Milhares de manifestantes continuam na noite deste domingo a ocupar a praça Tahrir, no centro do Cairo, horas após a realização das primeiras conversas entre o governo e a oposição.
Nas negociações, que ocorreram no 13º. dia de protestos pela renúncia do presidente Hosni Mubarak, o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, ofereceu a criação de um comitê para estudar reformas constitucionais.
No entanto, os grupos opositores, incluindo a Irmandade Muçulmana, reagiram com cautela à oferta.
Nas negociações, que ocorreram no 13º. dia de protestos pela renúncia do presidente Hosni Mubarak, o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, ofereceu a criação de um comitê para estudar reformas constitucionais.
No entanto, os grupos opositores, incluindo a Irmandade Muçulmana, reagiram com cautela à oferta.
Alguns líderes disseram à BBC que estão céticos sobre a boas intenções do governo e que pediram uma série de medidas para restaurar a confiança entre os dois lados.
As exigências incluem o fim imediato das leis de emergência, que vigoram no país há 29 anos, dando grandes poderes de repressão ao Estado, e o fim do que a oposição chama de "incentivo à intimidação" na televisão estatal.
Essa foi a primeira vez que representantes do governo e da Irmandade Muçulmana, uma organização oficialmente declarada ilegal no Egito, sentaram-se à mesa de negociações.
As exigências incluem o fim imediato das leis de emergência, que vigoram no país há 29 anos, dando grandes poderes de repressão ao Estado, e o fim do que a oposição chama de "incentivo à intimidação" na televisão estatal.
Essa foi a primeira vez que representantes do governo e da Irmandade Muçulmana, uma organização oficialmente declarada ilegal no Egito, sentaram-se à mesa de negociações.
Segundo o correspondente da BBC no Cairo Jon Leyne, havia uma ampla gama de representantes da oposição na reunião deste domingo, incluindo nomes dos partidos Wafd e Tagammu, além de importantes figuras no país, como o empresário Naguib Sawiris.
A TV estatal afirmou que ficou acertada a criação de um comitê formado por juristas e figuras políticas incumbidos de sugerir mudanças constitucionais.
Os participantes também teriam condenado a interferência externa na resolução da crise no Egito e teriam dito que irão trabalhar por uma transição de poder pacífica.
Na semana passada, Suleiman convidou grupos de oposição para discutir reformas políticas antes das eleições em setembro, alertando a Irmandade Muçulmana de que se tratava de uma "oportunidade valiosa".
Anteriormente, o grupo oposicionista condicionava qualquer negociação à renúncia imediata do presidente Mubarak.
O grupo disse que as conversas deste domingo serviriam para avaliar se o governo estava preparado para a implementação de reformas políticas imediatas.
Apesar das quase duas semanas de protestos nas ruas do Cairo e de outras grandes cidades do país, o presidente Hosni Mubarak - no poder desde 1981 - afirmou que não renunciará, mas prometeu não concorrer à reeleição.
Mubarak já responsabilizou a Irmandade Muçulmana pela organização das manifestações e afirma que se ele deixar o cargo, o grupo vai se aproveitar do caos político que se instalará.
O correspondente da BBC no Cairo Jon Leyne diz que a Irmandade é sem dúvida uma força importante no Egito, mas sofre divisões internas e não apresenta intenções claras, apesar de negar que tenha o objetivo de criar um Estado islâmico no país.
Neste domingo, os bancos reabriram após uma semana fechados e longas filas se formaram.
Devido a temores de que a população tente sacar o dinheiro depositado em contas, o Banco Central decidiu liberar parte de suas reservas de US$ 36 bilhões para cobrir as possíveis retiradas, mas o presidente da instituição diz acreditar que todas as transações "serão honradas".
O governo tenta reanimar a economia do país, que, segundo estimativas, está perdendo pelo menos US$ 310 milhões por dia devido à crise.
* Publicado no UOL às 19:36 hs.
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