Zidane.
Um nome que causa arrepios ao futebol do Brasil.
Responsável pela derrota da Seleção na Final da Copa de 1998.
E pela eliminação nas quartas-de-final da Copa de 2006.
O carequinha francês, filho de argelinos.
É, talvez, concorrendo com Paolo Rossi.
O maior carrasco do futebol brasileiro.
Mas o Brasil já venceu um Zidane.
Não o Zizou, o francês.
Mas o argelino, o Djamel.
Conto esta história.
6 de junho de 1986.
Brasil e Argélia entram em campo pela segunda rodada.
Do Grupo D da primeira fase da Copa de 1986.
Meio-dia, como de costume.
Estádio Jalisco, em Guadalajara.
Superior à Argélia, todos sabem.
Foi um jogo em que só deu Brasil.
Em busca da vitória.
Em busca do gol que não vinha.
O Brasil jogou mal.
Perdeu inúmeras oportunidades.
Era um Brasil sem gol.
Sem pontaria.
Um Brasil de desconfianças.
Mas que, apesar de tudo, animava.
O jogo foi difícil.
A primeira oportunidade foi numa cobrança de falta de Júnior.
No rebote, Casagrande furou e Careca chutou para fora.
Drama.
Logo aos 10 minutos, o lateral Edson é substituído por contusão.
Estava fora da Copa.
Falcão entra.
E perde outra chance.
Em outro lance, Careca chuta por cima.
Mais um lance, Careca cabeceia e Drid defende.
Careca em disputa de bola com o argelino Megharia. |
Outro lance, Casagrande cabeceia.
Sócrates marca no rebote mas o árbitro marca falta brasileira.
Gol anulado.
Júlio César manda bomba no travessão.
Tudo isso só no primeiro tempo.
No início do segundo tempo, a Argélia assustou.
Num lance, Edinho tirou em cima da linha.
Em outro lance, Carlos fez grande defesa.
Madjer e Alemão disputam bola em duelo entre Brasil e Argélia, na Copa de 1986. |
O Brasil acorda.
Branco chuta um bombaço na trave.
Müller substitui Casagrande.
Em jogada pela direita, sai o gol do Brasil.
Após o cruzamento.
Careca aproveita a lentidão da zaga argelina.
Bobeira completa.
Lamentação verde e branca.
Comemoração verde e amarela.
É gol do Brasil!
Careca num lance de oportunismo.
Põe a bola nas redes.
Põe o Brasil na frente.
1 a 0.
Careca comemora gol do Brasil contra a Argélia na Copa de 1986. |
Que continua pressionando querendo mais gols.
Careca sofre pênalti, o juiz nada marca.
Careca chuta perto do gol no lance seguinte.
Pouco depois, Sócrates entra pela direita.
Bate forte, a bola passa pelo goleiro.
Mas um zagueiro tira em cima da linha.
Elzo também deu seu chute.
Em seguida, entra o Zidane.
Sim, havia me esquecido.
Djamel Zidane estava no banco de reservas.
Atacante, entrou aos 35 do segundo tempo.
No lugar do meia Belloumi.
Na tentativa de empatar o jogo.
Djamel, o Zidane que o Brasil venceu em 1986. |
Mas quem atacou foi Careca, com mais uma tentativa.
O jogo terminou mesmo 1 a 0.
Zidane teve uma atuação muito discreta.
O Brasil estava classificado para as oitavas-de-final.
Havia cumprido seu papel na primeira fase.
Não havia jogado bem.
Muito longe de apresentar um futebol vistoso.
Mas este jogo, ao contrário de 1998 e 2006.
Marcou pelo Brasil vencer um Zidane.
Foi há exatos 25 anos...
Ficha do jogo
6 de junho de 1986
Brasil 1 x 1 Argélia
Estádio Jalisco, Guadalajara, México.
Árbitro: Romulo Mendez Molina (Guatemala).
Público: cerca de 48.000 pessoas.
Gol: Careca (Brasil), 21 do segundo tempo.
Brasil: Carlos; Edson (Falcão), Edinho (c), Julio Cesar e Branco; Júnior, Sócrates, Alemão e Elzo; Casagrande (Müller) e Careca. Técnico: Telê Santana.
Argélia: Drid; Medjadi, Megharia, Guendouz (c) e Mansouri; Kaci-Said, Ben Mabrouk, Madjer e Menad; Belloumi (Zidane) e Assad (Bensaoula). Técnico: Rabah Saadane.
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