Mais de 90 pessoas morreram nos combates ocorridos na sexta-feira e no sábado durante a ofensiva das tropas pró-Gaddafi contra insurgentes em Benghazi, reduto dos rebeldes no leste da Líbia, segundo fontes médicas.
A ofensiva do ditador ocorre em meio a ataques estratégicos da força internacional.
No sábado (19), forças de cinco países - Estados Unidos, França, Canadá, Itália e Reino Unido - começaram a atacar os grupos fieis ao ditador líbio Muammar Gaddafi, um dia após o aval da ONU para uma intervenção militar no país africano, para conter a onda de violência do ditador contra os rebeldes.
O líder líbio, Muammar Gaddafi, previu neste domingo (20) uma "longa guerra", e assegurou que "todo o povo está armado" e "vencerá", em uma mensagem sonora divulgada na televisão oficial.
"Nós somos os vitoriosos, vocês, os vencidos. Jamais abandonaremos o campo de batalha, pois defendemos nossa terra e nossa dignidade", assegurou Gaddafi.
Os líderes de França, Estados Unidos e Grã-Bretanha "cairão como Hitler (...), como Mussolini", advertiu.
"Todos os tiranos caem sob a pressão das massas populares", disse.
Gaddafi afirmou que seu país não permitirá jamais os países ocidentais tomem posse e explorem seu petróleo, na mesma mensagem sonora.
O som de tiroteios continua sendo ouvido na capital da Líbia, Trípoli, neste domingo (20).
Segundo correspondentes dos canais televisivos CNN e Al Jazeera, que estão no centro da capital, fortes explosões atingem a cidade e artilharia anti-aérea cruza constantemente o céu de Trípoli.
A televisão estatal informa que mísseis estão atingindo diversas partes da capital.
O presidente dos EUA, Barack Obama, que está no Brasil, disse que está ciente “dos riscos de uma ação militar. Quero que os americanos saibam que o uso da força não foi nossa primeira escolha".
Juntos, navios de guerra e submarinos dos Estados Unidos e Reino Unido já teriam lançado 112 mísseis de cruzeiro contra os sistemas antimísseis líbios e alcançado cerca de 20 alvos, segundo informou o Pentágono.
O jornalista da CNN, Wolf Blitzer, lembrou o alto preço da ação militar: em seu twitter ele afirmou que cada míssil Tomahawk, o tipo utilizado na Líbia, custa cerca de US$ 1 milhão.
Após os ataques, o governo do ditador Muammar Gaddafi decidiu suspender a cooperação com a Europa na questão da imigração ilegal, informou um oficial neste domingo.
A agência Reuters entrevistou cidadãos líbios na cidade de Benghazi e muitos se mostraram entusiasmados com a ação militar contra as forças de Gaddafi.
Khalid al-Ghurfaly, de 38 anos, disse que o povo da Líbia agradece a intervenção e o apoio dos países ocidentais.
“Mas achamos que Gaddafi vai exteriorizar sua raiva nos civis”.
Iyad Ali, de 37 anos, afirmou que pensa que a ação militar vai acabar com o longo mandato de Gaddafi.
“Os líbios nunca vão esquecer que a França ficou do seu lado”.
* Publicado no UOL às 09:04 hs.
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