domingo, 23 de janeiro de 2011

DARWIN, BETHÂNIA, A VIDA, O AMOR E O NÃO IDENTIFICADO...

Hoje voltei de um passeio à João Pessoa.

Passeio rápido.

Fui ontem de manhã.

Voltei agora à tarde.

Ainda ontem fui à praia.

Estive em seguida na Estação Ciência.

Lá, vi escrito um pensamento que me chamou atenção.

Pensamento Darwiniano.


"Um homem que ousa desperdiçar uma hora do seu tempo

Ainda não descobriu o valor da vida".



À noite, ainda ontem.

Show de Maria Bethânia.

Na praia de Tambaú.

Encantei-me com Bethânia cantando uma música.

"Não identificado", de Caetano Veloso.

"Eu vou fazer

Uma canção pra ela

Uma canção singela..."

Nunca tinha visto a interpretação desta música ao vivo.

Achei divina!...

Logo depois Chico César sobe ao palco.

Ambos cantam.

Ambos numa mesma performance.

"Como esta noite findará?...

...Se a voz da noite silenciar

Raio de sol vai me levar

Raio de sol vai lhe trazer..."

Fui dormir após o show.

Hoje ao amanhecer.

Choveu em João Pessoa.

Raios de sol?

Contemplei apenas na chegada à rodoviária.

Foi a primeira vez que pude ver o sol hoje.

Às duas horas da tarde.

O bilhete de passagem de número dezoito.

Peguei entre os três que eu podia pegar.

Dentro do ônibus, aquela que estava ao meu lado...

Pouco falou.

Dormiu.

Observei.

Leve, sutil, delicada, feminina...

Unhas bem pintadas.

Cílios bem destacados.

Um bonito vestido.

Pés descalços...

Pareceu-me sentir um leve frio.

Uma doçura, tive essa impressão.

Escutei música.

Tinha um lápis em meu bolso.

Lembrei-me do pensamento de Charles Darwin.

Não podia desperdiçar aquela hora do meu tempo.

Escrevi algo no meu bilhete de passagem.

Ao meu lado nada se ouvia...

Ao chegar em Recife, escutei-a.

Natalense.

Pesquisadora.

Historiadora.

Voz e dicção muito bonitas.

Muitíssimo educada.

Chegamos ao ponto de descida.

Pude então realizar o meu desejo.

Queria entregá-la o que eu havia escrito.

Gostaria de obter um contato seu.

Quem sabe?...

Foram aqueles raios de luz que me trouxeram...

Ou será que me levaram?

Ainda não sei a resposta.

O que eu posso afirmar agora.

É que...

O que está escrito naquele bilhete de passagem...

É algo suficiente para não me tornar.

Um objeto não identificado...

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