Os 148 brasileiros que estavam em Benghazi, na Líbia, devem chegar ao aeroporto de Recife no fim da tarde desta segunda-feira, de acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores.
São funcionários da empreiteira Queiroz Galvão que trabalhavam em obras de infraestrutura em seis cidades no nordeste da Líbia e seus familiares.
Segundo o Ministério, eles virão em um voo de carreira fretado pela empresa e depois de desembarcar em Recife, seguem para cidades diferentes.
O voo, com saída prevista para às 3h (horário de Brasília) de segunda-feira, fará uma escala em Lisboa, Portugal.
O grupo desembarcou às 2h30 deste domingo em Atenas, na Grécia, e foi recepcionado pelo embaixador do Brasil no país, Otto Agripino Maia.
O Itamaraty montou uma operação para providenciar os documentos necessários para a saída dos brasileiros da Grécia.
Um avião procedente de Roma chegou a São Paulo ontem de manhã trazendo brasileiros da Líbia.
Ali Raad, 32, José Morivaldo de Melo, 55, e Eduardo Chaalan Bitar, 36, funcionários da construtora Andrade Gutierrez, deixaram o país africano na quinta-feira.
"O aeroporto de Trípoli estava lotado, caótico", relata o economista Raad.
"Foi muito difícil sair de lá. Conseguimos fechar o nosso escritório no país. Nossos operários, que são do Vietnã, embarcaram conosco para Malta". De lá, foram à Itália.
Melo, há um ano e nove meses na Líbia, relata que viu, nos últimos dias em Trípoli, pessoas comprando mantimentos e as ruas da cidade ficando vazias.
As únicas cenas de violência que presenciou foram no aeroporto, com policiais agredindo pessoas.
Bitar, que passou pouco mais de 11 meses na Líbia como funcionário da área financeira, conta que no centro da cidade e em pontos específicos fora da capital havia "um embate".
"Vimos o Exército passar. Ficamos tensos. Desde segunda-feira, ouvíamos barulho de tiros, bombas. Mas não cheguei a ver mortos", declarou ele.
Brasileiro acena com bandeira do Brasil na chegada de navio em Malta, após fuga da Líbia |
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou na noite deste sábado (26), por unanimidade, sanções severas contra o líder líbio Muammar Gaddafi, seus familiares e integrantes de seu círculo político. Essas sanções incluem a proibição das viagens de Gaddafi e o congelamento de seus bens.
A resolução aprovada pelo conselho de 15 nações também inclui uma referência a Corte Internacional de Haia a respeito da repressão das forças governamentais contra as manifestações populares, para posterior investigações de quaisquer responsáveis pela morte de civis.
A resolução aprovada tem por objetivo "atingir a ampla e sistemática violação de direitos humanos, incluindo a repressão de protestantes pacíficos".
Os membros também manifestaram preocupação pela morte de civis, "rejeitando inequivocamente o incitamento de hostilidades e violências contra a população civil feita pelas mais altas autoridades do governo líbio".
A decisão das Nações Unidas ocorre na sequência de medidas semelhantes já adotadas pelos EUA.
Obama assinou uma ordem executiva para congelar todos os ativos de Gaddafi, sua família e membros de seu regime.
Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou sanções econômicas aos ativos do ditador e seu a família e mais tarde afirmou que Gaddafi teria "de sair do poder agora".
Os governos da Alemanha, Reino Unido e França apoiaram a decisão de Obama e pediram sanções severas ao país em conflito.
* Publicado no UOL às 12:45 hs.
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