quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS

A Academia Pernambucana de Letras foi fundada há 110 anos, em 26 de janeiro de 1901, no Recife, por Joaquim Maria Carneiro Vilela e outros escritores pernambucanos da época, com um total de 20 cadeiras.

Foi uma das primeiras academias de letras do Brasil, sendo precedida apenas pela Academia Cearense de Letras, pela Academia Brasileira de Letras e pela Academia Paraense de Letras.

No fim do Século XIX, alguns intelectuais do Recife cogitaram a criação de uma nova academia literária, que teria o nome de Academia Pernambucana de Letras.

José Isidoro Martins Júnior, Artur Orlando da Silva, Eduardo de Carvalho e Joaquim Thiago da Fonseca endereçaram um convite a Carneiro Vilela para fazer parte da nova instituição, não tendo ele aceito tal convite, expondo no jornal "A Província" uma nota explicando sua recusa.

O mesmo Carneiro Vilela, no entanto, fez parte do grupo de intelectuais que em 1901 fundaram a Academia.

Em 28 de dezembro de 1900 foi publicada uma nota a respeito da iminente instalação da academia no "Jornal do Recife" e no "Diario de Pernambuco".

Na ata da sessão ordinária de 10 de janeiro de 1901, no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano foi assentado o seguinte texto:

"O Sr. Dr. Regueira Costa pediu, e o Instituto aprovou, que se concedesse o salão de honra para nele ser instalada solenemente, no dia 26 do corrente, a Academia Pernambucana de Letras, a qual, conforme resolução do mesmo Instituto, continuará a funcionar na sede de suas sessões".

Em 14 de janeiro daquele ano houve uma sessão preparatória para instalação da Academia, com a aprovação da Lei Orgânica e escolha dos patronos das vinte cadeiras que a comporiam.

Em 26 de janeiro de 1901, em sessão solene no salão nobre do IAHGP, instalou-se a Academia Pernambucana de Letras, sob a Presidência de Carneiro Vilela, com a presença do governador Gonçalves Ferreira e com discurso de Carlos Porto Carreiro.

O objetivo da Academia Pernambucana de Letras é "promover a defesa dos valores culturais do Estado, especialmente no campo da criação literária".

A Academia foi dissolvida em 1910, sendo reorganizada em 1920.

Em 1921 o número de cadeiras foi aumentado para 30.

Em 1960 foi aumentado para 40, sendo este o número atual.

Em 1966 passou a funcionar em sede própria, num casarão na Av. Rui Barbosa, no. 1596, que pertenceu ao Barão Rodrigues Mendes, um comerciante português.

O Governo do Estado de Pernambuco desapropriou o imóvel, doando-o à Academia, através do Decreto no. 1.184, de 14 de janeiro de 1966.

O edifício-sede da Academia é conhecida como a Casa de Carneiro Vilela.

Desde 26 de janeiro de 2002, a Academia Pernambucana de Letras é presidida pelo Acadêmico Waldênio Porto (Cadeira nº 15).

A Academia Pernambucana de Letras não foi a primeira associação literária fundada em Pernambuco.

Antes dela houve a Academia Suassuna (fundada em 1802) e a Academia Paraíso (1807) que, no entanto, não tinham apenas interesse literário.

Seus maiores interesses eram políticos, de ideologia republicana, e ambas se dissolveram em 1817, quando houve a Revolução Pernambucana.

No final do século XIX e início do Século XX houve várias associações literárias que congregavam pequenos grupos de intelectuais em locais variados.

Entre estas, mencionamos o Cenáculo Pernambucano de Letras, a Academia Recifense de Letras, o Silogeu Pernambucano de Letras, o Grêmio Recifense de Letras, a Falange Literária Dr. Oliveira Lima, o Cenáculo da Livraria Silveira, a Academia Mozart, e o Café Lafayette, na Rua Primeiro Março, que, entre 1919 e 1930, funcionou como uma verdadeira academia, onde os intelectuais recifenses se reuniam.

A Academia Pernambucana de Letras distribuiu Prêmios literários regularmente, em edições anuais, em diversas categorias.

Possui uma biblioteca, um auditório e edita a "Revista da Academia Pernambucana de Letras", que apesar de ter periodicidade irregular, é publicada desde 1901.

Promove e estimula iniciativas de caráter cultural, concede prêmios literários, medalhas, troféus e títulos honoríficos, realiza cursos, reuniões e simpósios destinados ao estudo, pesquisa e discussões sobre literatura, especialmente a pernambucana.

Sede da Academia Pernambucana de Letras, na Av. Rui Barbosa, Recife.

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