As chuvas de verão podem ter surpreendido pela intensidade, mas não pelo calendário.
Tampouco foram muito diferentes dos anos anteriores os pontos da Região Sudeste em que a tragédia voltou a bater ponto, como se estivesse programada para cobrar de todos, autoridades e população, as providências que foram mais uma vez adiadas.
O alagamento das avenidas marginais dos rios que cortam a capital de São Paulo e os deslizamentos que derrubam casas, soterram e matam pessoas na região serrana do Rio de Janeiro já fazem parte da rotina dos primeiros dias de janeiro e são, acima de tudo, a confirmação de que, no Brasil, ainda não damos o menor valor à prevenção.
Em Minas, a tragédia veio relativamente mais branda, mas levou vidas e deixou famílias ao desabrigo, além de reforçar a constatação de que muitos municípios ainda não contam nem mesmo com Defesa Civil organizada.
No Estado do Rio de Janeiro é grande o número de mortes.
Depois da tragédia de Angra dos Reis, que abalou o país no verão do ano passado, esperava-se que as Prefeituras das regiões afeitas a temporadas de chuvas intensas passassem a priorizar medidas preventivas.
Depois da tragédia de Angra dos Reis, que abalou o país no verão do ano passado, esperava-se que as Prefeituras das regiões afeitas a temporadas de chuvas intensas passassem a priorizar medidas preventivas.
Afinal, as chuvas são inevitáveis, mas não são imprevisíveis.
E todos sabem das suas consequências, quando encontram cenários de imprudência, montados por edificações muito próximas aos cursos d'água, no pé de barrancos e morros, ou no alto de montes inseguros e obviamente sujeitos à corrosão por chuvas continuadas.
É providência elementar impedir o aproveitamento desses locais para a construção de casas, mesmo que os proprietários dos terrenos insistam em correr o risco com seus próprios recursos.
É providência elementar impedir o aproveitamento desses locais para a construção de casas, mesmo que os proprietários dos terrenos insistam em correr o risco com seus próprios recursos.
E se os mais pobres não têm outro lugar para morar ou não podem viver longe de onde encontram trabalho e subsistência, é irrecusável removê-los com dignidade, mas com firmeza.
Por mais que provoquem irritação, desgaste político e gastos, essas são medidas que vão evitar consequências ainda mais caras e mais dolorosas, como as que o país assiste agora.
O quadro configura mais uma situação desesperadora.
O quadro configura mais uma situação desesperadora.
Além da dor da morte de parentes, milhares de pessoas perderam tudo.
Famílias inteiras estão sem teto e crianças sem alimento.
Como nas outras vezes, a solidariedade dos brasileiros não vai faltar.
Mas o tamanho da tragédia exige mais.
Parcialmente destruídas e com suas economias prejudicadas, a maioria das cidades atingidas não pode prescindir da ajuda federal.
Nesse sentido, aliás, conforme medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial da União, assegura-se a liberação de recursos públicos federais no montante de R$ 700 milhões, para atender às situações nitidamente emergenciais derivadas da intensidade das chuvas, nos estados por elas atingidos.
Tal articulação se faz, de fato e mais do que nunca, necessária, além dos mutirões de solidariedade que se organizam em favor dos desabrigados e das iniciativas dos órgãos públicos responsáveis de diferentes níveis, sobretudo na esfera da Defesa Civil.
Tal articulação se faz, de fato e mais do que nunca, necessária, além dos mutirões de solidariedade que se organizam em favor dos desabrigados e das iniciativas dos órgãos públicos responsáveis de diferentes níveis, sobretudo na esfera da Defesa Civil.
Diante de tudo isso, as autoridades têm que partir para a execução demedidas preventivas, evitando-se construções de moradia em áreas impróprias, problema que atinge centenas e centenas de cidades brasileiras.
* Editorial publicado hoje no Diario de Pernambuco.
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