Mais uma vez os estados do Nordeste ficam às escuras.
Já é o sexto apagão desde 1985, sendo que desde 2009, o problema vem se repetindo a cada ano.
Desta vez, por mais de quatro horas, o abastecimento foi interrompido parcialmente na Bahia e totalmente nos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, na madrugada de ontem.
Mais do que a fragilidade do sistema, a recorrência dos blecautes expõe o loteamento político que virou o setor elétrico.
No olho do furacão, a presidente Dilma promete mais técnicos do que políticos no comando das empresas estatais responsáveis pelo setor.
Há mais de 20 anos, o Ministério de Minas e Energia está nas mãos do grupo ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP).
Há mais de 20 anos, o Ministério de Minas e Energia está nas mãos do grupo ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP).
A presidente Dilma, no entanto, quer agora o controle pessoal das principais estatais do setor elétrico e diz que não vai aceitar chantagens e ameaças de aliados para a nomeação dos cargos.
"Quem foi eleita fui eu. Se eles pensam que mandam no meu governo, estão enganados", afirmou Dilma, ontem.
O apagão antecipou a mudança nos principais cargos.
O apagão antecipou a mudança nos principais cargos.
A troca de cadeiras começa pela presidência da Eletrobrás.
Sai José Muniz e entra o ex-presidente da Cemig, José da Costa Carvalho.
Terão novos presidentes Eletrosul, Eletronorte, Eletrobrás Distribuidoras, Furnas, Eletronuclear e inclusive, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que ficou sob os holofotes no último blecaute.
A presidência da Chesf é ocupada há oito anos por Dilton da Conti, em nome do PSB.
Fala-se que apenas um nome será mantido: Jorge Samek, da Itaipu Binacional e filiado ao PT do Paraná.
Na próxima segunda-feira, representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ministério de Minas e Energia (MME), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Chesf se reúnem para tratar do problema.
Na próxima segunda-feira, representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ministério de Minas e Energia (MME), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Chesf se reúnem para tratar do problema.
Na terça, a Chesf envia o Relatório de Análise da Perturbação, detalhando o blecaute à Aneel.
Os dados preliminares apontam para uma falha em uma cartela do sistema de proteção da subestação de Luiz Gonzaga, que fica na divisa entre Pernambuco e Bahia.
Especialistas consideram que os frequentes blecautes são consequência de falta de investimentos no setor elétrico.
Especialistas consideram que os frequentes blecautes são consequência de falta de investimentos no setor elétrico.
Ao contrário do que ocorreu no apagão de 2001, que levou a um racionamento de luz em todo o território nacional, o problema atual não é falta de energia, mas sim de investimentos na operação do sistema de transmissão.
* Publicado hoje no Diario de Pernambuco.
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