sábado, 19 de março de 2011

ASSIS VALENTE

José de Assis Valente nasceu em Santo Amaro, na Bahia, há exatos 100 anos, em 19 de março de 1911.

Compositor, era filho de José de Assis ValenteMaria Esteves Valente.

Segundo relatava, tinha sido roubado aos pais, ainda pequeno, sendo depois entregue a uma família Santoamarense, que lhe deu educação, ao mesmo tempo em que o iniciou no trabalho, algo extenuante.

Já aos dez anos de idade revelava-se admirador de grandes poetas, como Castro Alves e Guerra Junqueiro, cujos versos declamava, encantando aos que ouviam.

Por essa idade segue com um circo mambembe, até que finalmente radicou-se em Salvador, onde faz-se aluno do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, aprendendo também a confeccionar dentaduras.

Em 1927 muda para o Rio de Janeiro, onde se emprega como protético e consegue publicar alguns desenhos.

Na década de 1930 compõe seus primeiros sambas, incentivado por Heitor dos Prazeres.

Muitas de suas composições alcançam o sucesso, nas vozes de grandes intérpretes da época, como Carmen Miranda, Orlando Silva, Altamiro Carrilho e muitos outros.

Dorival Caymmi, Carmen Miranda e Assis Valente

Graças a uma dívida cobrada por Elvira Pagã, que lhe cantara alguns sucessos, junto com a irmã, tenta o suicídio pela primeira vez, cortando os pulsos.

Casou-se, em 23 de dezembro de 1939, com Nadyli da Silva Santos.

Em 1941 havia tentado o suicídio mais uma vez, saltando do Corcovado – tentativa frustrada por haver a queda sido amortecida pelas árvores.

Em 1942 nasce sua única filha, Nara Nadyli, e separa-se da esposa.

Desesperado com dívidas, Assis Valente vai ao escritório de direitos autorais, na esperança de conseguir dinheiro.

Ali só consegue um calmante.

Telefona aos empregados, instruindo-os no caso de sua morte, e depois para dois amigos, comunicando sua decisão.

Sentando-se num banco de rua, ingere formicida, deixando no bolso um bilhete à polícia, onde pedia ao também compositor e amigo Ary Barroso que lhe pagasse dois aluguéis em atraso.

Seu trabalho foi um dos mais profícuos da música, constando que chegava a compor quase uma canção por dia, muitas delas vendidas a baixos preços para outros, que então figuravam como autores.

Seu primeiro sucesso, ainda de 1932, foi "Tem francesa no morro", cantando por Aracy Côrtes.

Foi autor também de peças como "Rei Momo na Guerra", de 1943, em parceria com Freire Júnior.

Após sua morte, foi sendo esquecido, para ser finalmente redescoberto nos anos 1960, nas vozes de grandes intérpretes da MPB, como Chico Buarque, Maria Bethânia, Novos Baianos, Elis Regina, Adriana Calcanhoto, etc.

É autor de sucessos musicais como "Brasil pandeiro", "Boneca de pano", "E o mundo não se acabou" e "A rosa e o vento".

Assis Valente

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