O último jogo das oitavas-de-final da Copa do Mundo de 1986.
Envolvia duas equipes europeias de grande porte.
A Espanha, vice-campeã continental em 1984.
E a Dinamarca, semi-finalista do mesmo torneio.
Os dinamarqueses tinham feito uma campanha impecável.
Três vitórias em três jogos no Grupo E.
Incluindo inesquecíveis exibições contra Uruguai e Alemanha.
Que lhe valeram o apelido de "Dinamáquina".
A Espanha classificou-se em segundo lugar no Grupo D.
Após derrota na estreia para o Brasil.
Vitórias sobre Irlanda do Norte e Argélia.
México, Bélgica, Brasil, Argentina.
França, Alemanha Ocidental e Inglaterra.
Já estavam classificados para as quartas-de-final.
18 de junho de 1986.
Estádio La Corregidora, em Querétaro.
Dinamarca e Espanha.
Jogam pela última vaga nas quartas-de-final.
O holandês Jan Keizer apita o início de jogo.
E a "Dinamáquina" começa a funcionar.
Mesmo desfalcada de Arnesen.
Expulso nos últimos instantes contra a Alemanha Ocidental.
Numa descida pela direita, após cruzamento.
O ataque dinamarquês perde a primeira chance.
A Espanha responde pelo lado esquerdo.
Julio Alberto vai até a linha de fundo e chuta forte para o gol.
O chute encobre o goleiro Hogh mas vai no travessão.
A Dinamarca é veloz.
Numa investida pelo meio, Elkjär-Larsen recebe.
Chute forte, mas para fora.
O dinamarquês Jesper Olsen em disputa de bola contra o espanhol Butragueño, em 1986. |
Em outra investida, Elkjär-Larsen lança Berggreen.
Que penetra na área e é derrubado por Gallego.
Pênalti claro marcado pelo árbitro holandês.
Jesper Olsen com a perna esquerda.
Cobra de forma perfeita, deslocando o goleiro Zubizarreta.
Está aberto o placar em Querétaro.
Contudo.
Este foi a última vez que a "Dinamáquina" funcionou.
A partir de então.
O dínamo emperrou.
E o nome do jogo dali em diante foi outro.
Emilio Butragueño.
A Espanha começa a reagir com uma jogada pela direita.
Após disputa de bola, o lançamento na área.
Michel toca de cabeça para trás.
Mas Julio Alberto não consegue aproveitar a sobra.
Chuta para fora.
A Dinamarca ainda chega.
Michael Laudrup e Elkjär-Larsen tabelam próximo à área.
O lance culmina com o chute de Elkjär-Larsen para fora.
Em outra descida dinamarquesa.
Michael Laudrup, Elkjär-Larsen e Jesper Olsen.
Tramam jogada pela direita em que Olsen penetra na área.
Outro chute para fora.
Elkjär-Larsen tenta levar a Dinamarca à frente contra a Espanha em 1986. |
O lance seguinte seria fatal para a Dinamarca.
Já no fim do primeiro tempo.
Após o tiro de meta curto de Hogh.
Num lance parecido com o de Toninho Cerezzo na Copa de 1982.
A defesa atrasa mal.
E Butragueño aparece cara a cara com Hogh.
Num lance de oportunismo, empurra a bola para as redes.
É o gol de empate espanhol.
De graça.
No segundo tempo, Salinas dá lugar a Eloy.
E a Espanha vira o jogo.
Victor cobra escanteio na área.
Na cabeça de Camacho, que toca para Butragueño.
O artilheiro espanhol cabeceia certeiro na meta de Hogh.
A defesa dinamarquesa, estática, nada pôde fazer.
Espanhóis comemoram o segundo gol contra a Dinamarca no duelo entre ambos pelas oitavas-de-final em 1986. |
A Dinamarca parecia parada.
Nervosa.
Tenta reagir sem sucesso num chute de longe de Elkjär-Larsen.
Andersen sai para a entrada de Eriksen.
Mas os erros da defesa permanecem.
Butragueño rouba uma bola e passa para Michel.
Hogh defende, Eloy pega a sobra e por pouco não marca.
Não fez falta.
O terceiro gol espanhol veio na sequência.
Após lançamento longo de Michel para Butragueño.
O espanhol, que estava endiabrado naquela tarde.
Invade a área e somente é parado com falta.
Pênalti marcado para os espanhóis.
Goikoetxea bate forte no canto esquerdo de Hogh.
Balança as redes e marca o terceiro gol da Espanha.
Precisando do resultado, a Dinamarca mexe de novo.
Jesper Olsen dá lugar a Molby.
Porém nada conseguiu desemperrar a "Máquina".
Quem trabalhava bem mesmo naquela tarde era Butragueño.
Numa descida do ataque espanhol pelo lado direito.
Num passe de Michel para Eloy.
Que cruza para a área e encontra Butragueño.
Sozinho, livre, para mandar para as redes.
E ir comemorar junto ao banco espanhol.
Butragueño corre para comemorar após marcar o quarto gol da Espanha contra a Dinamarca em 1986. |
A "Dinamáquina" estava próxima do fim.
A Espanha ainda marcaria mais um.
Butragueño em jogada individual pela esquerda.
É mais uma vez derrubado na área da Dinamarca.
Pênalti marcado que o próprio Butragueño cobra.
Também forte, desta vez no canto direito de Hogh.
Butragueño marca o seu quarto gol na partida.
É o artilheiro isolado da Copa, com cinco gols.
Decretando o fim de um futebol.
Que ficou mesmo na lembrança de todos nós.
A Dinamarca só voltou para a Copa doze anos depois.
Na França, em 1998, conseguiu chegar às quartas-de-final.
Ainda com Michael Laudrup.
O último remanescente daquele futebol.
Mas a "Dinamáquina" nunca mais surgiu.
Foi embora depois daquela tarde mágica de Butragueño.
Há exatos 25 anos...
Ficha do jogo
18 de junho de 1986
Espanha 5 x 1 Dinamarca
Estádio La Corregidora, Querétaro, México.
Árbitro: Jan Keizer (Holanda).
Público: cerca de 38.500 pessoas.
Gols: Jesper Olsen (Dinamarca), 33 do primeiro tempo; Butragueño (Espanha), 43 do primeiro tempo; Butragueño (Espanha), 12 do segundo tempo; Goikoetxea (Espanha), 23 do segundo tempo; Butragueño (Espanha), 35 do segundo tempo; Butragueño (Espanha), 44 do segundo tempo.
Espanha: Zubizarreta; Tomás, Gallego, Goikoetxea e Camacho (c); Julio Alberto, Victor, Michel (Francisco) e Calderé; Butragueño e Salinas (Eloy). Técnico: Miguel Muñoz.
Dinamarca: Hogh; Busk, Morten Olsen (c), Ivan Nielsen e Andersen (Eriksen); Berggren, Jesper Olsen (Molby), Bertelsen e Lerby; Michael Laudrup e Elkjär-Larsen. Técnico: Sepp Piontek.
Dinamarca: Hogh; Busk, Morten Olsen (c), Ivan Nielsen e Andersen (Eriksen); Berggren, Jesper Olsen (Molby), Bertelsen e Lerby; Michael Laudrup e Elkjär-Larsen. Técnico: Sepp Piontek.
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