domingo, 19 de dezembro de 2010

PIAF

Édith Piaf foi uma cantora francesa de música de salão e variedades nascida em Paris, há exatos 95 anos, em 19 de dezembro de 1915.

Seu canto expressou claramente sua trágica história de vida. Entre seus maiores sucessos estão "La vie en rose" (1946), "Hymne à l'amour" (1949), "Millord" (1959) e "Non, je ne regrette rien" (1960).

Nascida como Édith Giovanna Gassion, em Belleville, um distrito de Paris, recebeu o nome de Édith em homenagem a uma enfermeira britânica da Primeira Guerra Mundial que foi executada por ajudar soldados franceses a escapar dos alemães. Piaf, um nome coloquial francês para um tipo de pardal, foi um apelido dado a ela vinte anos depois.

Sua mãe, Annetta Giovanna Maillard (1895–1945), possuía ascendência franco-italiana por parte de pai. Louis-Alphonse Gassion (1881–1944), o pai de Édith, era normando e acrobata de rua com um passado no teatro.

Os pais de Édith abondonaram-na cedo, e ela viveu por um curto período de tempo com sua avó materna.

Antes de se alistar na armada francesa em 1916 para lutar na Primeira Guerra Mundial, o pai de Édith pegou-a de volta e levou-a para sua mãe cuidar. Esta, por sua vez, trabalhava em um bordel em Bernay, na Normandia. Lá, prostitutas tomaram conta da pequena Édith.

Dos três aos sete anos, Piaf ficou supostamente cega devido a uma queratite. De acordo com uma de suas biografias, ela curou-se depois que as prostitutas da casa em que vivia levaram-na para orar no túmulo de Santa Teresa de Lisieux (conhecida popularmente como Santa Teresinha). Devido a esse episódio, Édith conservou um devoção a Santa Teresinha por toda sua vida.

Em 1922 o pai levou Édith do prostíbulo para viver em sua companhia enquanto trabalhava em pequenos circos itinerantes.

Em 1929, aos 14 anos, Édith cantou pela primeira vez em público na época em que seu pai fazia performances acrobáticas nas ruas de toda França.

Com 15 anos, ela deixou seu pai e foi viver em um quarto no Grand Hôtel de Clermont (Rua Veron, 18, Paris), indo sozinha cantar nas ruas e subúrbios de Paris.

Piaf estava com 16 anos quando se apaixonou por Louis Dupont. Aos 17, Édith teve sua única filha, Marcelle, que morreu de meningite com 2 anos de idade em 7 de julho de 1935.

Como a mãe, Piaf encontrou dificuldade em cuidar da filha enquanto vivia de cantoria nas ruas, por isso frequentemente deixava Marcelle para trás. Dupont criou a criança até sua morte.

O próximo namorado de Piaf era um cafetão chamado Albert, que cobrava comissões do dinheiro que ela ganhava nas ruas cantando em troca de não forçá-la a se prostituir.

Uma das amigas de Piaf, Nadia, suicidou-se quando encarou o fato de tornar-se prostituta, e Albert quase forçou Édith a tornar-se uma quando ela terminou o namoro em reação à morte de Nadia.

Em 1935, Piaf foi descoberta cantando na rua da área de Pigalle por Louis Leplée, dono do cabaré "Le Gerny's", situado na avenida Champs Élysées, em Paris.

Foi ele quem a iniciou na vida artística e a batizou de "la Môme Piaf", uma expressão francesa que significa "pequeno pardal" ou "pardalzinho", pois ela tinha uma estatura baixa (1m. e 42 cm.).

Ele também fez enorme campanha para a noite de estreia de Piaf no "Le Gerny's", o que resultou na presença de várias celebridades, como o ator Maurice Chevalier.

Foi durante suas apresentações no "Le Gerny's" que Piaf conheceu o compositor Raymond Asso e a compositora Marguerite Monnot, que se tornou sua parceira e grande e fiel amiga por toda sua vida.

É de Marguerite composições como "Mon légionnaire", "Hymne à l'amour", "Millord" e "Les Amants d'un jour".

Em 1936, Piaf assina contrato com a Polydor e lança seu primeiro disco, "Les Mômes de la Cloche", que se torna sucesso imediato.

Mas no dia 6 de abril desse mesmo ano, Leplée é assassinado em seu domicílio. Piaf é interrogada e acusada de cúmplice, mas acabou sendo absolvida mais tarde.

Ele foi morto por bandidos que tiveram, num passado não muito distante, laços com Piaf, o que gerou uma atenção negativa sobre ela por parte da mídia, ameaçando, assim, sua carreira.

Para reerguer sua imagem, ela retoma contato com Raymond Asso, com quem, mais tarde, ela também viria a se envolver romanticamente.

Raymond passou a ser seu novo mentor e foi ele quem mudou o nome artístico dela de "La Môme Piaf" para "Édith Piaf" e encomendou a Marguerite Monnot canções que tratassem unicamente do passado de Piaf nas ruas.

A partir deste reencontro, Raymond começou a fazer Piaf trabalhar arduamente para se tornar uma cantora profissional de Music Hall.

Entre 1936 e 1937, Piaf se apresentou no Bobino, no bairro Montparnasse.

Em março de 1937, ela estreia no music hall ABC, onde ela se torna imediatamente uma imensa vedete da canção francesa, amada pelo público e difundida pelo rádio.

Em 1940, estreia no teatro em uma peça de Jean Cocteau (Le Bel Indifférent), escrita especialmente para ela, e que a fez contracenar com seu então companheiro, o ator Paul Meurisse.

Ao lado de Paul, ela estreia em um filme em 1941, "Montmartre-sur-Seine", de Georges Lacombe.

Durante a ocupação alemã na França, Piaf continua seus shows. Muitos a consideraram uma traidora, mas seguindo a guerra, ela declarou que trabalhou a favor da resistência francesa.

Na primavera de 1944, Piaf conhece o jovem cantor Yves Montand e passa a ser sua amante.

Em 1945, Piaf escreveu uma de suas primeiras canções: "La Vie en rose", a canção mais célebre dela e seu grande clássico.

Em 1946, Montand estreia no cinema ao lado de Piaf em "Étoile sans lumière".

Neste ano também o romance terminaria para os dois. Piaf acaba desfazendo o relacionamento quando ele está perto de alcançar o mesmo sucesso dela.

Durante esse tempo Piaf estava fazendo muito sucesso em Paris e em toda França.

Após a guerra, tornou-se famosa internacionalmente, excursionando pela Europa, Estados Unidos e América do Sul.

Entretanto, de início ela se deparou com pouco sucesso entre o público norte-americano.

Mas, após a publicação de brilhante matéria de proeminente crítico de Nova Iorque, Piaf viu seu sucesso crescer ao ponto de sua popularidade levá-la a se apresentar oito vezes no Ed Sullivan Show e duas vezes no Carnegie Hall.

Em 1947, ela faz seus primeiros shows nos Estados Unidos.

Em 1948, durante sua volta aos Estados Unidos, ela conhece o grande amor de sua vida, o pugilista Marcel Cerdan.

Marcel, de nacionalidade francesa, mas nascido na Argélia, era casado na época e iniciou um tórrido romance com Édith Piaf.

Pouco tempo depois dos dois se conhecerem, Marcel tornou-se campeão mundial de boxe.

Em 28 de outubro de 1949, Marcel morreu em acidente de avião em um voo de Paris para Nova Iorque, onde a iria reencontrar.

Arrasada pelo sofrimento e também pela poliartrite aguda, Édith Piaf começa a se aplicar fortes doses de morfina.

Seu grande sucesso, "Hymne à l'amour" e "Mon Dieu", foram cantados por Édith em memória de Marcel Cerdan.

Em 1951, o jovem cantor Charles Aznavour converte-se em seu secretário, assistente, chofer e confidente.

Ela ajudou a decolar sua carreira, levando-o em turnê pelos EUA e pela França e gravando algumas de suas músicas.

Em setembro de 1952 casa-se com o célebre cantor francês Jacques Pills, do qual se divorcia em 1956.

Começa uma história de amor com Georges Moustaki, que Édith lança para a música.

Ao seu lado, sofreu um grave acidente automobilístico no ano de 1958, e piora seu já deteriorado estado de saúde e sua dependência em morfina.

Édith grava novo sucesso, a canção "Millord", da qual Moustaki é o autor.

Em 1962, Piaf casa-se com Théo Sarapo (Theophanis Lamboukas), um cabeleireiro grego que se tornou posteriormente cantor e ator, 20 anos mais novo do que ela.

Édith Piaf morreu em 10 de outubro de 1963, em Plascassier, aos 47 anos, com a saúde abalada pelos excessos, pela morfina e todo o sofrimento de uma vida, no mesmo dia que seu amigo Jean Cocteau. Como disse certa vez um documentário, "sem um grito, sem uma palavra...".

Édith Piaf influenciou grande parte dos artistas de sua época. Tornou-se, principalmente, uma ponte para que estes se conhecessem; geralmente seu círculo de amizade se encontrava em sua casa.

Foi na residência da cantora que grandes nomes da música francesa tiveram o primeiro contato e em diversas vezes iniciaram maravilhosas parcerias musicais, como por exemplo, Gilbert Bécaud, Jacques Pills, Jacques Plante, Louis Amade, Charles Aznavour, Jean Broussolle, Yves Montand, Jacques Prévert, Francis Lemarque, entre tantos outros, hoje também consagrados na história fonográfica da França e do mundo.


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