domingo, 2 de janeiro de 2011

COMBATIDO E JAMAIS VENCIDO!!...

O Cruzeiro Esporte Clube foi fundado há 90 anos, no dia 2 de janeiro de 1921, por desportistas da colônia italiana de Belo Horizonte, com o nome de Societá Sportiva Palestra Itália.

As cores adotadas, como não poderia deixar de ser, foram as mesmas da bandeira italiana: verde, vermelho e branco.

Em 23 de setembro de 1923, inaugura seu estádio, no Barro Preto, construído por jogadores e associados, a maioria da colônia italiana de Belo Horizonte, composta em grande parte por operários de construção civil.

Além de se caracterizar como uma equipe de descendentes de italianos, o Palestra também destacava-se por possuir elementos da classe trabalhadora da cidade.

No corpo social do Palestra, prevaleciam homens da profissão de pedreiros, policiais, pintores, comerciários e marceneiros, que eram os filhos dos imigrantes que vieram construir a capital do estado, Belo Horizonte, em 1894, e que herdaram de seus pais a mesma profissão.

O primeiro uniforme do clube foi camisa verde, calção branco e meias vermelhas.

O clube foi restrito apenas à participação de elementos da colônia até o ano de 1925, quando é retirada do estatuto do clube uma cláusula que impedia a inscrição de atletas e associados que não fossem de origem italiana.

Outra modificação feita foi no nome do clube que passou a se chamar Sociedade Sportiva Palestra Italia. O primeiro jogador de outra nacionalidade que o clube recebeu foi Nereu, que era da colônia sírio-libanesa e jogava no Sírio Horizontino.

A primeira conquista significativa do Palestra é o tricampeonato mineiro entre 1928 e 1930, sendo os dois últimos de forma invicta.

Em 1936, alguns dirigentes e ex-atletas lideraram um movimento de nacionalização do Palestra, que levou o nome de Ala Renovadora.

A intenção do grupo era mudar o nome do clube que já havia deixado de ser uma associação exclusiva da colônia italiana e por isso não havia mais sentido em se usar o nome Itália.

A ideia sofreu resistências, mas acabou ganhando aliados.

Em 30 de janeiro de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro, que já havia declarado guerra aos países do Eixo, através de um decreto lei, determinou a proibição do uso de termos e denominações referentes às nações inimigas.

O Palestra Itália, em 1942, numa de suas últimas partidas disputadas com este nome

Neste dia o Palestra Itália passou a se chamar Palestra Mineiro.

A ideia de transformar o clube numa entidade totalmente brasileira só foi concretizada em 29 de setembro de 1942, quando numa reunião da diretoria foi aprovada uma nova mudança no nome do clube, que passou a se chamar Ypiranga.

No entanto, o novo nome só durou uma semana e o time atuou com este nome em apenas uma partida.

Finalmente, no dia 7 de outubro de 1942, numa nova reunião dos sócios e dirigentes, foi aprovado o novo nome do clube: Cruzeiro Esporte Clube, uma homenagem ao símbolo maior da pátria, a constelação do Cruzeiro do Sul.

A partir de então o Cruzeiro conquistou o tricampeonato mineiro de 1943 a 1945, e reformou o seu estádio, que passou a se chamar Juscelino Kubitschek, em homenagem ao então governador do estado.

Constrói também uma arquibancada coberta e altera a posição do campo. A obra e as despesas com o plantel dão origem a uma crise financeira.

Sem dinheiro, o clube perde seus principais jogadores. Em 1952, é obrigado a dispensar todo o quadro de profissionais e promove os juvenis. Passa a viver em um regime semi-amador.

Para saldar as finanças, a solução encontrada foi disputar amistosos pelo estado em troca de cachês.

Mais do que dinheiro, o clube também conquista torcedores nas cidades do interior. A redenção vem com a construção de sua sede social no Barro Preto, que aumentou a arrecadação do clube.

Com as contas sanadas, voltou a ser grande e formou o esquadrão tricampeão mineiro de 1959 a 1961.

Com a inauguração do Mineirão em 1965, o futebol mineiro rompe sua característica provinciana com a inclusão de Minas Gerais nas competições nacionais.

O primeiro clássico entre Atlético e Cruzeiro no estádio Mineirão foi pela final do mineiro de 1965.

Nos primeiros anos do estádio, o time conquistou o pentacampeonato mineiro de 1965 a 1969 e o título da Taça Brasil de 1966, numa final histórica contra o Santos de Pelé.

O Cruzeiro campeão da Taça Brasil de 1966

No ano seguinte, o Torneio Rio-São Paulo abrigou clubes de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, criando o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, embrião do atual Campeonato Brasileiro.

Ainda em 1967, devido à Taça Libertadores da América, o Cruzeiro disputa sua primeira partida oficial no exterior, contra o Deportivo Galicia, da Venezuela, em Caracas, vencendo por 1 a 0.

Nesse período, surgem os primeiros grandes ídolos do clube: Tostão, Dirceu Lopes, Piazza e Raul Plassmann.

Em 1966, Tostão foi o primeiro jogador de um clube mineiro a disputar uma Copa do Mundo. Em 1970, quatro jogadores conquistam o Tri-campeonato Mundial pela Seleção: Tostão, Piazza, Fontana e Brito.

Nos Campeonatos Brasileiros, em 1974 foi vice pela primeira vez, perdendo em uma decisão muito confusa contra o Vasco da Gama, e em 1975 foi novamente vice após perder para o Internacional.

Em 1976 o Cruzeiro conquistou sua primeira Taça Libertadores da América, sobre o River Plate da Argentina.

O Cruzeiro, campeão da Taça Libertadores da América em 1976

Ainda em 1976, o clube é derrotado na Taça Intercontinental, pelo Bayern Munique, da Alemanha, que contava com jogadores como Gerd Müller, Franz Beckenbauer, Karl-Heinz Rummeniege e Sepp Mayer, que eram a base da então seleção campeã do mundo em 1974.

Em 1977, o Cruzeiro chega novamente à final da Libertadores, mas dessa vez é derrotado nos pênaltis pelo Boca Juniors, da Argentina.

Nos anos 1970, para evitar o déficit financeiro causado pela disputa do Campeonato Mineiro, o clube partiu para amistosos no exterior em troca de cachês em dólar.

O dinheiro foi suficiente para manter os craques e conquistar o tetracampeonato estadual de 1972 a 1975. Em 1977 chega ao décimo título mineiro na "Era Mineirão", em 13 disputados.

Os esforços da década anterior não foram suficientes para evitar a crise financeira que acompanharia o clube nos anos 80.

O Cruzeiro amargou um período de maus resultados no Campeonato Brasileiro e a conquista de apenas dois estaduais, em 1984 e 1987.

A nova redenção veio a partir das vendas de jogadores para o futebol estrangeiro e das cotas de transmissão de jogos, que passaram a ser pagas pelas emissoras de televisão, a partir de 1987.

Na década de 1990 o Cruzeiro iniciou uma impressionante sequência de 15 anos ganhando pelo menos um título por ano.

Foram duas Supercopas da Libertadores (1991 e 1992), uma Recopa Sul-Americana (1998), quatro Copas do Brasil (1993, 1996, 2000 e 2003), uma Copa Ouro (1995), uma Copa Master da Supercopa (1995), duas Copas Sul-Minas (2001, 2002), oito Campeonatos Mineiros (1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 2003, 2004) uma Copa Centro-Oeste (1999), duas Copa dos Campeões Mineiros (1991, 1999), um Supercampeonato Mineiro (2002), além da segunda Taça Libertadores da América (1997) e do Campeonato Brasileiro de 2003, o primeiro disputado por pontos corridos, em turno e returno.

O Cruzeiro, campeão da Taça Libertadores da América em 1997

A sequência de títulos foi interrompida em 2005, mas no ano seguinte o clube já voltou a vencer o campeonato estadual, conquista essa que se repetiu em 2008 e 2009.

Nesse período a torcida cruzeirense ganhou mais alguns ídolos, entre eles Charles, Boiadeiro, Douglas, Ademir, Renato Gaúcho, Roberto Gaúcho, Ronaldo, Nonato, Dida, Ricardinho, Marcelo Ramos, Alex Alves, Cris, Sorín, Fred, Alex e Ramires.

A maior façanha da última década aconteceu em 2003, quando o Cruzeiro, sob o comando do respeitado técnico Vanderlei Luxemburgo, e comandado pelo craque Alex, conquistou o inédito título no Brasil da "Tríplice Coroa", que significa a conquista do Campeonato Estadual (Mineiro), Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro.

Nesse ano, o time fez uma campanha nunca antes vista no Campeonato Brasileiro: marcou mais de cem gols e conquistou, com duas rodadas de antecedência, a primeira edição em turno e returno do Campeonato.

O Cruzeiro, campeão brasileiro de 2003

O mascote do Cruzeiro é a raposa. Foi desenhada pelo chargista Fernando Pieruccetti (mais conhecido como Mangabeira) no ano de 1945, que se inspirou em Mário Grosso, ex-presidente, conhecido por sua esperteza e astúcia no comando dos negócios do Clube.

Seu uniforme tradicional é a camisa azul, calção e meias brancas, com as cinco estrelas da constelação do Cruzeiro na altura do peito.

O Cruzeiro dispõe de dois centros de treinamentos (um para os jogadores profissionais e um para as categorias de base), uma sede administrativa e dois complexos esportivos (sede urbana e sede campestre).

É considerado um dos clubes mais populares do Brasil, possuindo, aproximadamente, 8 milhões de torcedores espalhados pelo país.

O atleta que mais vezes vestiu sua camisa é o meia Zé Carlos Bernardo, que atuou pelo clube entre 1965 e 1977.

Tostão é o maior artilheiro da história do Cruzeiro, tendo marcado 242 gols com a camisa celeste entre 1964 e 1971.

O Cruzeiro também possui no âmbito esportivo participação importante no atletismo e vôlei nacionais.

Parabéns ao Cruzeiro Esporte Clube, 90 anos de incontáveis conquistas!!...

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