domingo, 20 de fevereiro de 2011

MUHAMMAD NAGUIB

Muhammad Naguib nasceu em Cartum, no Sudão, em 20 de fevereiro de 1901.

Foi o primeiro presidente do Egito, iniciando seu mandato a partir da Proclamação da República, em 18 de junho de 1953, até 14 de novembro de 1954.

Junto com Gamal Abdel Nasser, foi o principal líder da Revolução Egípcia de 1952, que culminou com o fim da dinastia de Muhammad Ali no Egito e no Sudão.

Era o mais velho dos nove filhos do militar egípcio Youssef Naguib.

Sua mãe era sudanesa.

Naguib passou sua infância no Sudão.

Formou-se em Direito e em Ciência Política.

Poliglota, falava inglês, francês, italiano e alemão.

Na década de 20, após a morte de seu pai, passou a morar no Egito.

Prosseguiu seus estudos jurídicos e passou a fazer carreira no Exército.

Serviu no Egito e na Palestina.

Em 1949, Naguib se aliou secretamente ao Movimento dos Oficiais Livres, e um ano depois foi promovido ao posto de major-general.

Os Oficiais Livres, liderados pelo coronel Gamal Abdel Nasser eram jovens membros das forças armadas, além de camponeses e originários da classe média.

Nasser tinha como objetivo derrubar o rei egípcio Farouk I e acabar com a dominação britânica do Egito e Sudão.

Em 23 de julho de 1952, os Oficiais Livres deram início à Revolução Egípcia de 1952, com um Golpe de Estado para depor o rei Farouk I.

Naguib foi nomeado Comandante-Chefe do Exército, a fim de manter as forças armadas firmes a possíveis golpes de oficiais subalternos.

Em setembro, Naguib foi nomeado primeiro-ministro do Egito.

Passando a estar acima do Movimento dos Oficiais Livres, Naguib conferiu legitimidade ao seu mandato aos olhos do povo, do exército, dos políticos e dos poderes estrangeiros.

Em 18 de junho de 1953, quase 11 meses após a revolução, Naguib declarou o fim da monarquia do Egito e do Sudão e a instauração da República do Egito.

Com a declaração da República, Naguib foi empossado como seu Presidente.

O líder dos Oficiais Livres, Gamal Abdel Nasser, tornou-se vice-primeiro-ministro.

A partir de então Naguib começou a entrar em conflito com outros membros do Conselho do Comando da Revolução sobre a implementação de seus objetivos.

Ele queria eliminar progressivamente a influência política dos militares e o retorno do país ao regime civil.

O Exército, pensava ele, interferiu para mudar um regime corrupto, mas, em seguida, ele deveria retirar-se.

Outros partidários da Revolução, como Abdel Nasser, contrariamente, entendiam que a democracia, ou um sistema multi-partidário, ou a retirada do exército da política, permitiria que o partido político liberal "Wafd", a "Irmandade Muçulmana" e os outros partidos políticos recuperassem o terreno perdido em 1952.

Além disso, embora Naguib fosse o Presidente, sua autonomia foi limitada pelo fato de que ele precisava de uma maioria dos votos do Conselho do Comando da Revolução para qualquer decisão a ser tomada, e sua opinião era frequentemente ignorada.

Naguib declarou a Nasser que, ou ele detinha o real poder do Conselho do Comando da Revolução, ou ele renunciaria.

Em 1954, contudo, Nasser acusou Naguib de apoiar a então recentemente banida "Irmandade Muçulmana" e de abrigar ambições ditatoriais.

A luta pelo controle dos militares e da República do Egito eclodiu entre Naguib e Nasser.

Em 25 de fevereiro de 1954 o Conselho do Comando da Revolução anunciou a renúnica de Naguib, afirmando que Naguib era uma "exigente autoridade absoluta, o que não é aceitável".

Protestos populares reconduziram Naguib ao poder no dia seguinte mas, apesar do apoio da massa e da sua recondução, os dias no poder de Naguib estavam contados.

Embora reintegrado como Presidente no dia 26 de fevereiro, Nasser tornou-se então Primeiro-Ministro e Presidente do Conselho do Comando da Revolução, passando Naguib a realizar papel apenas cerimonial.

Nove meses depois, Naguib se recusou a continuar a farsa, e, em 14 de novembro de 1954, renunciou definitivamente à Presidência, passando a viver uma vida de despojamento e esquecimento.

Gamal Abdel Nasser passa a ser Presidente do Egito.

Naguib foi condenado à prisão domiciliar no subúrbio do Cairo pelo Presidente Nasser.

Teve sua liberdade restabelecida em 1972 pelo Presidente Anwar El-Sadat.

Faleceu em 29 de agosto de 1984, no Cairo.

No mesmo ano teve publicada suas memórias sob o nome "Eu fui um Presidente do Egito".

O livro foi reeditado diversas vezes e traduzido em inglês sob o título "O Destino do Egito".

O ex-presidente do Egito Muhammad Naguib

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