quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

BEETHOVEN

Ludwig van Beethoven nasceu em 16 de dezembro de 1770, há exatos 240 anos portanto, na cidade de Bonn, na Renânia do Norte, Alemanha.

Foi um compositor do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX).

É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem, como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos.

Sua família era de origem flamenga. Descendia de artistas, pintores e escultores.

Seu pai, de quem herdou o nome, era tenor e também lecionava. Foi dele que Beethoven recebeu as suas primeiras lições de música, o qual o pretendeu afirmar como menino prodígio ao piano, tal seria a facilidade demonstrada desde muito cedo para tal. Por isso o obrigava a estudar música todos os dias, durante muitas horas, desde os cinco anos de idade.

Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Christian Gottlob Neefe (1748-1798), que lhe deu uma formação musical sistemática, e a oportunidade de conhecer os grandes mestres alemães da música.

Numa carta publicada em 1780, pela mão de seu mestre, afirmava que seu discípulo, de dez anos, dominava todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e que o apresentava como um segundo Mozart.

Compôs as suas primeiras peças aos onze anos de idade, iniciando a sua carreira de compositor.

Os seus progressos foram de tal forma notáveis que, em 1784, já era violoncelista na orquestra da corte e professor, assumindo a chefia da família, devido à doença do pai, o alcoolismo.

Teve contatos com os Ideais da Revolução Francesa e com o Iluminismo.

Em 1792 muda-se para Viena, onde, afora algumas viagens, permanecerá para o resto da vida. Procura complementar mais os seus estudos. Tornou-se um pianista virtuoso, cultivando admiradores, os quais muitos da aristocracia. Começou então a publicar as suas obras.

Foi em Viena que lhe surgiram os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Foi-lhe diagnosticado, por volta de 1796, a congestão dos centros auditivos internos, o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a isolar-se.

Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena. Fez curativos, realizou balneoterapia, usou cornetas acústicas, mudou de ares, mas os seus ouvidos permaneciam arrolhados. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou em suicidar-se.

Embora tenha feito muitas tentativas para se tratar, durante os anos seguintes, a doença continuou a progredir e, aos 46 anos de idade (1816), estava praticamente surdo. Porém, ao contrário do que muitos pensam, Beethoven jamais perdeu a audição por completo.

A sua vida artística pode ser dividida em três fases: a mudança para Viena, em 1792, quando alcança a fama de brilhantíssimo improvisador ao piano; por volta de 1794, se inicia a redução da sua acuidade auditiva, fato que o leva a pensar em suicídio; os últimos dez anos de sua vida, quando fica praticamente surdo, e passa a escrever obras de caráter mais abstrato.

Em 1801, Beethoven afirma não estar satisfeito com o que compôs até então, decidindo tomar um "novo caminho". Dois anos depois, em 1803, surge o grande fruto desse "novo caminho": a sinfonia nº. 3 em Mi bemol Maior, apelidada de "Eroica". A sinfonia era duas vezes mais longa que qualquer sinfonia escrita até então.

Em 1808, surge a Sinfonia nº. 5 em Dó menor (sua tonalidade preferida), cujo famoso tema da abertura foi considerado por muitos como uma evidência da sua loucura.

Em 1814, na segunda fase, Beethoven já era reconhecido como o maior compositor do século.

Em 1824, surge a Sinfonia nº. 9 em Ré Menor. Pela primeira vez na história da música, é inserido um coral numa sinfonia, inserida a voz humana como exaltação dionisíaca da fraternidade universal, com o apelo à aliança entre as artes irmãs: a poesia e a música.

Beethoven começou a compor música como nunca antes se houvera ouvido. A partir de Beethoven a música nunca mais foi a mesma. As suas composições eram criadas sem a preocupação em respeitar regras que, até então, eram seguidas.

Considerado um poeta-músico, foi o primeiro romântico apaixonado pelo lirismo dramático e pela liberdade de expressão.

Foi sempre condicionado pelo equilíbrio, pelo amor à natureza e pelos grandes ideais humanitários.

Inaugura, portanto, a tradição de compositor livre, que escreve música para si, sem estar vinculado a um príncipe ou a um nobre.

Hoje em dia muitos críticos o consideram como o maior compositor do século XIX, a quem se deve a inauguração do período Romântico, enquanto que outros o distinguem como um dos poucos homens que merecem a adjetivação de gênio.

Ao morrer, a 26 de março de 1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia, assim como projetava escrever um Requiem.

Ao contrário de Mozart, que foi enterrado anonimamente em uma vala comum (o que era o costume na época), 20.000 cidadãos vienenses enfileiraram-se nas ruas para o funeral de Beethoven, em 29 de março de 1827.

Depois de uma missa, Beethoven foi enterrado no cemitério Währing, a noroeste de Viena. Seus restos mortais foram exumados para estudo, em 1862, sendo transferidos em 1888 para o Cemitério Central de Viena.


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