Executivo egípcio desde 1980.
Vivemos nesses dias mais manifestações.
Líbia, Iêmen, Bahrein, Djibuti e Irã.
Observam novos levantes populares.
Com vistas ao estabelecimento da democracia.
À conquista da liberdade de seus povos.
A Líbia, particularmente.
Em violento conflito contra as tropas de Muanmar Gaddafi.
Seu chefe de estado há 42 anos.
A Líbia, particularmente.
Em violento conflito contra as tropas de Muanmar Gaddafi.
Seu chefe de estado há 42 anos.
A questão política sempre foi delicada no mundo árabe.
Muitos desses países conquistaram sua independência.
Fruto dos movimentos de descolonização nos anos 50 e 60.
O brevíssimo período que se seguiu à II Guerra Mundial.
Caracterizou-se por uma descolonização peculiar e tardia.
Emancipação administrada pelas metrópoles européias.
Apesar da eclosão de alguns conflitos graves.
Durante os anos 50, a Guerra da Argélia.
O movimento de luta argelina pela independência.
Então colônia francesa.
O levante de emancipação caracterizou-se.
Pelos ataques de guerrilha e atos contra civis.
Há exatos 50 anos.
O Presidente francês Charles De Gaulle.
Negociava com os revolucionários a paz na região.
Noticiava a Folha de São Paulo em 4 de março de 1961:
"O governo francês propõe-se libertar em breve o ex-comandante-chefe dos rebeldes argelinos e outros dois dirigentes muçulmanos como gesto de boa vontade destinado a facilitar as negociações de paz".
Ali no início dos anos 60.
No desenvolvimento daqueles movimentos de descolonização.
As contradições internas dos países africanos.
Ainda não estavam suficientemente amadurecidas.
Em decorrência da herança do colonialismo imperialista.
Sobre as estruturas sociais do continente.
Os efeitos sócio-econômicos dos anos 70 e 80.
Produziram a implosão dos Estados e sociedades africanas.
Efeito que perdura ainda nos dias de hoje.
Vide a contemporânea divisão do Sudão em dois países.
Não podemos de nenhuma forma afirmar.
Que estes recentes movimentos populares em protesto.
Representarão uma luta de libertação nacional mais radical.
A África permanecerá a padecer.
O mundo árabe não encerrará seus ensejos de paz.
Ainda seremos testemunhas durante muito tempo.
Da desigualdade entre um mundo democrático.
E um mundo prisioneiro e misterioso.
Do paradoxo entre uma sociedade liberta.
E uma coletividade oprimida e ávida em viver.
A África e o mundo árabe, infelizmente.
Não possuem características de territórios sociais.
Em que suas questões bastante heterogêneas.
Sejam solucionadas de forma simples e elementar...
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