quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A ÚLTIMA VAGA PARA A COPA DE 1966

No último dia 7 de dezembro.

Escrevi como a Itália foi à Copa de 1966, na Inglaterra.

Salientei naquele texto.

Que aquela era a penúltima vaga existente naquele Mundial.

Hoje eu irei falar.

Como foi a batalha.

Pela definição da última vaga à Copa do Mundo de 1966.

Dezesseis vagas estavam disponíveis para o Mundial.

Duas previamente preenchidas.

O Brasil, então bi-campeão do mundo.

A Inglaterra, país-sede.

Quatorze vagas estavam em disputa.

Três vagas reservadas à América do Sul.

As eliminatórias sul-americanas.

Ocorreram entre maio e outubro de 1965.

O Uruguai eliminou Peru e Venezuela em julho.

A Argentina passou fácil por Paraguai e Bolívia.

O Chile roeu osso, mas despachou o Equador.

Após um jogo-extra em Lima, no Peru, em outubro.

Uma vaga estava destinada às Américas do Norte e Central.

Costa Rica, Jamaica e México.

Disputaram a fase final entre abril e maio de 1965.

O México classificou-se invicto ao Mundial.

Outra vaga estava reservada à África, Ásia e Oceania.

Inicialmente dezenove países estavam inscritos.

Mas quinze desistiram.

Em protesto à presença da África do Sul.

Por seu regime racista do Apartheid.

A FIFA optou por excluir os sul-africanos.

Mas as federações desistentes não voltaram atrás.

E apenas a Austrália e as duas Coreias.

Estavam dispostas a continuar na disputa.

Em seguida a Coreia do Sul também desistiu.

Por divergências políticas com a vizinha do norte.

Austrália e Coreia do Norte disputaram então duas partidas.

Em campo neutro, no Camboja, em novembro de 1965.

A Coreia do Norte venceu os dois confrontos.

E classificou-se ao Mundial da Inglaterra.

As nove vagas restantes.

Eram todas destinadas aos países europeus.

O grupo 1 terminou empatado.

Bélgica e Bulgária terminaram com o mesmo número de pontos.

E teriam que fazer um jogo-extra em dezembro.

Para então decidir quem ficaria com a vaga.

No grupo 2 a Alemanha Ocidental se saiu melhor.

Disputou duramente contra a Suécia a vaga.

No grupo 3 a França foi a classificada.

Mesmo com uma derrota para a Iugoslávia em Belgrado.

O grupo 4 classificou Portugal.

Que surpreendeu ao eliminar a Tchecoslováquia.

E foi à sua primeira Copa do Mundo.

No grupo 5 a Suíça ficou na frente.

Classificação confirmada apenas após o último jogo.

Após duros combates contra a Irlanda do Norte.

Esta inspirada em seu craque George Best.

A Hungria classificou-se pelo Grupo 6.

Passou sem sustos por Alemanha Oriental e Áustria.

Mesma condição da União Soviética.

Classificada com sobras no Grupo 7.

Não encontrou adversários à altura.

O Grupo 8 era o da Itália.

Após um susto em Glasgow.

Vitória sobre a Escócia em Nápoles.

E classificação garantida para a Copa do Mundo.

O grupo 9 tinha apenas Espanha e Irlanda.

A Síria desistiu.

A vaga só foi decidida a favor dos espanhóis.

Após um jogo-extra em Paris.

Faltava portanto o desempate do Grupo 1.

Para a definição do último classificado.

À Copa dos inventores do futebol.

Bulgária e Bélgica empataram em pontos.

Ambos venceram duas vezes Israel.

E no confronto entre eles.

Os búlgaros levaram a melhor em Sofia (3x0).

E os belgas devolveram a fatura em Bruxelas (5x0).

Era necessário o desempate.

29 de dezembro de 1965.

Stadio Communale, Florença, Itália.

Bélgica e Bulgária estão prestes a decidir.

O último classificado para a Copa do Mundo de 1966.

Não há um franco favorito à vaga.

A Bélgica não ia à Copas desde 1954.

A Bulgária tinha ido pela primeira vez em 1962.

O italiano Antonio Sbardella apita o início do jogo.

Os times nervosos em campo.

E eis que aos 19 minutos.

A Bulgária acha um gol no jogo.

Georgi Asparuhov.

Por muitos considerados o maior jogador da Bulgária.

Em todos os tempos.

Aparece livre de marcação na frente do goleiro belga.

Põe a bola dentro das redes.

E abre o placar para os comunistas.

Tamanho é o nervosismo belga.

A Bulgária em seguida faz o segundo.

Outra vez Asparuhov.

Delírio dos jogadores da Bulgária.

Uma boa margem estava construída no placar.

Os atletas foram para o intervalo com o 2 a 0 no placar.

O segundo tempo foi equilibrado.

Mas um gol contra iria colocar dramaticidade no jogo.

Gaganelov jogou a bola contra suas próprias redes.

Aos 30 do segundo tempo.

E a Bulgária ainda teria de suportar a pressão.

Exercida pelos "Diabos Vermelhos".

Naquele fim de jogo que valia uma vaga na Copa.

Para ampliar a dimensão do drama.

O atacante Ivan Kolev ainda foi expulso no fim do jogo.

Com menos um em campo.

A Bulgária suportou toda a pressão.

E comemorou ao ouvir o apito final.

Bulgária 2 x 1 Bélgica no placar.

A Bulgária vai à Copa de 1966.

A Bélgica teria que esperar até 1970.

Na Copa, a Bulgária caiu no grupo do Brasil.

Em campo foi um fracasso.

Perdeu as três partidas da primeira fase.

Levou um baile de Eusébio e Coluna em Manchester.

Terminando em penúltimo lugar o Mundial.

Ficha do jogo:
Bulgária 2 x 1 Bélgica
Estádio Communale, Florença, Itália.

Árbitro: Antonio Sbardella (Itália).
Assistentes: Giuliano Acernese (Itália) e Alessandro D'Agostini (Itália).

Gols: Asparuhov (Bulgária), 18 do 1o. tempo; Asparuhov (Bulgária), 19 do 1o. tempo; Gaganelov, contra (Bélgica), 30 do 2o. tempo.
Expulsão: Kolev, 42 do 2o. tempo.

Bulgária: Naydenov; Shalamanov, Gaganelov, Largov (c) e Vutzov; Zechev, Zhekov e Abadiev; Asparuhov, Yakimov e Kolev. Técnico: Rudolf Vytlacil.

Bélgica: Nicolay; Heylens, Bare, Michiels e Verbiest; Plaskie, Thio e Jurion (c); Stockman, Van Himst e Puis. Técnico: Arthur Ceuleers.

Há exatos 45 anos...

Georgi Asparuhov marcou os dois gols que levaram a Bulgária à Copa de 1966

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