Cauby Peixoto nasceu há 80 anos, em Niterói-RJ, em 10 de fevereiro de 1931.
Voz caracterizada pelo timbre grave e aveludado, é um artista que se destaca também pelos figurinos e penteados excêntricos.
Em atividade desde a década de 1940, Cauby é conhecido no meio artístico como "Professor".
A família tinha a música no sangue.
O pai, conhecido por Cadete, tocava violão e a mãe, bandolim.
Os irmãos (Moacir e Araquem) eram instrumentistas, e o tio (Nono), grande pianista.
O primo, Ciro Monteiro, foi cantor e compositor famoso.
Estudou num colégio de padres salesianos no Rio de Janeiro, e já no tempo de estudante cantava no coral da igreja.
Mais tarde, quando trabalhava no comércio, apresentou-se no programa de calouros da Rádio Tupi, "Hora dos Comerciários", patrocinado pelo SESC e dirigido pela pianista Babi de Oliveira, conseguindo então chamar a atenção da "Revista do Rádio", em 1949.
Cantou também no conjunto de seu irmão Moacir, na boate carioca "Casablanca" e, em 1951, gravou seu primeiro disco, pela Som, lançando o samba "Saia branca" (Geraldo Medeiros), para o carnaval.
Em 1952, mudou-se para São Paulo, passando a cantar nas boates "Oásis" e "Arpege", e na Rádio Excelsior, destacando-se sempre com repertório de músicas estrangeiras.
Por volta de 1954, foi ouvido pelo empresário Di Veras, que, pretendendo renovar o elenco da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, então dominado por ídolos como Emilinha Borba e Orlando Silva, o convidou para atuar naquela emissora.
Seu lançamento na Rádio foi preparado nos moldes norte-americanos, com grande publicidade e muita promoção, e, em pouco tempo, ele também se tornaria um ídolo, adorado e perseguido pelas fãs.
Vestindo-se de maneira extravagante para a época, e colocando trinados e versos inexistentes em suas canções, criou um tipo diferente, obtendo sucesso imediato.
Ainda em 1954, gravou com êxito o fox "Blue Gardenia" (Bob Russel e Lester Lee, versão de Antônio Almeida e João de Barro) e, nos cinco anos seguintes, foi considerado o cantor mais popular do pais.
Em 1956 gravou em disco de 78 rpm, pela Columbia, "Conceição" (Jair Amorim e Dunga), que se transformou no maior sucesso de seu repertório.
Da Rádio Nacional, passou para a Rádio Tupi e gravou "Nono mandamento" (Rene Bittencourt e Raul Sampaio), em 1957; "Prece de amor" (Rene Bittencourt), em 1958; "Ninguém é de ninguém" (Humberto Silva, Toso Gomes e Luís Mergulhão) e "É tão sublime o amor" (P. Francis Webster e Sammy Fain, versão de Antônio Carlos).
Depois de aparecer na revista norte-americana Time como o maior ídolo da canção popular brasileira, foi convidado para uma excursão aos EUA, onde gravou, com o nome de Ron Coby, um LP com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês.
De volta ao Brasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate carioca "Drink", passando a se dedicar mais à administração da casa e interrompendo, assim, suas apresentações.
Em 1959, retornou aos EUA para uma temporada de 14 meses, durante os quais realizou espetáculos, apresentou-se na televisão e gravou, em inglês, Maracangalha (Dorival Caymmi), que recebeu o titulo de "I Go".
Numa terceira visita aos EUA, algum tempo depois, participou do filme Jamboreé, da Warner Brothers.
Durante toda a década de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes.
Em 1970 reapareceu como vencedor do "Festival de San Remo", na Itália, classificando em primeiro lugar a música que defendeu, Zíngara (R. Alberteli, versão de Nazareno de Brito).
A partir da década de 1970, passou a se apresentar em programas de televisão no Rio de Janeiro, e a realizar pequenas temporadas em casas de diversão noturnas do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Em 1980 lançou pela Som Livre o disco "Cauby, Cauby", com composições escritas especialmente para ele por Caetano Veloso (Cauby, Cauby), Chico Buarque (Bastidores), Tom Jobim (Oficina), Roberto Carlos e Erasmo Carlos (Brigas de amor) e outros.
Em 1982, numa temporada com os irmãos Moacir (piano) e Araquem (piston), lançou o LP Ângela e Cauby, o primeiro encontro dos dois cantores em disco, com sucessos como "Começaria tudo outra vez" (Gonzaguinha), "Recuerdos de Ipacaray" (Z. de Mirkin e Demetrio Ortiz) e a valsa "Boa-noite, amor" (José Maria de Abreu e Francisco Matoso).
Em 1989, a RGE relançou o LP "Quando os Peixotos se encontram", de 1957.
Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp.
Atualmente apresenta-se nas noites de segunda-feira no Bar Brahma, tradicional templo da boemia paulistana, localizado na mais famosa esquina brasileira (Av. Ipiranga com São João, em São Paulo, Brasil), em temporada que já dura mais de dois anos, com ingressos concorridos.
Parabéns, Cauby pelos 80 anos de vida! Um grande artista brasileiro!...
Nenhum comentário:
Postar um comentário