segunda-feira, 14 de março de 2011

SYNVAL SILVA

Synval Machado da Silva nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, há exatos 100 anos, em 14 de março de 1911.

Embora tenha aprendido muito cedo a tocar violão, instrumento no qual se desenvolveu num bom nível, despontou inicialmente aos olhos do público como clarinetista, tocando o instrumento na banda sinfônica de Juiz de Fora.

Além disso, para garantir o sustento, tornou-se mecânico de automóveis e também motorista particular.

Compôs sua primeira música em 1927, a valsa "Lua de prata".

Em 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar no Morro da Formiga.

Tocou violão no Regional de Jorge Nóbrega que era contratado da Rádio Mayrink Veiga e fez parte também do Regional Good-Bye, na mesma emissora.

Nessa época, conheceu Assis Valente que, em 1934, o apresentou àquela que iria mudar para sempre a sua vida: Carmen Miranda.

Synval tornou-se o compositor favorito de Carmen - a primeira canção gravada por ela foi "Ao voltar do samba", ainda em 1934, fazendo um grande sucesso.

Carmen prometeu dois contos de réis (um dinheirão para a época) se Synval lhe fizesse um samba que alcançasse metade do prestígio conseguido por "Ao voltar do samba".

O resultado foi "Coração", sucesso em 1935.

Carmen então ofereceu três contos de réis por nova composição, resultando dessa vez em "Adeus batucada".

A Pequena Notável gravou ainda "Saudade de você" e "Gente bamba".



Outros cantores também começaram a gravar suas músicas.

Aurora Miranda cantou a marcha "Amor! Amor!".

Orlando Silva interpretou o samba "Agora é tarde".

Odete Amaral gravou "Alma de um povo".

E o Trio de Ouro registrou o samba "Madalena se zangou", feito em parceria com Ubenor Santos.

Synval Silva participou ativamente da vida do morro e em 1940 foi um dos fundadores da Escola de Samba Império da Tijuca.

Nesse mesmo ano, Ataulfo Alves gravou o samba "Geme negro", que fez em parceria com Synval.

No início dos anos 50, o compositor esteve durante seis meses nos Estados Unidos e participou de um show, juntamente com Carmen Miranda, que percorreu todo o país, do Atlântico ao Pacífico, divertindo os soldados hospitalizados e aqueles que iriam embarcar para a Guerra da Coreia.

Voltando ao Brasil, sem conseguir viver apenas de direitos autorais, Synval voltou a trabalhar como mecânico.

Em 1967, recebeu o título de "Cidadão carioca" e o anel de Bacharel em samba, outorgado pelo Museu da Imagem e do Som em 1968.

Com o samba "Marina", defendido por Noite Ilustrada, o compositor participou da I Bienal do Samba, da TV Record, também em 1968.

Em 1972, apresentou-se em São Paulo como integrante do Batuk-Show, ao lado de Mano Décio da Viola e Xangô da Mangueira.

Gravou, em 1973, um LP para a RCA, no qual interpretava sete músicas antigas e mais "Amor e desencontro", composto com Marilene Amaral.

Único LP de Synval Silva, gravado em 1973

Foi o autor do samba-enredo "As minas de prata", parceria com Mauro Afonso e Jorge Melodia, com o qual a Império da Tijuca desfilou em 1974.

Pouco tempo depois se afastou da vida artística.

Synval Silva morreu pobre e em estado de semi-demência no Rio de Janeiro, em 14 de abril de 1994, aos 83 anos.

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