Sob pressão da comunidade internacional e da população do Egito, o presidente Hosni Mubarak sinaliza que quer um acordo com a oposição para encerrar 12 dias de protestos no país.
O ministro das Finanças egípcio, Samir Radwan, disse que o vice-presidente Omar Suleiman vai se reunir com oposicionistas na tentativa de acabar com a crise.
Não há detalhes sobre o encontro.
O principal grupo de oposição no Egito, a Irmandade Muçulmana, informou estar pronto para negociar com o governo, desde que haja um acordo por escrito sobre a realização de uma reforma política dentro de um cronograma específico.
Em uma declaração, divulgada anteontem à noite, a organização informou que não há exigência alguma a ser feita ao presidente.
Outro líder do movimento oposicionista, o Nobel da Paz Mohamed El Baradei não confirmou presença nas reuniões.
Segundo o ministro das Finanças egípcio, a transição de poder no Egito começou quando o presidente Hosni Mubarak disse que não concorrerá à reeleição em setembro, e que se dispõe a transmitir o poder ao sucessor em dezembro.
"É o início da criação de um processo que vai garantir uma transição de poder sem solavancos e sem cair na armadilha de um cenário de caos", afirmou Samir Radwan.
De acordo com analistas, a participação do maior grupo de oposição do país em conversas com o governo pode ajudar a resolver o impasse no Egito, mas ainda não se sabe se os jovens manifestantes que vêm liderando os protestos nas ruas apoiariam uma negociação enquanto o presidente se mantém no cargo.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apelou na sexta- feira (4) por "um processo de transição ordenada que comece imediatamente" no Egito.
Obama disse também que Mubarak deve ouvir a população.
"Ele precisa ouvir o que está sendo dito pela população e fazer um julgamento sobre um rumo a tomar que seja ordenado, significativo e sério", disse Obama.
"Nós queremos ver este momento de turbulência se transformar em um momento de oportunidade. O mundo inteiro está assistindo".
Para a União Europeia, o processo de transição deve começar imediatamente.
“O Conselho Europeu está acompanhando com grande preocupação a piora na situação do Egito”, disse um comunicado assinado por 27 líderes do bloco.
“Todos os partidos devem se moderar, evitar violência e começar uma transição ordeira para um governo de base ampla”.
* Publicado no UOL às 11:58 hs.
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