A oposição líbia tomou o controle da cidade de Zawiya, a 50 quilômetros a oeste de Trípoli, embora a cidade esteja rodeada por tropas leais ao ditador Muammar Kadafi e haja o receio de ataque próximo, informou neste domingo a rede de televisão "Al Jazeera".
"Esperamos um ataque a qualquer momento", disse por telefone à emissora uma pessoa identificada apenas como Ezeldina, moradora de Zawiya, agora a cidade mais próxima a Trípoli controlada por forças da oposição.
Os moradores de Trípoli formaram longas filas neste domingo em frente aos bancos para retirar os 400 dólares prometidos na sexta-feira pelo regime de Muamar Gaddafi, segundo uma testemunha.
"Sinto dizer que há muita gente em frente aos bancos de Trípoli", declarou essa testemunha que pediu para não ser identificada, contatada por telefone.
Para tentar frear a revolta, o regime anunciou na sexta-feira uma ajuda de 500 dinares às famílias líbias, assim como um aumento de 150% no salário de alguns servidores.
A mensagem foi enviada por SMS aos bairros onde não foram registradas manifestações, e neste domingo, primeiro dia de abertura dos bancos após o anúncio, diversos moradores de Trípoli aproveitaram para sacar o dinheiro, explicou essa testemunha.
Junto aos bancos, alguns comércios voltaram a abrir suas portas.
A gasolina e o pão estão sendo submetidos a racionamento, e muitos tentavam comprar fogões elétricos pelo fato de não haver mais botijões de gás.
A situação parecia estabilizar-se neste domingo na capital, cujos postos de controle vigiavam a entrada e saída de moradores.
Já não eram ouvidos tiros, segundo a testemunha.
Um grupo de jovens preparava uma nova manifestação na capital, mas outros opositores tentavam fazê-los mudar de opinião.
"Se houver novas manifestações, Gaddafi vai continuar matando", explicou a testemunha.
No bairro de Al Tejura, os opositores foram convidados a gritar "Deus é grande" no telhado como sinal de protesto.
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) decidiu ontem (sábado, 26) congelar os bens do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi e de outros cinco membros de sua família.
A medida faz parte de sanções impostas pelo Conselho por conta da sangrenta repressão feita pelo ditador aos manifestantes que exigem sua renúncia.
Além dos bens congelados, os membros do Conselho aprovaram, por unanimidade, a proibição de viagens do líder da Líbia e de alguns de seus familiares e o embargo na venda de armas.
* Publicado no UOL às 11:41 hs.
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