A maior revelação da Copa do Mundo de 1986.
Lembrada até hoje por todos que a assistiram.
Foi a participação da Seleção da Dinamarca.
Era a primeira participação do país nórdico num Mundial.
Participando de eliminatórias desde 1958.
Nunca esteve perto da classificação.
Em 1984 chegou às semifinais da Eurocopa.
Quando perdeu a vaga na Final para a Espanha nos pênaltis.
Nas eliminatórias para a Copa do México.
Caiu no Grupo 6 da Europa.
Com União Soviética, Suíça, Irlanda e Noruega.
Classificou-se pela primeira vez para uma Copa do Mundo.
De forma relativamente fácil, em primeiro lugar no grupo.
Vencendo três jogos e empatando um em casa.
E goleando Noruega e Irlanda fora de casa.
Não se acreditava muito na Dinamarca numa Copa do Mundo.
Mas o que se viu foi uma "máquina".
A estreia foi discreta, 1 a 0 sobre a Escócia.
Mas o segundo jogo marcou.
Pelo surgimento de uma seleção.
Que ficou conhecida por todos na Copa como a "Dinamáquina".
8 de junho de 1986.
Pelo Grupo E da Copa do Mundo de 1986.
Dinamarca e Uruguai vão jogar em Nezahualcoyotl.
O árbitro é local.
O mexicano Antonio Marquez Ramirez.
E o que se viu foi um massacre da Dinamarca.
Sobre os históricos bi-campeões do mundo.
Uma aula de futebol.
No primeiro ataque, pela direita, um chute de Arnesen.
Pouco depois, aos onze minutos.
Toda a trama de uma jogada pelo meio.
Culmina com um passe para Elkjär-Larsen dentro da área.
O dinamarquês tem tempo de ajeitar para o chute.
E fuzila com vontade a meta do goleiro Alvez.
É o primeiro gol do jogo!
Vibração vermelho e branca nas arquibancadas.
Elkjär-Larsen, Michael Laudrup e Andersen comemoram primeiro gol da Dinamarca contra o Uruguai em 1986. |
Após o gol, algum equilíbrio.
O Uruguai é um time de respeito.
Mas a Dinamarca é muito melhor em campo.
Arnesen sofre falta violenta no meio.
Ainda aos 19 minutos.
O uruguaio Miguel Bossio é expulso corretamente de campo.
Em um dos poucos lances de ataque uruguaios.
Francescoli arrisca um chute desviado pelo goleiro Rasmussen.
Elkjär-Larsen põe a bola para dentro.
Num desvio após cruzamento pela direita.
Mas o lance é invalidado após marcação de impedimento.
A pressão dinamarquesa continua.
Novamente Elkjär-Larsen chega na frente do gol.
Mas perde excelente chance chutando para fora.
Falta tranquilidade e pontaria ao time vermelho.
Mas a Dinamarca chega ao segundo gol aos 41 minutos.
Após jogada de Elkjär-Larsen pela direita.
O cruzamento para a área encontrou Soren Lerby.
Livre entre os zagueiros uruguaios.
Tranquilo para marcar o segundo gol da Dinamarca no jogo.
Com muito estilo, um golaço por sinal.
Já no apagar das luzes antes do intervalo.
O time uruguaio trama jogada pela esquerda.
E Enzo Francescoli é claramente empurrado dentro da área.
Pênalti marcado pelo árbitro mexicano.
Que o próprio Francescoli cobra.
E diminui a desvantagem de seu time.
Na volta para o segundo tempo.
Quem assusta primeiro é o Uruguai.
Que quase chega ao empate.
Numa saída desastrada de Rasmussen do gol.
Que Diogo desperdiçou ao tentar marcar de bicicleta.
Pouco depois.
A Dinamarca chega então ao terceiro gol.
Após jogada individual de Michael Laudrup pelo meio.
Livrando-se de toda a zaga uruguaia.
E deixando o goleiro Alvez no chão.
A bola vai para as redes num dos gols mais bonitos da Copa.
3 a 1 no placar.
Para delírio dos jogadores dinamarqueses.
E incredulidade de toda Seleção Uruguaia.
Que assusta apenas em duas cobranças de falta de Batista.
Numa delas a bola pega na trave.
Na outra, um foguete que passa à esquerda de Rasmussen.
O que se vê em seguida é um show de bola da Dinamarca.
Que chega ao quarto gol deixando tonta toda a zaga uruguaia.
São toques e mais toques à frente do nariz dos defensores.
Como várias engrenagens de uma máquina.
Que culminam com outro gol marcado por Elkjär-Larsen.
4 a 1 no placar.
E os uruguaios apenas têm forças para andar em campo.
A Dinamarca quer jogo.
Michael Laudrup desce pela esquerda.
E bota a bola na cabeça de Arnesen, que desperdiça.
O Uruguai tenta, mas não consegue chegar.
Num lindo contra-ataque, velocidade da Dinamarca.
Novamente Elkjär-Larsen.
Que leva a bola desde o meio de campo.
Rapidamente, ganha o campo adversário.
Dribla o goleiro Alvez e põe a bola no fundo das redes.
Outro belíssimo gol naquela tarde no Estádio Neza.
5 a 1 e o terceiro gol de Elkjär-Larsen no jogo.
Elkjär avança conduzindo a bola perseguido pela defesa uruguaia. |
Foi muito duro para os uruguaios.
Que ainda tomaram mais um gol no jogo.
Após mais uma jogada de velocidade pela direita.
Bola lançada para o meio, que encontra Jesper Olsen livre.
Tranquilo, para marcar com um chute certeiro de esquerda.
O sexto gol de seu país naquele dia.
Estava apresentada a todo o público a "Dinamáquina".
Foi a maior goleada sofrida pelo Uruguai na história das Copas.
Sem ação, surpresos com o que viram pela frente.
Uma lição de futebol demonstrada a todo o mundo.
Há exatos 25 anos!...
Ficha do jogo
8 de junho de 1986
Dinamarca 6 x 1 Uruguai
Estádio Neza, Nezahualcoyotl, México.
Árbitro: Antonio Marquez Ramirez (México).
Público: cerca de 26.500 pessoas.
Gols: Elkjär-Larsen (Dinamarca), 11 do primeiro tempo, Lerby (Dinamarca), 41 do primeiro tempo, Francescoli (Uruguai), 45 do primeiro tempo, Michael Laudrup (Dinamarca), 7 do segundo tempo, Elkjär-Larsen (Dinamarca), 22 do segundo tempo, Elkjär-Larsen (Dinamarca), 35 do segundo tempo e Jesper Olsen (Dinamarca), 43 do segundo tempo.
Dinamarca: Rasmussen; Busk, Morten Olsen, Ivan Nielsen, Lerby (c) e Andersen; Berggren, Bertelsen (Mølby) e Arnesen; Michael Laudrup (Jesper Olsen) e Elkjär-Larsen. Técnico: Sepp Piontek.
Uruguai: Alvez; Diogo, Acevedo (c), Gutierrez e Batista; Bossio, Saralegui, Santin (Salazar) e Francescoli; Alzamendi (Ramos) e Da Silva. Técnico: Omar Borras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário