Jorge Mario Vargas Llosa nasceu em Arequipa, no Peru, há exatos 75 anos, em 28 de março de 1936.
Escritor, jornalista, ensaista e político, foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura de 2010.
Nascido em uma família de classe média, único filho de Ernesto Vargas Maldonado e Dora Llosa Ureta, seus pais separaram-se após cinco meses de casamento.
Com isto, Vargas Llosa não conheceu o pai até os dez anos de idade.
Sua primeira infância foi em Cochabamba, na Bolívia, mas no período do governo José Luis Bustamante y Rivero, seu avô obtém um importante cargo político no governo, em Piura, no norte do Peru, e sua mãe retorna ao Peru, para viver naquela cidade.
Em 1946 muda-se para Lima e então conhece seu pai.
Os pais reconciliam-se e, durante sua adolescência, a família continua vivendo em Lima.
Ao completar 14 anos, ingressa, por vontade paterna, no Colégio Militar Leôncio Prado, em La Perla, como aluno interno, ali permanecendo por dois anos.
Essa experiência será o tema do seu primeiro livro - "La ciudad y los perros" ("A cidade e os cachorros", em tradução livre), publicado no Brasil como "Batismo de Fogo" e, posteriormente, como "A cidade e os cachorros".
Em 1953 é admitido na tradicional Universidad Nacional Mayor de San Marcos.
Ali estudou Letras e Direito, contra a vontade de seu pai.
Aos 19 anos, casa-se com Julia Urquidi, irmã da mulher de seu tio materno, e passa a ter vários empregos para sobreviver: atua como redator, mas também fichando livros e até mesmo revisando nomes em túmulos nos cemitérios.
Em 1958 recebe uma bolsa de estudos "Javier Prado" a vai para a Espanha, onde obtém doutorado em Filosofia e Letras, na Universidade Complutense de Madri.
Em seguida vai para a França, onde vive durante alguns anos.
Em 1964 divorcia-se de Júlia e em 1965 casa-se com a prima Patrícia Llosa, com quem tem três filhos: Álvaro, Gonzalo e Morgana.
Sua obra critica a hierarquia de castas sociais e raciais, vigente ainda hoje, segundo o escritor, no Peru e na América Latina.
Seu principal tema é a luta pela liberdade individual na realidade opressiva do Peru.
A princípio, assim como vários outros intelectuais de sua geração, Vargas Llosa sofreu a influência do existencialismo de Jean Paul Sartre.
Muitos dos seus escritos são autobiográficos, como "A cidade e os cachorros" (1963), "A Casa Verde" (1966) e "Tia Júlia e o Escrevinhador"(1977).
Por "A cidade e os cachorros" recebeu o Prêmio Biblioteca Breve da Editora Seix Barral e o Prêmio da Crítica de 1963.
Sua obra seguinte, "A Casa Verde", mostra a influência de William Faulkner.
O romance narra a vida das personagens em um bordel, cujo nome dá título ao livro.
Seu terceiro romance, "Conversa na Catedral", publicado em quatro volumes e que o próprio Vargas Llosa caracterizou como obra completa, narra fases da sociedade peruana sob a ditadura de Odria em 1950.
Em 1981 publica "A Guerra do Fim do Mundo", sobre a Guerra de Canudos, que dedica ao escritor brasileiro Euclides da Cunha, autor de "Os Sertões".
A partir de 1980 começa a ter maiores atividades políticas no país.
Em 1983, a pedido do próprio presidente Fernando Belaunde Terry, preside comissão que investiga a morte de oito jornalistas.
Em 1987 inicia o movimento político liberal contra a estatização da economia, o que ia de encontro ao presidente Alan García.
Em 1990 concorre à presidência do país com a Frente Democrata (FREDEMO), partido de centro-direita, mas perde a eleição para Alberto Fujimori.
Após isso, retorna a Londres e reinicia suas atividades literárias.
Em 2006, em sua mais recente visita ao país, apoia a candidatura de Lourdes Flores, sendo vitorioso Alan García.
Suas experiências como escritor e candidato presidencial estão expostas na autobiografia "Peixe na Água", publicada em 1991.
Ao longo de sua carreira, Mario Vargas Llosa recebeu inúmeros prêmios e condecorações.
Em 7 de outubro de 2010 foi agraciado com o Prêmio Nobel da Literatura pela Academia Sueca de Ciências "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual".
O presidente do Peru, Alan García, considerou o prêmio a Llosa como "um reconhecimento a um peruano universal".
O escritor peruano Mario Vargas Llosa |
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