O número de mortes causadas pelas chuvas no Rio subiu para 637.
A expectativa é de que esses números cresçam conforme as equipes de resgate tiverem acesso a áreas isoladas na região serrana fluminense, naquela que se tornou uma das maiores tragédias naturais da história do Brasil.
Nova Friburgo confirma 287 mortos.
A Defesa Civil de Teresópolis, 271.
Petrópolis registra 56 e Sumidouro agora tem 19 vitimas.
Em São José do Vale do Rio Preto, a Polícia Civil confirma 4 mortes.
As cidades de Areal e Bom Jardim, também afetadas, não tiveram vítimas fatais.
Em Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
Teresópolis tem 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados.
Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.
As cidades afetadas pelas chuvas na região serrana recebem doações de diversas partes do país.
Entre os itens mais pedidos pela prefeitura de Petrópolis, Nova Friburgo e pela Defesa Civil de Teresópolis estão velas e produtos de higiene pessoal (pasta de dente, escova de dente, xampu, sabonete, absorvente e fraldas descartáveis).
As prioridades de Petrópolis são mantimentos, material de limpeza, objetos de higiene pessoal, lençóis e roupa de cama.
A cidade recebeu gratuitamente mais de 1,5 milhão de litros de água no sábado e afirma que o abastecimento está praticamente normalizado.
Petrópolis |
Nova Friburgo pede, principalmente, água e vela.
Também são necessárias roupas íntimas, talheres, pão de forma, produtos de higiene pessoal e fósforo.
Nova Friburgo |
Sumidouro pede água, pó de café, feijão, enlatados, leite em pó, açúcar, material de higiene, fósforos, velas, isqueiros, cobertores, colchões, roupas de cama, mesa e banho, roupas de adultos e crianças, calçados.
Em Teresópolis, os itens de mais necessidade são produtos de higiene pessoal (incluindo fralda descartável e geriátrica), vela, fósforo e roupas íntimas.
A cidade reforça o pedido de galochas e capas de chuva, que serão usados por profissionais e voluntários em campo.
Rudimar Caberlon, secretário municipal de Ação Social de Teresópolis, também pediu que a população mantenha as doações de alimentos.
“Precisamos de arroz, feijão, farinha, óleo, sal, macarrão e outros alimentos não perecíveis”.
Ele também pediu mobília, eletrodomésticos e demais utensílios para os desabrigados.
Teresópolis |
Petrópolis e Nova Friburgo informam que já não precisam mais de roupas.
“O número de roupas doadas já ultrapassa a necessidade dos moradores afetados pelas chuvas na região de Itaipava”, informou a prefeitura de Petrópolis em comunicado.
Além da doação de produtos, Nova Friburgo também conta com a colaboração dos próprios moradores da cidade, que estão empenhados em ajudar aqueles que foram gravemente feridos pelos deslizamentos de terra e pelas enxurradas que destruíram o município.
Uma longa fila se formou no hemocentro montado pela Secretaria Estadual de Saúde de Defesa Civil na região do centro e teve gente que esperou até 3 horas para doar sangue.
A tragédia causou o esvaziamento de Nova Friburgo, pois muitos têm pavor de ficar na cidade com maior número de mortos na calamidade que é registrada como um dos maiores desastres naturais do país.
Os ônibus de Nova Friburgo em direção ao Rio saem a toda hora.
A frota é de Niterói: os que estavam na serra fluminense estão enlameados ou avariados.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, presenciou a queda de uma barreira durante a ida para Nova Friburgo, no Rio, neste sábado.
“Faço um apelo porque vi, in loco: que ninguém use a RJ 116, porque acabou de acontecer uma queda de barreira. É algo muito sério, muito grave, está interditado”, afirmou, ao chegar em Nova Friburgo, onde fortes chuvas voltaram a alagar as ruas da cidade.
O governador disse que sentiu na pele a tensão que vivem os moradores da região.
“Não vivi a mesma coisa porque graças a Deus estou vivo e não perdi nenhum parente nessa tragédia. Mas efetivamente vivi o pânico”, contou.
O governador visita a cidade para ver os estragos e também o hospital de campanha da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil, montado no local.
Ele reforçou que a cidade está vivendo uma situação de precariedade, mas que não estão faltando esforços.
Cabral ressaltou que são 11 aeronaves do Estado e 20 aeronaves de órgãos federais e empresas sobrevoando a região, além de centenas de veículos de diversos órgãos atuando no município.
Há também milhares de homens da polícia, do exército e homens da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) enviados pela prefeitura do Rio.
“Fiquei emocionado porque eles podiam estar trabalhando no Rio e vieram para cá”.
O governador também informou que os US$ 100 milhões liberados pelo Governo Federal serão utilizados por etapas, de acordo com as prioridades.
Agora, os recursos vão para as áreas aluguel/social e manutenção das equipes na cidade.
“Temos de fazer muita coisa, mas agora é hora de ajudar”, disse.
Ele calcula que os danos vão chegar a “centenas de milhões de reais”, mas que não é possível determinar um valor ainda.
Por conta da tragédia, Cabral decretou luto oficial de sete dias no Estado.
A Presidente da República, Dilma Rousseff, decretou luto oficial de três dias, a partir de sexta-feira (14).
Em comunicado, ela afirmou que o luto é "pelas vítimas dos temporais que assolaram vários municípios do Brasil, principalmente da região serrana do estado do Rio de Janeiro".
* Publicado no UOL às 21:21 hs.
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