sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

PÉROLA NEGRA

Luiz Carlos dos Santos, mais conhecido como Luiz Melodia, nasceu no Rio de Janeiro há exatos 60 anos, em 7 de janeiro de 1951.

Cantor e compositor, é filho do sambista e compositor Oswaldo Melodia, de quem herdou o nome artístico.

Sua trajetória foge um pouco do esperado. O que se imagina que aconteça com um músico que cresceu no morro, no meio do samba? Ora, que seja um sambista!

Mas Luiz Melodia foi por um caminho diferente. Cresceu no Morro de São Carlos ouvindo Ismael Silva, Noel Rosa, Geraldo Pereira, Jorge Ben e a Jovem Guarda.

Não recusa as origens do samba, mas foi mais além. Assimilou uma musicalidade que absorve vários estilos. Na verdade, criou uma forma muito particular de composição.

Começou sua carreira musical em 1963 com o cantor Mizinho, ao mesmo tempo em que trabalhava como tipógrafo, vendedor, caixeiro e músico em bares noturnos.

Em 1964 formou o conjunto musical "Os Instantâneos", com Manoel, Nazareno e Mizinho.

Depois de servir o exército, mostrou sua música "Pérola Negra" aos compositores Torquato Neto e Waly Salomão, que convenceram Gal Costa a gravá-la em 1972.

O sucesso foi tanto, que, no ano seguinte, Luiz Melodia lançou seu próprio disco, com o título "Pérola Negra".

Ainda em fins de 1972, Maria Bethânia grava outro de seus maiores sucessos, "Estácio Holy Estácio", em homenagem a seu bairro natal.

Em 1975 foi finalista do Festival Abertura (TV Globo), com a canção "Ébano".

Considerado original pela crítica por ter vindo do morro e não fazer apenas samba, Melodia iniciou uma carreira de sucesso.

Nas décadas seguintes lança diversos álbuns e realiza shows, inclusive internacionais.

Em 1987 apresenta-se em Chateauvallon, na França, e em Berna, Suíça, além de participar em 1992 do "III Festival de Música de Folcalquier", na França.

No final dos anos 90 lançou dois CDs, em que culmina o estilo eclético que mistura bossa nova, rock, samba, pop, funk, baião, jazz...

É também um dos mais respeitados intérpretes, tendo gravado sambas de Cartola, Zé Kéti e outros compositores e estilos, como Getúlio Côrtes (Negro gato) e Cazuza (Codinome beija-flor).

"Magrelinha" e "Dores de amores" (sucessos na voz de Zezé Motta), "Vale quanto pesa", Ébano", "Juventude transviada", "Presente cotidiano", "Estácio, eu e você" e "Farrapo humano" são outras de suas composições mais célebres.

Em 1999 lançou pela Indie Records “Acústico Ao Vivo”, álbum que lhe trouxe o primeiro disco de ouro de sua carreira.

Retorna aos estúdios em 2001 e grava “Retrato do artista quando coisa”, trazendo canções autorais como “Feeling da música”, “Lorena” entre outras.

Dois anos depois lança o CD e DVD, “Luiz Melodia ao vivo convida”, com clássicos do seu repertório.

Gravado ao vivo no Pólo Cine Vídeo, traz o show, entrevistas e conta com participações especiais de Zeca Pagodinho, Luciana Mello, Mahal (rapper, seu filho), Gal Costa, Zezé Motta, Elza Soares e o Côro da Escola de Música da Rocinha.

Em 2004 Luiz Melodia estreia como ator, no longa “Quase dois irmãos”, filme de Lúcia Murat, voltando a atuar no ano seguinte em “Casa de areia”, de Andrucha Waddington.

Solidificado num estilo irrequieto, elegante e diferente, Luiz Melodia é um artista maiúsculo que exala classe, personalidade e carisma.

Vida longa a você, Luiz Melodia!...

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